
A professora Jane de Almeida Neves Borges, de 51, mora em um arranha-céu perto dali. Da varanda do apartamento ela observa o movimento na Praça Ney Werneck. “É como se fosse o jardim do meu prédio. A praça é um lugar de humanização, um ponto de encontro. Hoje, você não tem mais tempo para visitar as pessoas e sempre venho à praça com o meu netinho de 2 anos”, disse Jane.
A praça é adotada por uma escola do bairro, que usa o espaço para eventos recreativos. “A venda de coco e picolé é permitida na praça aos domingos. Venho sempre com o meu marido. Só falta o mar”, disse Jane. A administradora de empresa Roberta Fagundes, de 37, mãe de Pedro e Maria, conta que se mudou para o Belvedere há pouco tempo e que ficou muito feliz ao descobrir a praça. “É um lugar bonito, com muito verde, muito bem cuidado e seguro. É muito bom ter uma pracinha perto da sua casa.”

A Praça Urupês, no Bairro Renascença, Região Nordeste, é adotada pela dona de um bar em frente. É no pequeno espaço gramado e com alguns bancos que os moradores se encontram para beber, cantar e sambar. A cabeleireira Paula Scarpelli, de 42, trabalha em um salão em frente e fica o tempo todo observando a movimentação na praça pela vitrine. “Aqui todo mundo se conhece, todo mundo se cumprimenta. É uma cidade do interior dentro da capital”, compara Paula. “A gente começa a cantar e daí vira uma festa. Todo mundo unido”, completa a dona de casa Vera Lúcia Alves, de 53. O movimento na pracinha é maior de sexta-feira a domingo, segundo elas.
AGORA, COM A FILHA O médico Geraldo Carvalho, de 35, passou a infância brincando na Praça Alberto Mazzoni, no Colégio Batista, Região Leste. Ele cresceu, passou a adolescência e viveu bons momentos da sua vida adulta naquele espaço público. Hoje, casado, mora em São João del-Rei, no Campo das Vertentes, mas não deixa de visitar a pracinha quando vem à capital para ver a mãe. Agora, ele vai à praça acompanhado da filha Ana, de 2, e os dois se divertem muito nos brinquedos. “A praça é o melhor lugar para distração das crianças. Em São João del-Rei ela tem poucos espaços como este”, disse o pai.
O aposentado Evergisto Ferreira de Souza, de 86, chega a passar a tarde inteira na Praça Alberto Mazzoni. Ele é de Sergipe e todo ano passa alguns meses na casa da filha, que mora no Bairro Floresta, ao lado do Colégio Batista. “Achei essa pracinha e me encantei por ela”, disse o aposentado, cuidando do cão da sua neta. “O ar aqui é fresco, tem um ventinho bom, tranquilo”, comentou Evergisto, que aproveita para se exercitar na academia pública instalada no local e não volta para casa sem comer abacaxi.
