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Estado de Minas

PF rastreia conversas de suspeito de assassinatos de mineiras em Portugal

Após Dinai Gomes negar homicídios, polícia aposta em celular, em autópsias e em depoimento secreto para esclarecer morte de mineiras


postado em 07/09/2016 06:00 / atualizado em 07/09/2016 07:41

Os delegados Marcilio Zocrato e Roberto Câmara evitaram confirmar informação da imprensa portuguesa de que a mulher de Dinai foi ouvida pela PF(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Os delegados Marcilio Zocrato e Roberto Câmara evitaram confirmar informação da imprensa portuguesa de que a mulher de Dinai foi ouvida pela PF (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)

Desvendar a trama envolvida em conversas de aparelhos celulares é uma das frentes da Polícia Federal para tentar esclarecer o assassinato das três mineiras mortas em Portugal. O principal suspeito do triplo homicídio, Dinai Alves Gomes, de 34 anos, foi preso na segunda-feira em Belo Horizonte, mas negou o crime. Sem uma confissão, a corporação aguarda a autópsia dos corpos para descobrir como as irmãs Michele Santana Ferreira, de 28 anos, e Lidiana Neves Santana, de 16, além de Thayane Milla Mendes Dias, 21, foram mortas, em Portugal, no início de fevereiro. A autópsia poderá agregar mais informações ao inquérito em uma das frentes de trabalho. O delegado Roberto Câmara, responsável pelas investigações, também analisa o depoimento de uma pessoa que estaria em Portugal na época do crime e que já foi ouvida três vezes pela polícia. Nesse momento, ainda não há uma resposta oficial para o que motivou a morte das mulheres e nem como elas foram assassinadas.

Ontem, o delegado Roberto Câmara convocou a imprensa ao lado do delegado Marcilio Zocrato, chefe regional de Combate ao Crime Organizado, para prestar esclarecimentos sobre o que a PF já sabe. Porém, os policiais disseram que a Justiça Federal em BH decretou sigilo no inquérito, o que impediu o aprofundamento nos detalhes do crime. Roberto Câmara informou que trabalha com a hipótese de que as irmãs Michele e Lidiana Santana, e Thayane Mendes Dias foram mortas no intervalo entre os dias 1º e 2 de fevereiro. “Perde-se contato com elas a partir de 2 de fevereiro”, diz o responsável pelo inquérito.

Imagem do hotel para cães, em Cascais, onde os corpos das mineiras foram encontrados(foto: João Porfírio/Semanário Sol/Jornal Assunto i)
Imagem do hotel para cães, em Cascais, onde os corpos das mineiras foram encontrados (foto: João Porfírio/Semanário Sol/Jornal Assunto i)

O jornal “i”, de Portugal, trouxe ontem a informação de que a segunda pessoa ouvida pela PF, mas que não chegou a ser presa, é a mulher de Dinai, que estaria em Portugal na data em que ocorreu o crime. Porém, o delegado Roberto Câmara não confirmou a informação. “Não tenho autorização para passar esses dados. A pessoa ouvida mora em Belo Horizonte”, se limitou a dizer o policial. Essa seria uma importante fonte de informações para tentar levantar os motivos que levaram o suspeito a tirar a vida das três mulheres. Familiares das vítimas, inclusive, acreditam que a gravidez de Michele, com quem Dinai tinha um relacionamento, pode ter sido o motivo, principalmente porque o suspeito tinha outra companheira. “Pouca gente sabia que a Michele estava grávida, como eu e minha mãe. Ela falava que o namorado tinha pedido para ela não contar. Ela estava com três meses de gestação”, diz Vinícius Santana Ferreira, irmão de Michele e de Lidiana, morador de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

ANÁLISE CUIDADOSA
Durante o cumprimento do mandado de prisão do suspeito, em uma obra onde ele trabalhava na capital mineira, a Polícia Federal também fez a apreensão de alguns objetos. Não foi divulgado se os endereços de prisão e busca foram os mesmos. “Foram apreendidos celulares e objetos que vamos analisar com maior cuidado. A linha principal de investigação nesse momento é o triplo homicídio qualificado com ocultação de cadáver”, diz Roberto Câmara. Os celulares, por exemplo, podem responder algumas questões sobre a comunicação de Dinai com pessoas no Brasil e até com os parentes das vítimas.

A Polícia Federal ainda aguarda o resultado da autópsia dos corpos, que ainda não foi concluída pela Polícia Judiciária de Portugal. Informações que também foram divulgadas pelo jornal português “i” dão conta de que, apesar dos quase sete meses em que os corpos ficaram em decomposição, o estado de putrefação não alcançou níveis exagerados e, de certa forma, os cadáveres ainda guardaram características importantes. Porém, mesmo assim não foi possível observar preliminarmente ferimentos que pudessem apontar uma causa certa, como tiros ou facadas. A necessidade de exames complementares seria o motivo do resultado ainda não estar pronto. O delegado Roberto Câmara disse que não tem conhecimento sobre o estado dos corpos e aguarda os resultados. A reportagem fez contato com a Polícia Judiciária de Portugal, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.

DÚVIDAS PERMANECEM

Perguntas que ainda não foram respondidas:

1) Por que as três mulheres foram assassinadas?

Dinai Alves Gomes, principal suspeito, nega o crime. Uma das hipóteses apontada pela família das vítimas é que Michele, com quem Dinai mantinha um relacionamento, estava grávida e o autor seria casado no Brasil.

2) Como o autor do crime matou as três mineiras?

A PF sustenta que a autópsia da polícia de Portugal ainda não foi concluída. Como o delegado do caso estima que a morte ocorreu entre 1º e 2 de fevereiro, o longo período de decomposição dos corpos exige análises mais demoradas.


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