
De acordo com o empresário e pescador esportivo Alexandre Estanislau, um dos criadores do grupo, o 'Projeto Viva Rio Doce' pretende resgatar espécies típicas de afluentes que não foram atingidos pelo desastre, fazer reprodução dos peixes em cativeiro para, depois, realocá-los em locais planejados. "A intenção é que essas populações gradualmente encontrem condições de vida no próprio Rio Doce, e assim se desloquem desses afluentes 'berçário' para o grande rio na medida em que suas águas forem se recuperando", explica.
Segundo Estanislau, a principal e mais difícil etapa do projeto é reproduzir as condições para promover a reprodução das espécies em laboratório, ou cativeiro. "Vamos trabalhar com os órgãos responsáveis, como o Ibama, e teremos o apoio de entidades, empresas e profissionais, que não cobrarão pelos serviços prestados", conta. "O programa fará uma parceria com a Fazenda Paraná, que faz este trabalho para a Bacia do São Francisco e contará com uma consultoria e três biólogos especialistas em ictiofauna que já trabalharam na bacia do Doce" completa.
O biólogo Pedro Guimarães, um dos profissionais envolvidos, diz que o tempo estimado de reprodução pode variar de 4 a 6 meses. "O processo envolve a captura de matrizes no rio. Essas matrizes são levadas pra estações de psicultura e na época reprodutiva, entre novembro e janeiro, elas são monitoradas quanto à maturação das gônadas pra realizar a fertilização artificial", detalha.
A plataforma ainda permanecerá aberta nos próximos 40 dias para a arrecadação. Quem quiser contribuir com o projeto pode acessar a página de crowdfunding nesse link. Ainda segundo Estanislau, todo o recurso recebido será bem aproveitado. "Com a economia do jeito que está é difícil. Muitas pessoas também não tem condições de doar. Mas vamos fazer o máximo com o que a gente conseguir. A tragédia amplificou um senso de preservação que está muito forte agora", argumenta.
