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Estado de Minas

Atraso de obras para conter rejeitos da tragédia de Mariana preocupa Ibama

Órgão ambiental também ressaltou falhas nos processos de recomposição do solo em vários pontos, ação importante para prender os sedimentos e evitar novo carreamento


postado em 25/10/2016 11:30 / atualizado em 25/10/2016 14:54

Dados do Ibama mostram que cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos ainda permanecem entre a área da Samarco onde estava a barragem de Fundão (foto) e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves(foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS - 19/10/2016)
Dados do Ibama mostram que cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos ainda permanecem entre a área da Samarco onde estava a barragem de Fundão (foto) e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS - 19/10/2016)
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) demonstrou preocupação na manhã desta terça-feira com o andamento das ações desenvolvidas pela Samarco para conter os rejeitos remanescentes do rompimento da barragem de Fundão. O desastre ambiental que varreu Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central do estado, do mapa, completa um ano no próximo dia 5, o que motivou a apresentação de um relatório pelo Ibama.

Segundo a presidente do órgão, Suely Araújo, as obras necessárias para confinar os rejeitos que ainda estão na área da tragédia e impedir que mais lama chegue ao Rio Doce estão atrasadas. Além disso, o trabalho de recomposição do solo tem apresentado falhas, causando erosão. O processo erosivo dificulta a absorção da lama pelas encostas dos rios e facilita o carreamento dos sedimentos.

Tudo isso foi levado em consideração para construir um cenário pessimista com a chegada das chuvas. O órgão estima que, na pior das situações, com chuvas acima da média histórica, cerca de 4,3 milhões de metros cúbicos de rejeitos podem chegar até o reservatório da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga.

Nessa hipótese, pelo menos 2 milhões de metros cúbicos extravasariam a represa e seriam jogados ao longo do Rio Doce, podendo representar nova carga de poluição no manancial e novas dificuldades principalmente para os municípios que captam água para abastecimento humano diretamente no Rio Doce. "Com a chuva você não sabe o que vai ocorrer entre Fundão e Candonga", diz a presidente do Ibama.

Presidente do Ibama, Suely Araújo (centro), disse que órgão trabalha com o pior cenário possível, onde existe a possibilidade de novos lançamentos de rejeitos no Rio Doce à jusante da represa de Candonga(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Presidente do Ibama, Suely Araújo (centro), disse que órgão trabalha com o pior cenário possível, onde existe a possibilidade de novos lançamentos de rejeitos no Rio Doce à jusante da represa de Candonga (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)

Suely Araújo afirmou que as obras previstas entre Fundão e Candonga serão suficientes para resolver o problema, mas não estão concluídas neste momento, quando já foi iniciada a temporada chuvosa. “A dragagem dos sedimentos em Candonga, por exemplo, era para ter começado em março e só teve início em julho”, afirma.

Segundo o Ibama, a Samarco trabalha com um cenário diferente, cuja estimativa de chegada de sedimentos em Candonga chega a 2,3 milhões de metros cúbicos. Essa perspectiva leva em consideração a média histórica de chuva para a região da tragédia ambiental e o cenário de dragagem e de obras do momento. De acordo com o superintendente do Ibama em Minas Gerais, Marcelo Belisário, no cenário da Samarco não haveria novo lançamento de rejeitos da represa de Candonga à jusante do Rio Doce.

Em nota, a Samarco informou que as obras de reforço de segurança das estruturas remanescentes estão cem por cento concluídas. Disse, ainda, que todas as obras no Complexo de Germano consideradas emergenciais e acordadas com os órgãos ambientais estão dentro do cronograma previsto. “A construção do dique S3 já foi concluída. Esta estrutura está sendo alteada em 800 mil metros cúbicos. A construção da barragem de Nova Santarém será finalizada até dezembro deste ano. O dique S4 teve suas obras iniciadas no final de setembro e deve ser concluído em janeiro de 2017. Todas as estruturas planejadas e em construção terão capacidade de reter o rejeito remanescente da barragem de Fundão”, completou.

A mineradora informou, também, que recuperou cerca de 800 hectares de vegetação até a Usina Risoleta Neves em Minas Gerais. “O trabalho foi realizado em mais de cem quilômetros de extensão visando reduzir as erosões às margens dos rios. Esta recuperação representa 100% do volume acertado pela empresa com os órgãos ambientais conforme cláusula 158 do Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) assinado em março deste ano”, disse.

Por último, esclareceu que o trabalho de revegetação já está sendo reforçado e novas ações estão sendo implementadas até o rio Gualaxo.


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