
Ele foi resgatado com vários ferimentos, depois de atropelado em uma rodovia que corta a cidade. No período em que permaneceu no do setor de animais silvestre da UFU, o lobo recebeu cuidados especiais, com diversos exames, cirurgias e tratamentos pelos profissionais veterinários.
“Depois de muito esforço e dedicação, conseguiram salvar a vida do animal, que teve alta medica e pode ser devolvido para seu hábitat, onde foi reintroduzido em vida livre”, explicou o sargento Eduardo Venâncio, da 9ª Companhia da PM Independente de Meio Ambiente e Trânsito.
O local escolhido pelos militares para a soltura foi uma reserva florestal de cerrado localizada a 35 quilômetros da cidade de Uberlândia. Segundo o militar, o animal terá abundância de comida, água e abrigo, o que lhe dará grande chance de sobrevivência, com menor risco de migrar para centros urbanos.
“Ver a alegria deste lobo ao ser solto recompensa todo o esforço de cada um dos policiais ambientais, que resgatam as espécies de nossa fauna, seja por doença ou ferimentos, por serem filhotes ou apreendidos em ações contra o tráfico”, comemorou Venâncio. Ele destaca que, além dos resgates, há o trabalho incansável dos profissionais do Setor de Animais Silvestres da UFU.
“Com todo amor, dedicação e profissionalismo, eles salvam vidas e dão qualidade de vida para esses animais que chegam ao setor, em sua grande maioria debilitados. Depois de todo trabalho, somos recompensados com a celebração da liberdade deste lobo guará, que é visto por muitas pessoas como uma ameaça pelo seu tamanho, pernas longas e andar desajeitado e pela fama que é difundida de maneira errônea de ser bravo e agressivo”, assinala.
De acordo com o sargento, como outros animais silvestres o lobo-guará não ataca, mas se acuado, o faz por instinto, para se defender. Quando está com filhotes, pode ficar um pouco mais agressivo, mas a tendência é de fugir, e não atacar, diante da aproximação humana. A espécie é um dos símbolos do cerrado, e a diminuição de seu hábitat pela expansão urbana e avanço das fronteiras agrícolas o força a migrar para áreas urbanas em busca de alimento, água e abrigo. “Normalmente têm fim trágico, seja pela morte em decorrência de atropelamento ou por proprietários rurais quando se aproxima das sedes de suas casas, devido à crença de se tratar de um animal feroz”, explica Eduardo Venâncio.
