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Estado de Minas

Polícia prende suspeito de ser 'curador' do Baleia Azul no Rio de Janeiro e faz apreensões em Minas

O jovem, Matheus Silva, de 23 anos, foi encontrado na favela de Nova Era, em Nova Iguaçu. Em Minas, foram apreendidos computadores e aparelhos celulares


postado em 18/07/2017 14:30 / atualizado em 18/07/2017 22:10

A operação para identificar os curadores do jogo Baleia Azul, que incentiva o suicídio de seus jogadores, terminou com a prisão de um homem no Rio de Janeiro. O jovem, Matheus Silva, de 23 anos, foi detido na favela de Nova Era, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Contra ele, havia um mandado de prisão temporária. Segundo a delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), ele confessou ser o "curador" de 30 jogadores, ou seja, o responsável por cobrar o cumprimento de tarefas que incluem automutilação e até o suicídio. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Belo Horizonte, Sete Lagoas, na Região Central, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, onde celulares e computadores foram apreendidos.

As investigações no Rio de Janeiro começaram com o intuito de tentar proteger crianças e adolescentes das “armadilhas” do game macabro. “Percebemos que havia vítimas no Rio de Janeiro e instauramos um inquérito para atuar de modo preventivo para evitar a morte delas. Nossa intenção inicial não era chegar aos curadores, era evitar mortes”, afirma a delegada Fernanda Fernandes.

Uma das dificuldades nas investigações foi a baixa procura das vítimas do jogo por ajuda policial. Por isso, foi feito um trabalho de inteligência nas redes sociais para identificar os jogadores e os curadores. “Acessamos algumas redes e serviços na Internet para monitorar crimes como tráfíco de drogas e de arnas, pedofilia, entre outros. Conseguimos ver a migração da prática do jogo de alguns países da Europa para estados brasileiros. De imediato, pudemos evitar que a ampliação do acesso do público brasileiro  a essas comunidades e ao jogo. Conseguimos criar dificuldade técnica para os curadores”, explicou o inspetor Márcio Santos, especialistas em tecnologia da informação.

Diante das informações colhidas no serviço de inteligência e com vítimas ouvidas na delegacia, foram pedidos à Justiça 24 mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos nesta terça-feira em Minas, no Amazonas, Pará, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e no Rio de Janeiro.

Prisão

De acordo com a delegada Fernanda Fernandes, foram identificados aproximadamente 10 curadores. Mas somente um jovem teve o pedido de prisão temporária pedido. “O pedido de prisão temporária foi feito justamente porque havia indícios de materialidade suficientes. Matheus já confessou que realmente é curador e que fez 30 vítimas, mas temos nos autos indícios de 40 vítimas dele. Nos outros estados, estamos identificando os curadores para fazer futuras diligências”, complementou.

Alerta

A Polícia Civil do Rio de Janeiro fez um alerta aos pais de adolescentes e crianças para que elas não virem vítimas do jogo e outras armadilhas da Internet. “Várias pessoas procuraram a delegacia mutiladas. Os pais levavam para a delegacia acreditando que se tratava do jogo Baleia Azul. Mas muitos dos casos não tinham ligação com o jogo, mas sim porque os pais não estavam olhando para os seus filhos. Na minha opinião, é preciso avaliar se uma criança de 8 a 13 anos tem maturidade suficiente para ter um perfil na rede social. Que sirva de alerta, porque o avanço tecnológico nos leva a consequências, como a criação desses jogos”, comentou a delegada titular da DRCI, Daniela Terra.

O jogo

Criado na Rússia, o jogo Baleia Azul estaria relacionado a 130 mortes de jovens naquele país. O “game” consiste na realização de 50 desafios de dificuldade crescente, ordenados por um “mediador”, que trazem risco de vida, induzem à automutilação e culminam com o autoextermínio. A Polícia Civil de Minas já investiga quatro casos de pessoas que se mutilaram (duas) ou se mataram (duas), supostamente por causa do jogo macabro.


O primeiro registro foi de um jovem de 19 anos que se matou em Pará de Minas, na Região Centro-Oeste do estado. Em Leopoldina, na Zona da Mata, é investigada a participação de um jovem de 18 anos no jogo. A mãe do garoto procurou a polícia em 13 de abril, informando que o filho estava participando do jogo e que tinha cortes no braço reproduzindo a imagem de uma baleia. Os traços teriam sido feitos com a ajuda de uma colega de sala do filho, que o teria incentivado a entrar no game.

Em Belo Horizonte, um adolescente de 16 anos foi encontrado morto no Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Apesar de a princípio a Polícia Civil não relacionar o caso ao “game”, familiares da vítima suspeitam que haja relação. Em Manhuaçu, na Zona da Mata, uma adolescente de 13 anos foi encontrada desmaiada dentro de casa, depois de ingerir cartelas de um medicamento para tratamento de epilepsia e outra para dores musculares. Ela seria jogadora do Baleia Azul.


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