
“A última ideia dele é trazer o hospital City of Hope para o Brasil, na intenção de ajudar os outros Romerinhos”, explica emocionado o pai, o comerciante Romero Fernandes do Espírito Santo, em entrevista ao jornal Estado de Minas, em BH. Mais uma vez, a família vai precisar da ajuda dos amigos e participantes da campanha para acessar a página #somostodosromerinho e participar do abaixo-assinado. “Em dois dias, já conseguimos perto de 2 mil assinaturas. O processo é muito rápido, mas precisamos reunir pelo menos 10 mil assinaturas”, calcula o pai, que já inscreveu a demanda no site Avazz, por meio do link https://goo.gl/A056bT. Romero, já no momento de acompanhar a internação do filho no City of Hope, teve uma conversa preliminar com a direção do hospital.
“Vamos lançar a semente do projeto”, diz o pai, que já tem o apoio declarado de uma influente esportista nascida em BH, mas radicada há mais de 20 anos nos EUA, Ester Sanches-Naek, que é mãe de um jovem da mesma idade de Romerinho. Em conversa pelo WhatsApp, Ester se comprometeu a se engajar na campanha para trazer à capital mineira o centro de pesquisa City of Hope, referência nos casos mais desafiadores de câncer. “Se for da vontade de Deus, seremos vitoriosos. Mas a vitória maior será ajudar milhares de pessoas que lutam contra essa doença”, diz.
No depoimento, Romerinho conta que a ideia de trazer o City of Hope veio da batalha diária enfrentada pelos pacientes de câncer no Brasil. “Fiz vários amigos. Não consigo me esquecer de um menino branquinho, de uns 5 anos, que chegou com um calombo grande no pescoço. Ele estava tomando a quimio. A família tinha uma condição muito simples e ele vinha do interior de Minas. Enfrentava cinco horas de estrada toda semana”, lembra o garoto, por telefone. Vale lembrar que Romerinho está há 10 anos em tratamento contra a leucemia. Em 2014, chegou a fazer um transplante de medula óssea, mas a doença reapareceu dois anos depois, em abril.
Veja o vídeo da nova campanha de Romerinho
Ninguém deve duvidar da força de vontade das pessoas envolvidas na campanha de Romerinho que, em 15 dias, mobilizaram recursos que atingiram perto de R$ 1 milhão para salvar a vida do garoto. “Assim que soubemos do diagnóstico, a médica explicou que entre 15 a 20 dias meu filho precisaria estar nos EUA para se submeter a um tratamento experimental. Era a única chance dele. Sentei-me com um amigo, conhecido há 30 anos, e pedi ajuda para criar uma rifa, ação ou campanha capaz de arranjar US$ 250 mil em pouco tempo”, revela Romero, que contou com a contribuição informal de pessoas ligadas à Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) e ao Colégio Santo Agostinho, onde o jovem estuda.
Na partida para os Estados Unidos, a esperança levada na bagagem foi tamanha que, ao refazer os exames no City of Hope, verificou-se que Romerinho teve uma melhora fora da curva no quadro de saúde. “Apesar disso, ainda não significa a cura, existe a possibilidade de tentar um passo anterior ao da pesquisa, que é mais arriscada”, afirma a médica Cláudia de Bessa Solmucci, que acompanha o caso. Ao chegar aos EUA, foi constatado que era possível tentar, antes do tratamento alternativo, uma infusão de linfócitos com as células da irmã doadora. Há possibilidade de o procedimento ser suficiente para a leucemia não voltar.
Enquanto isso, a irmã Carolina e a mãe Simone permanecem na Califórnia, ao lado de Romerinho, uma vez que tratamento deve durar pelo menos um ano. O demonstrativo da prestação de contas da campanha está publicado na internet, com comprovantes (só o hospital cobrou o depósito antecipado de R$750 mil).
