A região metropolitana de Belo Horizonte tem o quinto menor índice de vulnerabilidade social (IVS) entre as 16 regiões metropolitanas analisadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A RMBH subiu duas posições em 10 anos e, ao reduzir o IVS de 0,418 para 0,303, conseguiu sair da classificação de alta para média vulnerabilidade. Os dados são da publicação Índice de Vulnerabilidade Social – Regiões Metropolitanas, divulgada ontem.
O trabalho foi desenvolvido em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e apresenta a evolução das 16 regiões metropolitanas entre 2000 e 2010, identificando situações indicativas de exclusão e vulnerabilidade social, levando em conta os fatores infraestrutura urbana, capital humano, e renda e trabalho.
Segundo a coordenadora administrativa do projeto dentro da Fundação João Pinheiro, Maria Izabel Marques do Valle, em BH e região o fator que mais influenciou foram as melhorias ligadas emprego e renda. A infraestrutura urbana, no entanto, precisa melhorar bastante.
“Destacam-se os indicadores referentes à população desocupada com 18 anos e mais, e pessoas em domicílios com renda per capita menor que meio salário mínimo e com dependentes idosos. Esses dois indicadores diminuíram, contribuindo para a redução da vulnerabilidade. Já o percentual de pessoas com 18 anos e mais e sem ensino fundamental completo e com ocupação informal continua crítico, apontando para a necessidade de investimentos nesse grupo”, informa.
Anda de acordo com Maria Izabel, na RMBH, em 2000, o IVS mostrava que as regiões Centro e Centro-Sul, de BH e Nova Lima basicamente, eram as que concentravam as vulnerabilidades baixa e muito baixa, enquanto os eixos leste e oeste da RMBH em geral mostravam regiões com alta e muito alta vulnerabilidade. “Em 2010, o Centro e Centro-Sul ampliam as vulnerabilidades baixa e muito baixa e o entorno melhora significativamente, com média e baixa vulnerabilidade em geral, mantendo-se como alta vulnerabilidade os municípios de Caeté e Esmeraldas”, continua. Ela acrescenta que não há nenhuma região com muito alta vulnerabilidade.
Das regiões que obtiveram melhor desempenho na redução do IVS, o destaque ficou com o Vale do Rio Cuiabá, com redução de 31,1%, o que fez com que a região subisse da sexta para a segunda posição entre as regiões metropolitanas com menor vulnerabilidade. Por outro lado, foi a região metropolitana de Goiânia que menos desenvolveu, com redução de apenas 21,6% do IVS, o que a fez cair do quarto para o oitavo lugar em 2010.
O pior IVS entre as regiões analisadas foi registrado em Manaus, única região com classificação de vulnerabilidade alta (0,415) em 2010. No ano 2000, a região de Manaus já era a pior classificada, na época com classificação de vulnerabilidade muito alta (0,560). Mesmo assim, houve redução de 25,9%.
Confira a evolução das 16 regiões metropolitanas pesquisadas: