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Estado de Minas

Região Leste de Belo Horizonte ganha um novo mirante

Passeio guiado a partir da Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, exibiu a vista privilegiada dos quatro novos painéis gigantes da área central


postado em 06/08/2017 06:00 / atualizado em 06/08/2017 09:07

O mural de Priscila Amoni é o segundo mais alto do Brasil(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O mural de Priscila Amoni é o segundo mais alto do Brasil (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Da mureta da Rua Sapucaí, admirar Belo Horizonte com um olhar renovado, que dá novo sentido a prédios antigos do Centro da cidade. Esse convite feito ontem aos participantes da primeira visita guiada por essa tradicional via do Bairro Floresta, na Região Leste da capital, teve um foco especial: os quatro imensos painéis recém-pintados em edifícios do Hipercentro. Os trabalhos que coloriram as paredes antes apagadas ou pichadas desses imóveis, as chamadas empenas, funcionam como um resgate da história da cidade e da arte urbana, dentro da primeira edição do Circuito Urbano de Arte, que se encerra hoje. As obras foram pintadas em laterais de até 50 metros de altura e 37 metros de largura por cinco artistas nacionais e internacionais com experiência em murais em grande escala.

No passeio guiado de ontem, que partiu do número 527 da Sapucaí, o que não faltou foi admiração. Quem compareceu ao local pôde apreciar a vida pelas ruas e avenidas da metrópole, com o vaivém de carros e pessoas, mas agora com mais cor e vida. O primeiro mural concluído, da artista espanhola Marina Capdevila em homenagem ao carnaval de Belo Horizonte, foi pintado na fachada do Edifício Trianon, esquina de Rua da Bahia com Avenida Afonso Pena. A pintura traz três mulheres fantasiadas que fazem referência à Praia da Estação, evento que em 2010 transformou a Praça da Estação em espaço de “banhistas” em Belo Horizonte.

Trabalho no Edifício Rio Tapajós, na Rua da Bahia 325 - assinado por Tereza Dequinta e Robézio Marqs, da equipe do Acidum Project - exigiu cerca de 300 litros de tinta e mais 200 latas de spray(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Trabalho no Edifício Rio Tapajós, na Rua da Bahia 325 - assinado por Tereza Dequinta e Robézio Marqs, da equipe do Acidum Project - exigiu cerca de 300 litros de tinta e mais 200 latas de spray (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O Cura tem dois artistas da capital mineira: Thiago Mazza e Priscila Amoni. Mazza eternizou na fachada do Edifício Satélite a clássica disputa mineira entre o galo e a raposa, inspirado em uma fábula que opõe os animais e em menção à histórica batalha dos times de futebol de Minas. Já Priscila está pintando o segundo mural mais alto do Brasil e o mais alto produzido por uma artista. A equipe do Acidum Project, de Fortaleza, formada por Tereza Dequinta e Robézio Marqs, realizou seu trabalho no Edifício Rio Tapajós, na Rua da Bahia, 325. O desafio exigiu cerca de 300 litros de tinta e mais 200 latas de spray.

Produtora do Cura, Juliana Flores, apresentou as obras a quem participou do passeio guiado ontem na Sapucaí, e explicou o objetivo do projeto. “BH tem esse legado que são as empenas dos prédios do Centro, sem janelas e sem utilidade. Para nós, artistas e produtores, esses espaços são grandes telas e o Cura veio para fazer o resgate delas como espaços de arte e cultura urbana”, explicou. Ela conta que o passeio de ontem pode ser o embrião de um novo roteiro turístico de BH. “Essas intervenções vêm para fomentar e despertar um novo olhar sobre a cidade, que reflete o crescimento da metrópole, que se modificou, mas que pode ser a todo o tempo ressignificada”, disse.

Mural da artista espanhola Marina Capdevila - pintado na fachada do Edifício Trianon, esquina de Rua da Bahia com Avenida Afonso - homenageia o carnaval de Belo Horizonte e faz referência à Praia da Estação(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Mural da artista espanhola Marina Capdevila - pintado na fachada do Edifício Trianon, esquina de Rua da Bahia com Avenida Afonso - homenageia o carnaval de Belo Horizonte e faz referência à Praia da Estação (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Também integrante do passeio, o coordenador do curso de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário UNA, Eduardo França, compartilhou com o grupo a proposta que faz o processo de edificação da Região Central dialogar com as novas intervenções. “Esse é um projeto fundamental, porque possibilita às pessoas uma nova visão da cidade, que é esse grande universo do homem, materializado em prédios, ruas, calçadas, praças e todos os outros espaços habitados. A arte urbana vem para promover esse novo olhar, como um novo prédio que surge, uma nova fachada e, assim, promove essa reflexão sobre a cidade, do ponto de vista estético ou até mesmo político”, disse.

E para quem participou do passeio, só ficaram elogios. “A iniciativa é sensacional, porque o Centro é visto como esse lugar sujo, vazio. As pinturas dão vida nova e cor a essa parte da cidade e serão um concorrente de outros roteiros turísticos, como a igreja da Pampulha”, comentou a estudante Ana Clara Mariante Ferreira, de 18 anos. A amiga Theodora Moreira Lima, da mesma idade, também aprovou o projeto. “Os grafites quebram o cotidiano de um lugar que é apagado, por onde as pessoas passam e quase nunca reparam em nada”, disse.

No fundo à esquerda, obra de Thiago Mazza eternizou na fachada do Edifício Satélite a clássica disputa mineira entre o galo e a raposa(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
No fundo à esquerda, obra de Thiago Mazza eternizou na fachada do Edifício Satélite a clássica disputa mineira entre o galo e a raposa (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


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