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Estado de Minas

Pontos de BH tem quantidade de ovos de Aedes aegypti três vezes maior que em 2014

Situação acende o alerta da Secretaria Municipal de Saúder por causa do risco de dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. Em Pernambuco, o Exército ajuda a combater infestação


postado em 08/12/2015 06:00 / atualizado em 08/12/2015 13:15

Lote vago no Bairro Ouro Minas onde há risco de proliferação do mosquito: especialistas cobram medidas(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Lote vago no Bairro Ouro Minas onde há risco de proliferação do mosquito: especialistas cobram medidas (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A tentativa de conter o avanço do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, terá dias decisivos em Belo Horizonte. Além do período chuvoso aliado à previsão de aumento na temperatura nos próximos dias, outro fator tem preocupado autoridades sanitárias: a incidência maior de focos nos pontos de procriação do mosquito monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o órgão, nas armadilhas que simulam ambiente para procriação, instaladas semanalmente em diferentes pontos da capital para medir o nível de infestação, foi detectada média de 60 ovos por unidade, no início de novembro, data do último resultado disponível. O número, considerado alto pela gerente de Vigilância em Saúde e Informação da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Maria Tereza Oliveira, é três vezes maior que a média de 20 ovos registrada no mesmo período do ano passado. Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde confirmou que 1.761 casos suspeitos de microcefalia foram notificados em 422 municípios brasileiros.

“O momento é de agir porque, daqui para a frente, a situação começa a piorar com a chuva e o calor”, afirma a gerente, lembrando que ações de combate ao mosquito ocorrem na capital durante todo o ano e já estão intensificadas neste período, de maior infestação. Em Belo Horizonte, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, uma ação está sendo desenvolvida em parceria com a Defesa Civil municipal, mas as diretrizes ainda não estão definidas. Ontem, o governo de São Paulo anunciou força-tarefa com 30 mil policiais militares e agentes de Defesa Civil para atuar no combate a criadouros. Em Pernambuco, estado brasileiro com maior casos de microcefalia investigados por associação ao zika vírus, o Exército já está nas ruas de Recife para conter a infestação do Aedes.

Em BH, além da alta percebida no número de ovos, outros fatores indicam que é preciso ampliar os cuidados. Além do registro de quatro casos de chikungunya na capital – de pessoas que chegaram doentes de outros estados – e de três casos de microcefalia investigados por possível associação ao zika vírus, os 15.458 casos confirmados de dengue até 24 de novembro já superam em cinco vezes o total de 3.037 casos registrados em todo o ano passado. Outro fator negativo foi apontado no último Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), em outubro. Segundo a SMSA, a análise mostrou que 86% dos focos do mosquito se concentram dentro das residências. “Isso mostra que a participação da população no combate ao mosquito é fundamental”, avalia Maria Tereza Oliveira.

Estratégias Para especialistas, é preciso adotar táticas mais efetivas no combate ao mosquito. O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, defende parcerias com policiais militares, Defesa Civil e até mesmo com o Exército. “Consideramos, sim, essa possibilidade. Os números mostram que o trabalho que vem sendo feito não está sendo suficiente”, avalia.

As técnicas mais tradicionais de combate aos focos consistem em evitar o armazenamento de água parada, limpar calhas e caixas d’água com frequência, evitar acúmulo de lixo e colocar areia nos pratos e vasos de flores. Mas basta uma volta pela cidade para flagrar problemas. Na Rua Padre Argemiro Moreira, no Bairro São Gabriel, por exemplo, é grande o volume de lixo acumulado em um terreno vizinho a muitas residências, o que evidecia o descuido no combate aos focos do mosquito. “Trabalho aqui há dois anos e nunca vi uma limpeza nesse terreno”, conta o comerciante Isnaldo Reis Sampaio, de 28 anos, que tem uma mercearia próximo ao local.

De acordo com SMSA, as ações de combate ao Aedes incluem visitas domiciliares feitas pelos Agentes de Combate a Endemias (ACES), mutirões de limpeza, combate aos focos, ações de mobilização social e palestras em empresas e escolas. A secretaria informou ainda que, apesar de ter descartado o uso de fumacê em vias públicas, usa o produto químico Ultra Bate Volume (UBV) Costal, aplicado nas áreas de maior ocorrência e transmissão da doença, como quintais e lotes vagos. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que está em alerta, especialmente com a situação nos estados da Região Nordeste do país. A pasta informou que lançou recentemente a Campanha Dengue 2015/2016 e anunciou a liberação de R$ 36 milhões para apoio às ações de combate em todo o estado.


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