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Estado de Minas

Belo Horizonte já registra o maior número de ônibus incendiados desde 2010

Dados são do sindicato das empresas de transporte da capital. Considerando os casos das cidades vizinhas, pelo menos 17 veículos foram queimados


postado em 14/02/2017 10:59 / atualizado em 14/02/2017 12:41

Ônibus queimado em Vespasiano na tarde de segunda-feira(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Ônibus queimado em Vespasiano na tarde de segunda-feira (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
De 1º de janeiro até esta terça-feira, 14 de fevereiro, 10 ônibus do transporte coletivo de Belo Horizontes foram queimados por criminosos. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), este é o maior número de ataques registrado desde o início do contrato da BHTrans com as 40 empresas responsáveis pelos ônibus da capital, em 2008.

Segundo dados da entidade, as primeiras queimas de ônibus foram em 2010. Em todo aquele ano, foram registrados três ataques a coletivos. Até então, o segundo ano com o maior número de ônibus incendiados era 2015: nove coletivos.

“Todos os ataques de vândalos ocorreram em linhas que servem à região do Barreiro, com a queima de um ônibus da linha 313 (Estação Diamante/Olaria), às 23 horas, no bairro Olaria; de um veículo da linha 311 (Estação Diamante/Independência), aos 25 minutos de hoje (14 de fevereiro), no bairro Petrópolis; e de outro ônibus da linha 8350 (Estação São Gabriel/Estação Barreiro), às 23 horas, no anel rodoviário, nas proximidades do Shopping Del Rey”, detalha o Setra-BH, por meio de nota.

No domingo, criminosos invadiram um ônibus na MG-020, no Bairro Ribeiro de Abreu, Região Norte de BH, e atearam fogo ao veículo. O sindicato informou que o veículo era de uma linha que vai de Sarzedo até a Estação São Gabriel e, por ser de outro município, não entra na cálculo. Na ocasião, segundo a Polícia Militar (PM), os homens teriam dito que protestavam contra maus-tratos aos amigos que estão presos.

Ataques ano a ano a veículos de linhas de BH

2010: 3
2011: 6
2012: 3
2013:6
2014: 8
2015: 9
2016: 8
2017: 10

Fonte: Setra BH

A série de ataques mais recente até então havia ocorrido no início de fevereiro na Região de Venda Nova. Na ocasião, foram queimados três ônibus das linhas 637 (Estação Vilarinho/Canaã via Serra Verde), 641 (Estação Vilarinho/Serra Verde) e  638 (Estação Vilarinho/Minas Caixa). A ação teria ocorrido em represália à morte de um homem durante uma operação da PM no Morro do Borel, entre os bairros Serra Verde e Minas Caixa. No mesmo dia dos primeiros ataques em Venda Nova, outro veículo foi queimado no Bairro Solar do Barreiro, na Região do Barreiro. Ele era da linha linha 328 (Estação Barreiro/Cardoso B).
Ver galeria . 10 Fotos Coletivo da linha 637 foi incendiado na noite de sexta-feira no Bairro Minas Caixa, Região de Venda NovaJuarez Rodrigues/EM/DA Press
Coletivo da linha 637 foi incendiado na noite de sexta-feira no Bairro Minas Caixa, Região de Venda Nova (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press )

Ver galeria . 5 Fotos Coletivo da linha 641 (Estação Vilarinho/Serra Verde) foi alvo de criminosos durante a madrugadaEthel Corrêa/TV Alterosa
Coletivo da linha 641 (Estação Vilarinho/Serra Verde) foi alvo de criminosos durante a madrugada (foto: Ethel Corrêa/TV Alterosa )


O Setra estima que cada ônibus incendiado gera um prejuízo de R$ 360 mil e um veículo a menos na linha por um tempo não inferior a 150 dias, ou a substituição temporária por um reserva.

Grande BH


Considerando os números dos Setra somados aos ônibus de linhas de municípios da região metropolitana atacados desde a noite de domingo, já são pelo menos 17 coletivos destruídos por incêndios criminosos em 2017.

Em Sarzedo, dois veículos foram queimados nos bairros Serra Azul e Planalto. De acordo com a PM, o primeiro ataque ocorreu por volta das 15h30. Testemunhas contaram que três criminosos pararam o coletivo da linha 3016 na Avenida São Lucas, no Bairro Imaculada Conceição, e obrigaram os ocupantes, incluindo o motorista, a descerem. Com os rostos cobertos, usaram um líquido inflamável e para atear o fogo. Em seguida, fugiram e se esconderam em um matagal.

Mais tarde, pararam um outro veículo na mesma avenida, segundo a PM, e também o incendiaram. O terceiro ataque aconteceu na sequência, mas em outro local. Dois homens invadiram um coletivo no Bairro Anchieta e ordenaram que os ocupantes descessem. Em seguida, atearam fogo. Buscas foram feitas na região com ajuda do helicóptero da PM e cinco pessoas, entre elas adolescentes, foram detidas.

Duas das detenções foram por ameaças a comerciantes para fechar as portas das lojas e três pela queima de ônibus. “Um deles portava uma arma de fogo”, afirmou o tenente-coronel Hércules de Paula Freitas. Segundo ele, os criminosos tentaram agir ainda cidade vizinha de Mário Campos, mas não conseguiram, pois o motorista fugiu do local.

Nesta terça-feira, a Polícia Militar da cidade informou que os veículos do transporte coletivo estão circulando normalmente, com um esquema de segurança especial, com patrulhamento nas garagens, nos terminais e nas ruas. Alguns veículos das linhas queimadas ontem circulam com acompanhamento de viaturas.

A suspeita da PM é de que a ação tenha sido em retaliação a uma operação feita pela corporação no Bairro Brasília, de combate a uma quadrilha do tráfico de drogas. Houve quatro prisões. O ataque aconteceu apenas duas horas depois de outro ônibus ser incendiado em Vespasiano, por volta das 13h30. Passageiros e o motorista a linha 5600 (Santa Clara/São Cosme) foram obrigados a desembarcar na Rua Aranhas. Os criminosos seguiram para a Rua Timbiras, no Bairro Santa Clara e puseram fogo no ônibus.

De acordo com a PM, às 21h10, um microônibus foi incendiado no Bairro Parque Industrial. Mais tarde, em Contagem, outro coletivo foi queimado na BR-381. A ocorrência ficou a cargo da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Nesta madrugada, após um ônibus ser queimado no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, a polícia prendeu um suspeito de articular alguns ataques. Durante a abordagem do suspeito, que foi detido em casa, o celular  dele não parava de tocar com ligações e mensagens por meio do WhatsApp, que ele tentou apagar. Conforme a polícia, no aparelho foram encontradas mensagens dele e dos outros dois suspeitos citados na denúncia. Alan determinava o horário para queimar os coletivos, segundo a PM. (Com informações de João Henrique do Vale)


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