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Estado de Minas

BH tem 25 projetos que poderiam desafogar o trânsito, mas a maioria não sai do papel

Dez estão atrasados ,mas em andamento. Outros, porém, segue na prancheta. Como o túnel ligando a Avenida Barão Homem de Melo à Barragem Santa Lúcia, por baixo da Raja Gabaglia. E o corredor alternativo para Confins, que desafogaria as avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado.


postado em 04/04/2016 06:00 / atualizado em 04/04/2016 07:32

Uma das intervenções planejadas ligaria a Avenida Barão Homem de Melo (foto) ao Bairro São Bento, com túnel sob a Avenida Raja Gabaglia(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Uma das intervenções planejadas ligaria a Avenida Barão Homem de Melo (foto) ao Bairro São Bento, com túnel sob a Avenida Raja Gabaglia (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Sobre as mesas dos projetistas da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), cuja sede fica em um edifício no chamado tobogã da Avenida do Contorno, no Bairro Funcionários, há 25 projetos viários que podem mudar o tráfego de Belo Horizonte. São obras caras, mas com potencial para aliviar a vida de muita gente que enfrenta longos congestionamentos diariamente. O caminho de quem mora no Bairro Buritis, na Região Oeste, por exemplo, ficaria livre das estreitas ligações pela Avenida Raja Gabaglia caso fosse construído um túnel que promoveria a conexão direta entre a Avenida Barão Homem de Melo, no Estoril, e o Bairro São Bento, já na Região Centro-Sul da cidade. Outro corredor já projetado finalmente desafogaria as avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, no sentido aeroporto de Confins, com uma passagem entre a Pampulha e Venda Nova, beirando os limites com Ribeirão das Neves e Vespasiano, servindo até como um caminho alternativo em caso de manifestações que fecham a Linha Verde, em frente à Cidade Administrativa. Mas os dois grandes corredores, por enquanto, existem apenas em croquis nas plantas de engenharia, aguardando serem implementados.


Dos 25 projetos em que a Sudecap trabalha, 11 são aberturas de ruas ou implantação de trechos, oito promovem alargamentos e duplicações, três integram caminhos já existentes em grandes corredores e três correspondem a ligações entre duas ou mais vias (veja quadro). Dez têm obras que já estão em andamento, cinco têm projetos em desenvolvimento, três ainda estão sendo orçamentados, dois não têm qualquer definição e um está em licitação. Outros quatro se encontram em situação embrionária, ainda em estudo de viabilidade, aguardando ordens de serviço, paralisados ou com aprovação pendente na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

A abertura de um túnel para desafogar o Bairro Buritis e a Avenida Raja Gabaglia está no projeto da Via 665. Para ser feita, essa passagem subterrânea teria de enfrentar um desnível de cerca de 10 metros, passando 95 metros abaixo da Raja Gabaglia, ao longo de pouco mais de um quilômetro e meio. Uma das entradas está programada para ser na Rua Professor Cândido Holanda, perto da Barragem Santa Lúcia, enquanto a outro desemboca na Avenida Barão Homem de Melo, perto do acesso nordeste ao Bairro Buritis. Para a estudante universitária Celina Barbi, de 20 anos, moradora do São Bento, a intervenção seria muito útil. “Nem é por melhorar as saídas do Buritis, mas porque vai melhorar o trânsito na Raja Gabaglia e na Barão Homem de Melo, onde costumo passar e há horários com muitos congestionamentos. Acho que seria um avanço para a região como um todo”, afirma.

Do outro lado do monte que sustenta a Avenida Raja Gabaglia, no Buritis, o motorista de transporte universitário André Luiz Alves, de 31, avalia que a alternativa direta entre os bairros traria mais benefícios que a redução de trânsito nos horários de pico da manhã e da tarde. “Muitos estudantes frequentam faculdades no Buritis e Estoril e a saída dessas aulas também carrega bastante as vias locais e os acessos aos bairros. Melhoraria também a passagem de quem não tem nada para fazer nesses bairros, mas precisa do caminho pela Raja”, afirma.

SONHO DE INTEGRAÇÃO
Já o corredor alternativo às avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado é parte do projeto da Via 220, que integraria, segundo a Sudecap, as avenidas Civilizações e Rua Radialista Zélia Marinho, “permitindo a progressiva implantação de um grande eixo viário de interligação das regiões Barreiro, Oeste, Noroeste, Pampulha e Venda Nova, além de se tornar uma alternativa de acesso ao Vetor Norte e ao aeroporto em Confins”. No meio do caminho há muitas indenizações, já que os bairros entre Venda Nova e Ribeirão das Neves são densamente povoados. Na Rua Radialista Zélia Marinho, o novo corredor passaria sobre córregos poluídos e áreas de bota-fora. A abertura de uma grande via é também esperança de fim de inundações. “Melhoraria muito para a região, principalmente para quem precisa ir a Venda Nova resolver problemas e evitar o Centro”, afirma o dono de uma oficina mecânica na rua, Leomar Martins Monteiro, de 45.

Ainda que não tenha uma data determinada para seu término, a Via 710 é o projeto mais adiantado da Sudecap. O complexo programado para ter cinco quilômetros fará a ligação direta entre as regiões Leste e Nordeste, unindo as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado, desviando o tráfego do Centro de BH. O investimento é de R$ 150 milhões da prefeitura e R$ 71 milhões provenientes do Programa de Aceleração do crescimento (PAC). No sábado, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) visitou o canteiro de obras na Avenida José Cândido da Silveira, em local onde serão construídos dois viadutos paralelos.

Para o mestre em engenharia de transportes Márcio Aguiar, professor de Transporte e Trânsito da Universidade Fumec, esses são projetos importantes e que em muito contribuiriam para melhorar o tráfego de BH. Contudo, não devem ter prioridade sobre outras soluções, como o investimento no transporte público. “Esses projetos são mais antigos e exigem um grande investimento. Viriam, sim, a mitigar muitos problemas de trânsito, mas o transporte público é o que estamos buscando para resolver, para retirar as pessoas do trânsito, deixando os carros em casa e usando ônibus ou metrô”, avalia.

Veja os projetos na mão da Sudecap que mudariam o tráfego na capital mineira. Via 710 é a mais adiantada (clique para ampliar)(foto: Arte EM)
Veja os projetos na mão da Sudecap que mudariam o tráfego na capital mineira. Via 710 é a mais adiantada (clique para ampliar) (foto: Arte EM)

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
À espera de verbas de estado e União

A Sudecap detalhou alguns dos projetos que avançaram além das planilhas e já estima custos, apesar de a liberação recursos depender de verbas estaduais e da União. No caso da Via 220, a implantação do corredor seria progressiva, liberando trechos sucessivos para permitir um fluxo do Barreiro a Venda Nova, “formado pelas Vias 210 e 220, incluindo pista exclusiva para o transporte público”. O traçado é de 20 quilômetros e os valores foram estimados em R$ 2 milhões para o projeto e R$ 20 milhões em intervenções. “No momento, não há previsão de liberação de recursos do Governo Federal”, informa a empresa municipal.

O túnel sob a Raja Gabaglia é parte do complexo das vias 665, 680 e 681. As três também seriam implantadas em segmentos sucessivos para “permitir a adequada ligação viária entre o Buritis/Estoril e a futura estação Salgado Filho do Metrô, incluindo faixas exclusivas para o transporte coletivo (cinco quilômetros)”. “Além dos projetos estruturadores do sistema de transporte coletivo, baseados na expansão do metrô e na estruturação de sistemas integrados e BRTs, outras medidas são propostas no tocante aos serviços de transporte coletivo”, acrescentou a superintendência. O túnel tem custo projetado de R$ 76 milhões. A interseção das vias 680, 681 e 665 custaria R$ 33,6 milhões, mas “no momento não há previsão de liberação de recursos do governo federal”.

Já a Avenida Borba Gato demanda “obras de alargamento e revitalização da via (antiga MG- 05), entre o Anel Rodoviário e Avenida José Cândido da Silveira e permitirá a integração inter-regional na porção Norte do município, com a implantação da chamada Via 590. A via terá aproximadamente dois quilômetros de extensão. Além do alargamento, estão previstos a implantação de ciclovia e passeios contínuos, além de um canteiro central com nova iluminação e sinalização. No projeto não consta corredor exclusivo de ônibus. A obra está orçada em R$ 15 milhões com recursos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e a licitação e o início dos trabalhos dependerá da legislação em relação ao ano eleitoral.


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