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Estado de Minas

Romerinho embarca nesta terça-feira para tratamento nos Estados Unidos

Com esperança na bagagem, adolescente que luta contra leucemia comemora sucesso de campanha de arrecadação que lhe permitirá se submeter a terapia inovadora na Califórnia


postado em 16/05/2016 20:42 / atualizado em 16/05/2016 23:10

Romero com a mãe, Simone: de malas prontas para os EUA, adolescente vai se submeter a tratamento inovador(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Romero com a mãe, Simone: de malas prontas para os EUA, adolescente vai se submeter a tratamento inovador (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Com o coração feliz e aliviado, e muita esperança na alma, o adolescente Romero Junio Silva do Espírito Santo, de 16 anos, embarca com a família nesta terça-feira, às 19h, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, em direção à cidade de Duarte, na Califórnia, nos Estados Unidos, onde se submeterá a um tratamento inovador contra a leucemia.

Graças a uma das mais movimentadas campanhas de doações já feitas, que contou com a solidariedade de milhares de desconhecidos, amigos, colegas de escola e artistas diversos, o estudante conseguiu cumprir o prazo estabelecido de 15 dias para a arrecadação de US$ 225 mil. Segundo a mãe dele, Simone do Espírito Santo, Romerinho refez os exames nesta última semana e reforçou as doses de quimioterapia para viajar nas melhores condições possíveis de saúde.

“A médica do Romerinho está esperando por ele lá, mas ainda não sabemos quando o tratamento vai começar”, contou Simone, que já está com tudo arrumado, menos as malas de toda a família, incluindo a da irmã Carolina, de 8 anos. Ela chegou a ser doadora de medula para Romerinho na primeira recidiva do câncer do garoto, em 2014. “O colégio nos ajudou com a arrecadação de ingressos da festa junina e até a professora de inglês se mobilizou para fazer a ponte para matricular a Carol para continuar estudando nos Estados Unidos, enquanto o irmão recupera a saúde”, diz a mãe, lembrando que os filhos estudam no Colégio Santo Agostinho.

A Simone e Carolina vão se mudar para os Estados Unidos para acompanhar o tratamento de Romerinho. A hematologista vai acompanhar a família, não apenas para dar apoio, mas para tentar trazer a tecnologia para o Brasil. O pai, Romero do Espírito Santo, dono de uma papelaria há 25 anos em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, acompanhará o filho nos primeiros 20 dias no país estrangeiro, até organizar as condições de moradia e de financiamento do hospital. Em seguida, volta para retomar as atividades como comerciante.

A pagina do Facebook continua ativa e será administrada pela família, com apoio da amiga que a desenvolveu, especialmente para compartilhar ações para conseguir renda para segunda fase e prestar contas. A página do Instagram será um canal de aproximação de Romerinho com os amigos, com postagens de fotos dele na Califórnia e compartilhamento da rotina.

A prestação de contas dos valores arrecadados na primeira fase da campanha está detalhada no site, que incluiu o nome da entidade de apoio ao câncer que doou as passagens da família para os EUA e outra doação que se responsabilizou pelo financiamento dos primeiros três meses na Califórnia. Na segunda etapa da campanha, que será administrada por uma amiga, será feita uma vaquinha de uma tevê de 40 polegadas doada pela loja de departamentos Ricardo Eletro.

Normalmente, 80% das crianças alcançam a cura da leucemia, mas o adolescente já enfrentou cinco recidivas. Em 2014, o garoto chegou a fazer um transplante de medula óssea, doada por Carolina, mas a leucemia apareceu logo depois no sistema nervoso central. "Como médica, posso dizer que a única esperança é o tratamento nos Estados Unidos", sentencia a hematologista Cláudia de Bessa Solmucci, que acompanha Romerinho desde o início e hoje é madrinha dele de crisma.

A especialista explica que, quando a doença volta depois de um transplante, a perspectiva de cura é muito pequena. Além disso, o coração de Romerinho já está sofrido por causa de tantos tratamentos realizados e qualquer outra exposição a toxicidade pode provocar um problema cardíaco, além da leucemia. "Procuramos um tratamento que não fosse tão tóxico e garantisse sobrevida para ele", informa Cláudia. A pesquisa que representa a esperança de cura para a família começou há cerca de quatro anos na Filadélfia, e testa a eficácia de uma mutação genética no sistema imunológico, de forma que o organismo do paciente consiga reconhecer as células doentes.

A equipe médica do Brasil já conseguiu negativar a leucemia na medula óssea e no sistema nervoso, mas, se a doença retornar antes do início do tratamento, ele pode ser impedido de participar da pesquisa. "


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