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Estado de Minas

Fórum das Águas discute escassez hídrica no Instituto Inhotim, na região metropolitana

Evento, que termina nessa sexta-feira, trata também do projeto de saneamento e implantação da rede de esgoto na Bacia do Paraopeba, principal afluente do Rio São Francisco. É aberto ao público


postado em 22/10/2015 19:30 / atualizado em 22/10/2015 20:52

Em Brumadinho, estão adiantadas obras da Copasa para captação de água do Rio Paraopeba(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 19/10/15)
Em Brumadinho, estão adiantadas obras da Copasa para captação de água do Rio Paraopeba (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 19/10/15)

O reflexo da seca no estado é um dos pontos discutidos durante a terceira edição do Fórum das Águas, que termina nessa sexta-feira, no teatro do Instituto Inhotim, em Brumandinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O evento é realizado pelo Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (Cibapar). As ações a serem realizadas para combate ao problema da seca ganham corpo na discussão do tema do evento “Cidades Sustentáveis e seus Desafios”. Tema que, na opinião do ambientalista Procópio de Castro, membro do Comitê da Bacia do Rio das Velhas, precisa ser mais bem discutido e aplicado. “Os licenciamentos ambientais não consideram uma visão sistêmica das bacias hidrográficas nem o processo de sustentabilidade. Furar um poço resolve o problema de fornecimento imediato de água, mas é preciso avançar na sua proteção”, afirma. “Nos últimos 30 anos, não houve nenhuma política de proteção e recuperação dos sistemas”, acrescenta.

Procópio de Castro lembra que Minas Gerais era considerado a “caixa d'água do país”. Mas, segundo ele, devido às múltiplas disputas no uso da água, ela está desaparecendo. O especialista defende o monitoramento e o tratamento da água como um todo. “O rio tem que ser vivo. E isso não é conversa de ambientalista. É preciso haver uma mudança de paradigma e de necessidades. A água tem que ser tratada quando é retirada e também quando é devolvida ao sistema”, pondera, condenando o imediatismo que leva em consideração somente o conforto humano e lembrando que é necessário investir na proteção dos mananciais, das matas ciliares e nascentes dos rios, além da melhoria na qualidade e quantidade do tratamento do esgoto.

O andamento do projeto de saneamento e implantação da rede de esgoto na Bacia do Paraopeba, principal afluente do Rio São Francisco, aliás, é outro tema discutido durante o fórum. Dentro do programa de gestão, um dos objetivos é desenvolver ações de conscientização voltadas para a população e para os representantes dos 48 municípios mineiros impactados. De acordo com o presidente do Cibapar, Breno Carone, com muito esforço já se conseguiu melhorar a situação da bacia, mas é preciso alinhar as gestões na esfera da administração pública dos grandes centros urbanos para minimizar o impacto do desequilíbrio ambiental e da visível escassez dos recursos naturais.

O projeto teve início em 2014, quando o Cibapar, informado sobre recurso financeiro de ação compensatória da Petrobras a ser aplicados na Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, entrou em contato com o Ministério Público de Minas Gerais e apresentou um planejamento para captar recursos para a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs) em municípios da bacia. A empresa Projeta Consultoria e Serviços Ltda foi então contratada para elaborar os PMSBs dos municípios Bonfim, Brumadinho, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Florestal, Igarapé, Jeceaba, Maravilhas, Mateus Leme, Pequi, Queluzito, São Brás do Suaçuí, São José da Varginha e Sarzedo, sendo posteriormente incluídos os municípios de Mário Campos e Rio Manso. Até o final de 2015, os municípios deverão ter um Plano Municipal de Saneamento Básico que abrange quatro eixos do saneamento (abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem urbana e manejo de águas pluviais).

Encerram o evento, nessa sexta-feira, o sub-secretário de Água Clima da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal, Sérgio Ribeiro; a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Ganon; o especialista em mudanças climáticas e sustentabilidade e consultor internacional de projetos em organizações ambientais, Milton Nogueira; os coordenadores do Água nas Escolas da Unesco Igor Tameirão e a atriz Cléo Pires, além do também representante da Unesco, Miguel Dória, da Política da Educação para as Águas.

Serviço
O fórum é realizado no Teatro do Instituto Inhotim, Rua B, 20, Brumadinho, das 9h às 18h. O evento é aberto ao público e pede-se um 1kg de alimento não perecível. Mesmo que a inscrição não tenha sido feita antecipadamente, o interessado pode comparecer, que será credenciado. Informações no site do Cibapar.


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