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Estado de Minas

Descaso com parques se repete no Norte de Minas

Parques municipais Milton Prates e Sapucaia, em Montes Claros, sofrem com abandono e viram pontos de uso de drogas


postado em 06/03/2017 06:00 / atualizado em 06/03/2017 11:43

Brinquedos abandonados no meio do mato no Parque da Sapucaia(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Brinquedos abandonados no meio do mato no Parque da Sapucaia (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Montes Claros, cidade de 384 mil habitantes no Norte de Minas, sofre com a falta de opções de lazer para os moradores de baixa renda. Enquanto isso dois parques municipais, o Milton Prates e o da Sapucaia, ambos na área urbana, sofrem com o abandono e a falta de vigilância, servindo como pontos de usuários de drogas. Como solução, a atual administração municipal, iniciada em janeiro, anuncia que vai firmar parcerias com a inciativa privada e com organizações não governamentais (ONGs) para revitalizar os espaços.

O Parque Municipal Milton Prates, entre os bairros Major Prates e Morada do Parque, é um ponto turístico da cidade, ocupando área de 18 hectares, com uma aprazível lagoa e árvores frondosas, com sombras convidativas para se refrescar do forte calor da região. Mesmo com todo esse potencial, o espaço se tornou um somatório de problemas.
Desde 1º de janeiro, quando a atual administração assumiu, o zoológico (que fica dentro dos limites do parque) foi fechado, sob alegação da falta de estrutura para. Não há previsão para reabertura. Com isso, as visitas caíram drasticamente. Devido à falta de manutenção, o mato cresce, tomando o lugar do gramado, e brinquedos estão quebrados Mas um dos piores problemas é a falta de vigilância.

Um local do interior do Parque Municipal, debaixo das árvores, virou ponto de frequência de usuários de drogas, como constatou a equipe do Estado de Minas. Segundo uma das ambulantes que trabalham no local, dependentes usam entorpecentes no local à luz do dia sem serem incomodados. “Já testemunhei casos aqui de famílias ficarem constrangidas e irem embora, para evitar que seus filhos pequenos vejam pessoas uasando drogas”, revelou Juliana, acrescentando que também já houve diversos casos de assaltos dentro do parque.

A vendedora disse que até dezembro do ano passado, o Parque Municipal contava com um número maior de vigilantes. Agora, há somente uma equipe da Guarda Municipal, que fica em um ponto de apoio dentro doa unidade. Disse ainda que, “de vez em quando”, um veiculo da Policia Militar circula pelo local, o que, no entanto, não inibe os usuários de droga, informou.

Restaurante abandonado do Parque da Sapucaia foi pichado por vândalos(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Restaurante abandonado do Parque da Sapucaia foi pichado por vândalos (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
O Parque Municipal da Sapucaia está localizado ao lado da área urbana de Montes Claros, próximo aos bairros Monte Verde e Jardim Morada do Sol. Seus 33 hectares se estendem por uma serra, o que torna a área verde ainda mais atrativa, com vista para toda cidade. Em 3 de julho, a unidade vai completar 30 anos em meio ao abandono que marca o local há várias gestões.

Os restaurantes construídos no interior do parque foram depredados por vândalos. O seu teleférico, que seria uma das atrações turística do município, funcionou por pouco tempo. Há mais de 20 anos o equipamento apodrece no meio do mato. Com a falta de vigilância, a área verde virou um local muito procurado por usuários de drogas, que, ali, não são incomodados.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulo Ribeiro, que tomou posse em janeiro, responsabiliza as gestões anteriores da prefeitura pelo abandono. “Agora, a ideia é trazer a sociedade civil para dentro da administração municipal, para que os parques e outros componentes do patrimônio não sofram prejuízos pela descontinuidade administrativa toda vez que ocorre troca de comando na prefeitura”, afirmou.

Ele reconheceu os problemas enfrentados no Parque Municipal Milton Prates por causa da falta de vigilância e o abandono da prefeitura. “Infelizmente parte do parque municipal está servindo de pasto para cavalos. Também há presença de usuários de drogas lá dentro”, declarou o secretário

Ribeiro informou que a Secretaria de Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) estão elaborando um projeto de parceria com a iniciativa privada, especialmente com faculdades particulares que tem cursos de Veterinária, Biologia e Botânica, para viabilizar a reabertura do zoológico de Montes Claros, que ainda não tem prazo para voltar a funcionar. Segundo ele, a ideia é fazer uma ação conjunta com comunidade em modelo idêntico ao que funciona na gestão do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A parceria também deverá garantir as melhorias a vigilância e manutenção do Parque Municipal Milton Prates. De acordo com o secretário, o parque municipal e o zoológico precisam de pelo menos 30 guardas em caráter permanente, o que o município não tem como bancar sozinho.

Zoológico do Parque Municipal Milton Prates, fechado em Montes Claros(foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Zoológico do Parque Municipal Milton Prates, fechado em Montes Claros (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Ele disse que a atual administração vai fazer a reforma do Parque da Sapucaia para “garantir as condições mínimas de visitação”, orçada em R$ 1 milhao, com recursos da compensação ambienta de uma empresa do município que foi multada por danos á natureza. A Prefeitura também pretende firmar um convênio com o Ministério Publico e com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) para que presos de bom comportamento possam trabalhar na reforma de brinquedos do parque e recebem beneficio da redução de pena por dias trabalhados. Outra proposta em vista é terceirização de restaurantes da área verde.

Invasões


Uma das áreas verdes de Montes Claros, o Parque Guimarães Rosa ocupa uma extensão de 46 hectares e foi apenas cercado, sem receber nenhuma estrutura. Mas, poucos anos depois de ser criado, numa área nobre (e valorizada) da cidade, entre os bairros Morada do Sol e Ibituruna, ao longo do Rio Carrapato, a área de conservação passou a sofrer com as invasões. O secretário de Meio Ambiente do Município, Paulo Ribeiro, disse que a Prefeitura fez um levantamento e constatou que já existem 120 pessoas que ocuparam terrenos e construíram casas dentro do Parque Guimarães Rosa, principalmente, junto ao Rio Carrapato (bairro Morada do Sol). “Entre os invasores estão pessoas de alto poder aquisitivo, empresários, servidores públicos municipais e estaduais e delegados de policia aposentados. Mas, já existe um processo em andamento no Ministério Público e vamos entrar com uma outra ação para que todos invasores de terreno público venham sair das áreas que invadiram dentro da área de conservação ambiental”, afirmou o secretário.


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