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Estado de Minas

Corpo de 12º vítima da tragédia de Janaúba é enterrado

Geni de Oliveira teve a morte constatada na madrugada dessa segunda-feira. Mulher estava internada há um mês com 60% do corpo queimado


postado em 07/11/2017 11:57 / atualizado em 08/11/2017 12:38

Dezenas de pessoas acompanharam o enterro da auxiliar de professora em Janaúba (foto: Luiz Ribeiro/ EM/DA Press)
Dezenas de pessoas acompanharam o enterro da auxiliar de professora em Janaúba (foto: Luiz Ribeiro/ EM/DA Press)

Foi enterrado às 17 horas dessa terça-feira, em Janaúba, no Norte de Minas, o corpo da auxiliar de professora Geni Oliveira Lopes Martins, de 63 anos. Ela foi a décima segunda vitima da tragédia da Creche Gente Inocente, ocorrida em Janaúba em 5 de outubro, no incêndio criminoso provocado pelo vigilante Damião Soares dos Santos, de 50 anos.

A servidora morreu na madrugada de segunda-feira, no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, para onde foi transferida com 60% do corpo queimado no dia posterior ao atentado. Além  do próprio autor do ataque, na tragédia morreram nove crianças e a professora Heley Abreu Batista, que salvou várias crianças. Mais de 40 pessoas ficaram feridas.

Devido à morte de mais uma vitima da tragédia da creche,  o prefeito de Janauba, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), decretou luto oficial por três dias no município. As atividades da Creche Inocente (improvisada em um prédio cedido pela Secretaria Municipal de Saude) estão suspensas desde ontem e as atividades só serão normalizadas nesta quarta-feira.

Após a liberação pelo Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, na noite de segunda-feira, o corpo de  Geni Oliveira Lopes Martins foi traslado para Janaúba, onde chegou no inicio da madrugada desta terça. Profissionais da educação do município prestaram uma homenagem a auxiliar de professora. O corpo foi levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros a um cemitério e moradores acompanharam o cortejo.
Cortejo do corpo até o cemitério foi feito em um caminhão do Corpo de Bombeiros (foto: Luiz Ribeiro/ EM/DA Press)
Cortejo do corpo até o cemitério foi feito em um caminhão do Corpo de Bombeiros (foto: Luiz Ribeiro/ EM/DA Press)

 
O corpo de dona Geni foi enterrado no Cemitério da Saudade, sendo a única das vitimas da tragédia a ser sepultada no local.  Os corpos das nove crianças e da professor Heley e do autor do ataque foram sepultados no Cemitério São Lucas, na saída de Janaúba para Jaíba. Outras sete vítima seguem internadas em hospitais de Belo Horizonte e Montes Claros. 

Família lamenta morte e não condena vigia 

 
Altina de Oliveira, irmã da vítima, lamentou a morte mas diz que não deseja nenhum mal ao vigia Damião Soares dos Santos (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Altina de Oliveira, irmã da vítima, lamentou a morte mas diz que não deseja nenhum mal ao vigia Damião Soares dos Santos (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

A irmã de Geni, Altina de Oliveira Santos, de 70 anos, disse em entrevista ao em.com.br que não condena o vigia Damião Soares dos Santos."Eu não desejo nada de mal para ele e nem para família. Graças a Deus eu tenho meu coração bom. Desejo que Deus tenha misericórdia da alma dele", diz Altina sobre o autor do incêndio que matou 12 pessoas, incluindo ele próprio. Damião ateou fogo ao corpo de várias crianças que estavam na creche e fez o mesmo ao próprio corpo em seguida.
 

Segundo Altina, que está em BH desde quarta-feira passada, a situação de Geni era muito complicada e uma recaída poderia acontecer, apesar de alguns sinais positivos dos médicos. Entre as memórias que vai guardar da irmã, ela destaca a concretização de um sonho. "Ela era uma pessoa muito religiosa e sonhava em se formar em religião, o que aconteceu no dia 2 de agosto", afirma.

 

A auxiliar de professora, que trabalhava na creche Gente Inocente há três anos, concluiu o curso de ciências da religião e vestiu o traje especial de formandos no terceiro grau há três meses, quando concluiu o curso. "Ela gostava muito das crianças da creche, era apixonada pelo que fazia. Estava todos os dias com as crianças e até por isso tentou salvá-las durante o incêndio", acrescenta Altina.

Casada há 40 anos, ela deixa três filhos. Um deles, Odail Farley Martins, de 35 anos, que é engenheiro agrônomo, diz que sabia da situação complicada, mas tinha esperança que o quadro de saúde da mãe pudesse melhorar. "O que vai ficar é a saudade dela, pois era uma mãe muito dedicada. Uma pessoa espetacular", diz o filho.



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