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Estado de Minas

No Espírito Santo, moradores se queixam da falta de atenção da Samarco

Empresários do turismo no litoral capixaba, também prejudicados pela onda de lama decorrente do rompimento da Barragem do Fundão, dizem que empresa não deu atenção a seus prejuízos


postado em 12/12/2015 06:00 / atualizado em 12/12/2015 10:03

A região de Regência, que atraía turistas, foi completamente tomada pelos rejeitos da Barragem do Fundão(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A região de Regência, que atraía turistas, foi completamente tomada pelos rejeitos da Barragem do Fundão (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Há oito anos, o empresário Fábio Gama vive do turismo no Rio Doce. Dono de uma loja de ecoturismo em Regência, distrito de Linhares (ES), onde está a foz do rio, Fábio trabalha com aluguel de caiaques, barcos e jets kis. Desde que a lama chegou ao local, no dia 21, seu trabalho parou. “Todo o lazer aqui, da criança ao idoso, era no Rio Doce. Tudo foi interrompido”, lamenta Fábio, que é também presidente da associação de moradores do povoado de Regência.

Diretamente atingido pelas consequências da tragédia, ele diz que sequer foi “notado” pela Samarco. “Eles montaram um QG bem ao lado de onde estão meus caiaques. São mais de 30 equipamentos. Não é possível que não estejam me vendo”, diz. Fábio afirma que o único contato que teve com a mineradora foi quando a empresa alugou um jetski em sua loja para levar equipamentos aos pesquisadores que analisam os danos ambientais. Foi, no entanto, um contrato normal de aluguel, sem que a empresa oferecesse qualquer tipo de ajuda financeira ao empresário, impedido de trabalhar desde a chegada da lama.

Fábio afirma que é do tipo que prefere resolver as coisas pelo diálogo e, por isso, ainda não tomou a iniciativa de acionar judicialmente a Samarco. Ele acredita que seria papel da empresa procurar todos os atingidos. Tentando outras formas de promover o turismo na região, ele não tem, ainda, um cálculo de quanto deixou de ganhar desde que teve o serviço de aluguel prejudicado. Sua renda mensal variava entre R$ 5,6 mil e R$ 6 mil, sem considerar o ganho extra do verão, que está chegando.

A chegada do verão, aliás, é uma infeliz coincidência para os empresários que vivem do turismo na região. Fábio lembra que todos, em especial os donos de pousadas, investiram e esperavam muito do próximo verão, uma vez que, com a alta do dólar, a tendência seria o aumento do turismo dentro do Brasil.

PESCADORES
No início deste mês, a Samarco fez um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Espírito Santo, se comprometendo a arcar com a renda dos trabalhadores que exerciam atividades vinculadas ao Rio Doce, seus afluentes e margens, bem como lagos, lagoas e águas marinhas também atingidos pelo impacto do rompimento da barragem. A estimativa era de que milhares de pescadores, pequenos produtores rurais, lavadeiras, extratores de areia e pedra, barqueiros, carroceiros, além de outros profissionais afetados, fossem contemplados com a pagamento do auxílio-subsistência, no valor de um salário mínimo, com acréscimo de 20% por integrante da família. Os trabalhadores também teriam direito a uma cesta básica mensal, depositada em dinheiro.

Nesta semana, no entanto, pescadores de Colatina, Baixo Guandu e Linhares voltaram a procurar o Ministério Público por acreditarem ser pouco o valor de um salário mínimo estipulado no acordo.


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