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Estado de Minas

Escoamento de lama da Samarco no Rio Doce durante chuvas preocupa Ibama

Segundo especialistas do órgão federal, maior preocupação, do ponto de vista ambiental, é conter o escoamento permanente de lama durante o período de chuvas


postado em 29/01/2016 20:15

Após inspeção emergencial de técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à Barragem do Fundão, em Mariana, por causa de um novo deslizamento de resíduos registrado na quarta-feira, o órgão reforçou nesta sexta-feira que a maior preocupação, do ponto de vista ambiental, é conter o escoamento permanente de lama para a Bacia do Rio Doce durante o período de chuvas.

Os especialistas do Ibama constataram que os cerca de 1 milhão de metros cúbicos de lama que se deslocaram essa semana a partir do ponto em que a barragem se rompeu (veja vídeo abaixo) foram, em grande parte, contidos antes ou pela Barragem de Santarém, que também pertence à mineradora Samarco, e armazena água.

O maior temor era que ocorresse um transbordamento em Santarém ou que a estabilidade do Dique de Sela, na Barragem de Germano, tivesse sido comprometida. Segundo o Ibama, no entanto, os equipamentos de monitoramento instalados nas barragens não registraram grandes distúrbios, indicando estabilidade nas estruturas, mesma informação divulgada pela Samarco.

Ainda assim, o Núcleo de Combate a Crimes Ambientais do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) determinou nessa quinta-feira que a mineradora refaça os cálculos do índice de estabilidade tanto em Santarém como em Germano. De acordo com os últimos dados conhecidos, ambas se encontram com índice abaixo de 1,5, o mínimo exigido pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Para o Ibama, a prioridade da empresa deve ser a contenção do escorrimento paulatino e contínuo dos 16 milhões de metros cúbicos de lama que ainda restam na Barragem de Fundão. Mais de 60 milhões de metros cúbicos de lama foram liberados no rompimento da barragem, grande parte ficou espalhado ao longo das margens nos rios da Bacia do Rio Doce.

“Para nós, o desastre ainda não cessou, ainda está em curso, visto que a fonte poluidora ainda não foi interrompida”, disse o coordenador de emergências ambientais do Ibama, Marcelo Amorim. “Toda essa lama, com essa época de chuvas, continua a ser continuamente carreada. É preciso cessar essa fonte. Se fosse um incêndio, estaríamos ainda no rescaldo, como diriam os bombeiros”, comparou.

Para solucionar o problema, a Samarco propôs a construção de quatro diques de filtragem no Alto Rio Doce, assim como o plantio de espécies vegetais de vida curta ao longo das margens para conter a lama. Ambas as soluções estão em fase de testes, segundo Amorim.


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