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Estado de Minas

Menina esfaqueada em creche na Pampulha teve pulmão e fígado atingidos

Mulher atingiu dois irmãos matriculados na escola, uma menina de 4 anos e um menino de 2. Ele recebeu um golpe no lado direito do tórax; a garota foi atingida por dois golpes na região do abdômen


postado em 17/09/2016 06:00 / atualizado em 17/09/2016 07:35

Depois do incidente que surpreendeu vizinhança, escolinha permaneceu fechada. Familiares de vítimas se dividem entre abalo e incredulidade(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Depois do incidente que surpreendeu vizinhança, escolinha permaneceu fechada. Familiares de vítimas se dividem entre abalo e incredulidade (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

O surto psicótico de uma mulher de 55 anos provocou pânico em uma escolinha infantil de Belo Horizonte e por pouco não evoluiu para uma tragédia. Alunos e funcionários do Centro Infantil Boomerang, localizado no Bairro Santa Mônica, na Região da Pampulha, passaram por momentos de pavor quando, na manhã de ontem, a portadora de transtornos mentais, a mãe da proprietária do estabelecimento, invadiu o local e tentou esfaquear uma empregada, ferindo duas crianças que estudam na escola.

A mulher acusada de ter desferido os golpes saiu há dois meses da cidade de Engenheiro Navarro para se tratar em Belo Horizonte de problemas psiquiátricos. Fazendo uso de remédios controlados, ela vivia com a filha, o genro e o neto. Na noite de quinta-feira, entrou em crise violenta, tentou agredir a filha e chegou a ameaçar esfaquear o próprio neto. De acordo com a Polícia Militar, foi contida pelos familiares, que a levaram para o Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam) do Bairro Santa Branca, também na Pampulha, onde passou a noite. Na manhã de sexta, depois de medicada, foi liberada pelos médicos para voltar para casa em companhia da filha. Porém, horas depois voltou a apresentar comportamento violento.

Sem o consentimento da filha, por volta das 11h30 de ontem a mulher saiu e foi para o centro infantil. A dona da escola informou que a mãe conseguiu entrar de forma tranquila na unidade, porque havia pegado as chaves. Quando lá chegou, a paciente psiquiátrica tentou golpear a facadas uma funcionária do estabelecimento, identificada pela PM apenas como Ana. A família acredita que a mulher tenha conseguido comprado a faca, já que todas as da casa haviam sido escondidas, devido ao surto.

Crianças foram socorridas às pressas no Hospital Risoleta Neves (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Crianças foram socorridas às pressas no Hospital Risoleta Neves (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
A polícia trabalha com a versão de que, em meio à confusão, a mulher atingiu dois irmãos matriculados na escola, uma menina de 4 anos e um menino de 2. Ele recebeu um golpe no lado direito do tórax; a garota foi atingida por dois golpes na região do abdômen. Ambos foram levados para o Hospital Risoleta Neves, onde receberam os primeiros socorros.

Na tarde de ontem, a assessoria de imprensa do hospital informou que o quadro de saúde das crianças era estável, sem risco de morte. A menina teve o pulmão e o fígado atingidos, o que fez com que fosse transferida para o Hospital João XXIII, em companhia da mãe. Acompanhado do pai, o menino tinha previsão de alta ainda para ontem. A avó paterna das crianças, Nenza Maria das Graças, foi visitar os netos e custava a acreditar no que ocorreu. Ainda chorando, ela disse que os netos poderiam ter morrido. “O que sinto é dor. Muita dor. Eles poderiam ter morrido. E o que a escola fez?”, questionou. Ela contou que o filho estava muito abalado e que a família não conhecia a mulher que golpeou os irmãos. “Não sabemos por que ela fez isso”, disse.

Perplexidade Na tarde de ontem, vizinhos estavam perplexos com o ataque na escola e com a movimentação da polícia na Rua Ministro Oliveira Salazar. De acordo com testemunhas, o centro infantil foi instalado no local em junho. É todo murado e tem portões de ferro que tornam impossível enxergar o interior do imóvel. Na fachada há uma faixa com dizeres de que se trata do melhor estabelecimento infantil da região. A escolinha mantinha perfil no Facebook, mas depois do incidente retirou a página do ar.

Vizinhos contam que, depois da tragédia, as portas foram fechadas e os proprietários não falaram com ninguém. Dono de uma empresa que fica ao lado da escola, Luciano Fernandes Viana estava assustado. “Foi bem chocante, ainda mais porque envolveu crianças pequenas”, afirmou. Ele disse que, apesar de estar instalada há pouco tempo no bairro, a escola goza de boa reputação. “O filho de um dos meus clientes estuda lá. Ele comentou que estava feliz, porque o menino havia apreendido a escrever depois que foi transferido para a escola”, disse. Segundo ele, era de conhecimento da vizinhança que a mãe da proprietária tinha problemas mentais.

De acordo com a Polícia Militar, a mulher foi detida e levada para a Central de Flagrantes 1, da Polícia Civil (Ceflan 1). Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a paciente iniciou tratamento no Cersam Pampulha, mas acrescentou que não há mais hospitalização para atendimento mental, sendo feito o acompanhamento do paciente de diferentes formas, de acordo com a gravidade do caso. No início do tratamento, a mulher passou cinco dias no que o serviço chama de permanência noite e dia. Com a melhora no quadro, passou a permanecer apenas durante o dia e atualmente estava sendo atendida no ambulatório, em consultas esporádicas.


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