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Estado de Minas

Voluntários perdem o almoço de Natal para servir milhares de pessoas no Restaurante Popular

Os voluntários dão a receita que os inspira e falam sobre a satisfação de ajudar quem não pode preparar a própria mesa em data tão especial


postado em 24/12/2016 06:00 / atualizado em 24/12/2016 07:26

(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

De mãos abertas para doar amor e corações alimentados pela solidariedade, moradores de Belo Horizonte vão se unir para fazer diferente o Natal de famílias carentes da cidade. Quarenta e cinco voluntários deixarão o tradicional almoço natalino com suas famílias para servir a 4 mil pessoas que nunca viram, amanhã, no Restaurante Popular Josué de Castro, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de BH. E prometem levar mais do que mão de obra para reforçar o time de 76 profissionais da prefeitura da capital escalado para o trabalho. Para eles, os ingredientes mais importante do cardápio que têm a oferecer são a doação, a entrega e o aconchego, tão fundamentais para quem não terá a oportunidade de preparar uma refeição em casa.

Os voluntários vão trabalhar diretamente com o público atendido. Vão ajudar na organização de filas, a servir as crianças, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção, a evitar desperdício “e no que mais for preciso”, como destaca a funcionária pública Nízia Furtado Defeo, de 50 anos, que se dispôs a integrar o grupo. Na empreitada, ela será acompanhada das filhas Sarah e Gabrielle Defeo, de 19 e 18 anos, respectivamente, além do marido, Décio Defeo. “Lá em casa, a gente sempre está envolvido em algum projeto de doação ao próximo. E sempre vamos todos juntos. Desde que as meninas eram crianças, participam, porque entendemos que os pais têm esse dever de ensinar aos filhos a ajudar quem precisa. Se todos fizessem assim, poderíamos um dia ter um mundo com menos desigualdades”, afirma Nízia, destacando a importância da iniciativa.

O assunto também é levado a sério pelas jovens, que dizem sentir uma satisfação enorme no trabalho. “É muito gratificante doar nosso tempo e nosso trabalho para fazer o dia de alguém melhor. É uma sensação maravilhosa”, afirma Gabrielle, emocionada. A irmã se lembra de outras ocasiões em que elas participaram de trabalhos voluntários e chama a atenção para a necessidade de que essas ações ocorram em qualquer época do ano, e não somente em datas comemorativas ou períodos de frio na cidade. “Não consigo passar por alguém com alguma necessidade e virar o rosto. Crescemos com esse ensinamento e entendemos que essa atitude é muito importante para nós”, disse Sarah. Décio, pai das jovens, fala da alegria de poder participar do almoço no restaurante. “Vamos abrir mão de estar com nossos familiares, mas felizes em levar um pouco de apoio a pessoas que tanto precisam”, diz.

Da América para o Natal em BH

Envolvido em um trabalho de segurança alimentar e agricultura familiar feito em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, o pesquisador norte-americano Zach Williams, de 29, que está há três meses no Brasil, também vai trabalhar como voluntário no almoço natalino. O tema, que já lhe é familiar, vai ficar desta vez ainda mais próximo de sua realidade. “Na época de Natal, as pessoas querem reforçar os vínculos, mas nem todos têm essa oportunidade. Quero poder, com o meu trabalho, levar um pouco de solidariedade a essas pessoas nesta data”, diz Zach.

Como em anos anteriores, a refeição será servida gratuitamente, com arroz, feijão, lombo ao molho de laranja, farofa, maionese e salada no prato principal, além de maçã e doce de amendoim de sobremesa. Serão cerca de duas toneladas de alimentos. O restaurante vai funcionar durante um intervalo de três horas, entre as 11h e as 14h.

Essa é a 22ª edição do almoço, batizado de Natal Sem Fome, Natal da Alegria, no Restaurante Popular, ação da política de segurança alimentar e nutricional da cidade. Além da refeição, os convidados receberão presentes e brindes arrecadados em uma campanha voluntária feita em parceria com Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Municipais de Minas Gerais (Fapaemg). Cerca de 8 mil brinquedos serão distribuídos. Como faz há duas décadas, o presidente da entidade, Mário de Assis, vai participar do almoço vestido de Papai Noel. “O que a gente quer é o envolvimento humano e fraterno das pessoas. Atender o irmão mais necessitado é a maior riqueza que podemos ter. Ninguém vai sair sem um abraço ou uma lembrancinha”, promete Mário.


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