
Em audiência de mediação entre as partes, na tarde desta segunda-feira, envolvendo representantes do Ministério Público, PBH e Iate, ficou acordado que o clube vai contratar arquitetos para restaurar o prédio original, que abriga o Salão Portinari. “Havendo acordo ou não, essa reforma é essencial. Na verdade, o que justifica sobretudo a atuação no Ministério Público neste caso é o patrimônio cultural. O prédio está muito descaracterizado. O problema do anexo é a visibilidade, pois causa impacto do entorno. O bem principal que justifica essa proteção é exatamente o prédio Portinari, que está péssimo estado de conservação, com várias intervenções indevidas e descaracterizações internas”, disse o promotor do Patrimônio Cultural de Minas Gerais, Marcos Paulo Souza Miranda.
O muro em frente ao prédio Portinari também será retirado para liberação do jardim do arquiteto-paisagista Roberto Burle Marx, que está todo escondido. “A proposta é voltar ao que era antes. O objetivo é acabar com todas as intervenções descaracterizantes que ocorreram ao longo dessas décadas”, disse o promotor. Essa exigência, segundo ele, está nos três tombamentos do imóvel: do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico e Minas Gerais (Iepha-MG) e do Conselho Deliberativo Cultural Municipal. A reforma deverá ser aprovada pelos três órgãos. O Iate tem até o dia 23 para apresentar uma estimativa de custo de elaboração do projeto de restauro do prédio Portinari e dos projetos complementares.
A PBH informou na audiência que já tem reunião marcada com a Aeronáutica para discutir um possível acordo sobre a devolução do terreno cedido. “Pela PBH, foi explicitado que qualquer acordo deverá ser precedido de análise sobre a propriedade do terreno do anexo pela Câmara Municipal e pela Promotoria do Patrimônio Público da Capital”, consta na ata da audiência. (RB)
