Durante a Segunda Guerra, vários países, tanto Aliados como do Eixo – tentaram desenvolver uma arma definitiva para pôr fim ao conflito, que dizimou milhões de vidas, e garantir um poder excepcional de domínio sobre os outros. Enfim, supremacia. “Alemanha, Estados Unidos e a então União Soviética fizeram pesquisas para obter uma arma nuclear, mas os EUA tiveram vantagem. É que, durante a guerra, muitos cientistas europeus migraram para os EUA e foram recrutados no Projeto Manhattan, que tinha o objetivo, exatamente, de fazer a primeira arma nuclear”, afirma o professor de história contemporânea da PUC Minas Alysson Parreiras Gomes.
O Projeto Manhattan começou em 1938 e o primeiro teste atômico ocorreu em Alamogordo, no Novo México, nos Estados Unidos, em 16 de julho de 1945. “Os alvos Hiroshima e Nagasaki não foram planejados e sim escolhidos aleatoriamente, talvez por questões de visibilidade. Não eram bases militares, havia apenas civis”, diz o professor, lembrando que a destruição atingiu uma área de 10 quilômetros de metros quadrados. “Houve liberação de ondas de calor e de choques, altamente destrutivas. As pessoas foram incineradas. O cogumelo nuclear chegou às nuvens, se condensou e caiu em forma de chuva radioativa. O pior é não ter havido controle sobre a contaminação, pois o material radioativo penetrou no lençol freático”, explica Alysson.
IMAGENS Para o professor, o lançamento das bombas deveria ter sido evitado. “A guerra estava vencida, embora o Japão não tivesse assinado a rendição. Na verdade, a destruição de Hiroshima e Nagasaki foi uma demonstração de forças dos EUA, uma questão de ordem moral”, afirma.
O episódio já foi escrito, filmado e ainda rende muitos estudos. Para os brasileiros, certamente, não há nada tão comovente como os versos do poeta Vinicius de Moraes, de 1954, em Rosa de Hiroshima.
ROSAS DE VINICIUS
Mas oh não se esqueçam/Da rosa da rosa/Da rosa de Hiroshima/A rosa hereditária/A rosa radioativa/Estúpida e inválida/A rosa com cirrose/A antirrosa atômica/Sem cor sem perfume/Sem rosa sem nada.