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Estado de Minas

Alagamento é ameaça em 88 endereços de Belo Horizonte; saiba quais

Inundação em Venda Nova pode se repetir em todas as regiões da capital. Falta de obras agrava a situação


postado em 30/10/2015 06:00 / atualizado em 30/10/2015 12:54

Placa avisa sobre risco de alagamento no córrego cachoeirinha, na Avenida Bernardo Vasconcelos, no Bairro Palmares (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Placa avisa sobre risco de alagamento no córrego cachoeirinha, na Avenida Bernardo Vasconcelos, no Bairro Palmares (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)

O alagamento que na terça-feira arrastou 60 carros na Avenida Vilarinho, em Venda Nova, deixou em alerta moradores e motoristas que passam por outros pontos de Belo Horizonte sujeitos a inundações. Com a previsão de novos temporais durante o período chuvoso, que vai até março, há temor de prejuízos e tragédias em áreas com histórico de problemas como as avenidas Prudente de Morais (Região Centro-Sul), Cristiano Machado, Bernardo Vasconcelos (Nordeste) e Francisco Sá (Oeste). Para agravar o problema, obras que poderiam minimizar riscos nessas regiões não ficaram prontas a tempo.


De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), há mais de 80 pontos críticos com risco de alagamento na capital, distribuídos pelas nove regionais (veja lista ao lado com os 88 endereços). Segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, “acabar com o problema das inundações, só mesmo com intervenções”. Porém, obras em áreas críticas como as das avenidas Prudente de Morais (Região Centro-Sul), Francisco Sá (Oeste), Cristiano Machado e Bernardo Vasconcelos (Nordeste) têm conclusões previstas apenas entre o segundo semestre do ano que vem e o fim de 2017.

O professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Márcio Baptista, confirma os pontos citados pela Defesa Civil como de maior gravidade em BH e vê a necessidade de serviços para evitar novas enchentes. “A Avenida Vilarinho é problemática, trata-se de uma obra antiga que precisa ser refeita”. Ele recomenda ainda que a população tenha cuidado ao passar, durante tempestades, “em pontos críticos para alagamento, como áreas da Avenida Cristiano Machado perto da Bernardo Vasconcelos” .

A preocupação é imediata para moradores e comerciantes da Bernardo Vasconcelos, no Bairro Palmares, quando as nuvens começam a ficar carregadas. Frentista em um posto de combustíveis, Genilson Pereira conta que já perdeu as contas de quantas vezes o córrego que passa pelo meio da via transbordou e arrastou carros, invadiu lojas e levou mercadorias. “Os carros descem arrastados pela água e ficam todos empilhados ali”, aponta o frentista. “Da última vez, precisamos tirar uma mulher de dentro de um
Citroën”, lembra.

O supermercado ao lado do posto precisou ser construído acima do nível da rua, para não ser inundado. “Carros, mercadorias de lojas, tudo desce com a enchente”, disse o auxiliar administrativo João Vitor Lima de Oliveira. Segundo ele, os clientes do supermercado ficam todos sem poder sair. “As pessoas que estão na rua correm para dentro do supermercado e algumas chegam a subir nos pontos de ônibus”, completa a operadora de caixa Alesca Luíza Alves dos Santos, de 20. Em um prédio em frente, os moradores tiveram de construir uma mureta em volta do estacionamento para proteger os veículos.

Comerciantes da Avenida Sebastião de Brito com Cristiano Machado, no Bairro Dona Clara, na Pampulha, também convivem com o problema. “A avenida fica totalmente intransitável até 30 minutos depois que para de chover. A água toma conta de tudo e nem carro passa”, reclama o comerciante Daniel Silveira Ataíde. Como na Bernardo Vansconcelos, também há placas no local alertando as pessoas sobre riscos em momentos de chuva forte.


IMPERMEABILIZAÇÃO O professor Márcio Baptista, da UFMG, lembra que a impermeabilização da cidade aumentou o risco de alagamentos. “Há registros de inundações desde 1920. Com o tempo, a capital, foi sendo impermeabilizada, num processo radical. Córregos foram retificados, como o Acaba Mundo, que faz curvas de 90 graus dentro de galerias, perto da Avenida do Contorno”, afirma. Para resolver a situação, só mesmo com obras. “São necessárias novos sistemas de escoamento, como galerias, em diversos pontos. A prefeitura deve estudar e fazer projetos para evitar novas inundações. Para se ter uma ideia, há 300 córregos perenes na cidade”, acrescenta.

A PBH, por meio da Sudecap, informou que são executadas, em toda a cidade, intervenções de prevenção e combate a inundações, totalizando o montante da ordem de R$ 1,29 bilhão (empreendimentos concluídos a partir de 2009 e em andamento). Sustenta também ter assegurado R$ 1 bilhão para execução de outros empreendimentos. Em 2015, sustenta a prefeitura, foram investidos R$ 300 milhões em obras e projetos de prevenção de inundações e manutenção em galerias, bacias de detenção e contenção de encostas.

(foto: Arte)
(foto: Arte)

 


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