
O homem e sua loja estavam sendo investigados pela Polícia Civil há dois meses. A corporação fechou o cerco aos receptadores de celulares. Na última semana, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em endereços estratégicos ligados a Alecson. “A maioria dos aparelhos foi encontrada no box de um shopping do Centro de BH. Ele acabou preso em flagrante por receptação qualificada”, explicou o delegado Rodrigo Damiano, responsável pelo caso.
As investigações apontaram que o acusado, quando recebia aparelhos de determinada marca, que precisava da senha do usuário para poder acessá-lo, se passava por policial para conseguir os números. “Ele tinha um modo peculiar de agir. Ao ter acesso ao telefone furtado ou roubado, retirava os chips e colava com fita adesiva nas costas do aparelho. Depois de 10 dias recolocava. A dona recebia o alerta que o aparelho tinha sido religado, e tinha o ímpeto de ligar para o telefone. Ele atendia se identificava como policial, civil ou militar, dizia que tinha recuperado o aparelho em uma operação e precisava da senha de desbloqueio. A pessoa, sem pensar, acabava passando a senha”, comentou o delegado.
Com a senha, segundo as investigações, o homem conseguia colocá-los a venda. “A gente acredita que a partir do momento que desbloqueava o aparelho, tinha tecnologia suficiente para colocar no mercado”, disse Damiano. Para a polícia, o homem é um dos maiores receptadores de Minas Gerais. “Acreditamo que é um dos maiores receptadores de Minas Gerais, pois encontramos entre os aparelhos alguns provenientes de Lavras e Uberaba, e de outros locais do estado”, completou.
Monitorado
Mesmo sendo preso em flagrante e confessando o crime, segundo o delegado, Alecson foi solto pela Justiça. “Ele foi solto na audiência, pagou fiança e foi colocado em liberdade. O trabalho da Polícia Civil contra receptadores de celulares no Centro de BH permanece. Portanto, se voltar a operar da mesma forma será preso de novo”, afirma o delegado. O homem foi indiciado por receptação qualificada. A pena por chegar a oito anos de prisão.
A Polícia Civil faz um alerta para as pessoas que tiveram o celular roubado para não fornecer a senha do aparelho ao receber ligações.
