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Estado de Minas

Garças transformam em berçário fazenda na Região Central de Minas

Há 10 anos e em número cada vez maior, aves migram para fazenda de Pequi, na Região Central do estado, onde fazem seus ninhos. O espetáculo encanta a comunidade e turistas


postado em 01/01/2017 06:00 / atualizado em 01/01/2017 08:43

Os pássaros brancos tomam as árvores da fazenda, onde põem de um a três ovos por ninho e dão um novo colorido à paisagem do cerrado(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Os pássaros brancos tomam as árvores da fazenda, onde põem de um a três ovos por ninho e dão um novo colorido à paisagem do cerrado (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Pequi – “As garças ficam na região por algumas semanas. Vêm para procriar. É assim há uma década. O número aumenta a cada temporada. No primeiro ano, para o senhor ter uma ideia, vieram umas 200 aves. No segundo, cerca de 400. No terceiro, pelo menos 500 voaram para cá. Em 2016, deve ter de 2,5 mil a 3 mil. São tantas que as árvores ficam brancas. Nem parecem que são verdes”, compara o agricultor José Maria Malaquias, de 58 anos, enquanto prepara o fumo para o cigarro de palha.

Ele é um dos cerca de 4,5 mil moradores de Pequi, pacata cidade na Região Central de Minas Gerais, a 120 quilômetros de Belo Horizonte, onde o cerrado é a vegetação predominante. Lá há diversas espécies de árvores, a maioria de porte médio, mas foi “planta frondosa” que deu origem ao nome do município. Quem conta é o locutor e pesquisador Wanildo Silva, natural da capital e que se mudou para a região ainda criança.

“Havia um grande e frondoso pé de pequi na Praça do Rosário. As pessoas se reuniam, às tardes e nos fins de semana, debaixo da sombra dele para papear e jogar baralho. As pessoas chamavam os amigos: ‘Vamos ao pequizeiro, vamos ao pequizeiro...’. É por isso”, revelou Wanildo. A Praça do Rosário, cartão-postal da cidade, está a quase 5 quilômetros de onde as garças passam a temporada.

As aves escolheram uma das fazendas da região para ter os filhotes. Os ninhos surgem, todos os anos, na mesma poção de terra, entre um pasto e um curso d’água. Durante algumas semanas, como conta Malaquias, o agricultor, o local se transforma no berçário dos pássaros brancos.

O número de ovos em cada ninho oscila de um a três. O palpite do agricultor é que os bandos – já ´que há mais de uma espécie de garças – migram do Pantanal. “Quando chegam aqui, ficam perto da gente. O serviço parece até que rende mais. É bonito ver um tanto de animais de pertinho”, disse o agricultor, ponderando que “aquela beleza toda não deve ser tocada; só apreciada”.

Malaquias diz que se alguém se atrever a pegar um ovo será advertido por ele próprio ou preso pela Polícia Militar Florestal. “Não pode pegar nem sequer encostar nos ovinhos, porque, então, os filhotes não nascem. O cabo da patrulha rural me disse que dá cadeia”, reforçou o agricultor, que planta milho, cana e o que mais vingar naquele pedaço de cerrado.

DIVULGAÇÃO
A temporada das garças na cidade atrai muita gente. Alguns registram e divulgam as imagens nas redes sociais. Wanildo Silva, o locutor e pesquisador, faz questão de dizer ter ficado encantado com a quantidade de aves. Assim que soube da chegada dos bandos em 2016, ele pegou a câmera fotográfica, percorreu uma estrada de chão batido em sua moto e se embrenhou no cerrado.

(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Diante do berçário, clicou várias vezes. “É um cenário muito bonito, concorda?”, perguntou o rapaz, que conhece a região como poucos. Um dos lugares de que ele mais gosta é o trecho de um curso d’água que forma uma piscina natural. O lugar atrai, sobretudo nos fins de semana e feriados, turistas de vários municípios do Centro-Oeste mineiro.

Dependendo da época do ano, as pessoas precisam passar na estrada de terra a poucos metros do berçário das garças. Muitos param para apreciar as aves. O passeio, na verdade, começa é ali.


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