

Entre os 10 agraciados no país este ano pelo Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco (MowBrasil), Minas recebeu dupla premiação, pois, além do TRT-MG/3ª Região, foi selecionado o Acervo da Comissão Construtora da Nova Capital (Belo Horizonte – 1890-1903), apresentado pelo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH) e Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), ambos vinculados à Fundação Municipal de Cultura (FMC) e Arquivo Público Mineiro da Secretaria de Estado da Cultura.
SILICOSE As desembargadoras lembraram que o conteúdo serve de alerta para a saúde dos trabalhadores, pois a maioria dos processos se refere à atividade minerária na região metalúrgica, principalmente na antiga Mina de Morro Velho, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde muitos empregados tiveram silicose. Trata-se uma grave doença que ocorre nos ambientes ocupacionais e acomete operários expostos à poeira sílica, resultando em danos irreversíveis ao pulmão. No acervo, há processos judiciais trabalhistas sobre dissídios individuais e coletivos desde o ano (1941) de instalação da Justiça do Trabalho no Brasil a 2005, limite de abrangência do último edital que definiu o atual patrimônio documental permanente do TRT-3ª Região. No conjunto, há documentos escritos, fotografias e laudos periciais.
Segundo o TRT, o diferencial do material está num tema específico: as condições de trabalho na mineração e as doenças profissionais delas decorrentes. Na elaboração da proposta apresentada ao comitê da Unesco, estiveram envolvidas diretamente as desembargadoras Maria Laura e Emília, a juíza Maria Cristina Diniz Caixeta e a equipe do Centro de Memória e da Escola Judicial: historiadora Maria Aparecida Carvalhais Cunha, Márcia Aquino, da Secretaria da Escola Judicial, Fernando Marcos Mesquita, Renata Maria Safe e Luciana Engler, com destaque para a iniciativa do desembargador Lucas Vanucci Lins, em preservar a documentação quando atuou como juiz titular.
