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Estado de Minas

Empresária que tem oito filhos, cinco adotados, mostra que no coração sempre cabe mais um

É com simplicidade e carinho que ela justifica: "Sou uma pessoa de poucas vaidades e uma delas é proporcionar cultura aos meus filhos"


postado em 10/05/2015 08:43 / atualizado em 10/05/2015 08:49

Aildes Vaz apresenta três dos cinco filhos de coração: Talita, Gleisson e Vitória(foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)
Aildes Vaz apresenta três dos cinco filhos de coração: Talita, Gleisson e Vitória (foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)


Em 1999, Aildes estava em sua casa quando ficou sabendo de um programa social que proporcionava a crianças órfãs a oportunidade de passar o período de férias de fim de ano na casa de uma família. Jéssica, na época com 11 anos, acabou sendo mandada a casa de Aildes, mas nunca chegou a retornar ao abrigo de onde viera. “Sabia que íamos adotá-la”, relembra a empresária. Depois de conversar com o marido e com os outros três filhos biológicos veio a decisão de adotar a garota. “Conversei e pedi a aprovação de todos, mas quando a vi sabia que ela seria nossa filha “, diz. A ideia de adotar uma criança, entretanto, não surgiu com a oportunidade de Jéssica. Há alguns meses, Aildes já havia cogitado a possibilidade de adotar uma criança e entrou na fila de candidatos para encontrar uma. Sem saber que a família já havia cumprido seu objetivo de adoção, a assistente social entrou em contato e comunicou que havia irmãos gêmeos e uma irmãzinha disponíveis. “Disse a ela que adotar os gêmeos seria irresponsável de nossa parte, mas não resistimos em ficar com a irmãzinha”, conta. Foi assim que Talita entrou para a família Vaz.

Desde que Jéssica e Talita foram morar com Aildes e o marido Cornélio, a prática da adoção não abandonou mais o casal que possui uma empresa fornecedora de aquecedores solares. Isso porque, logo depois, eles também adotaram Daiana, Gleyson e Vitória, que somados aos biológicos Daniela, Priscila e Júlia formam uma grande família cujos filhos se dividem entre crianças, adultos e adolescentes. “Tenho muita sorte de fazer parte dessa família”, conta Daniela, que já tinha 20 anos quando sua mãe iniciou as adoções. “Lembro-me de uma vez que fui buscar Talita na escola e uma coleguinha me olhou desconfiada, como quem não acreditava que eu era parente dela pela nossa diferença de cor. Na mesma hora, ela saiu do outro lado da sala e gritou que sim, eu era irmã dela, mas ela era adotiva”, emociona-se Daniela, com a certeza de que a transparência foi um dos valores bravamente cultivados pela mãe.

história Nascidos com déficit cognitivo, doença que altera a forma como o sujeito processa as informações, Daiana e Gleyson, por sua vez, constituem casos especiais na vida de Aildes. “Fiz questão de eu mesma ensinar os dois a ler, na marra, porque sabia o quanto isso seria importante para o futuro deles. O médico chegou a dizer que Gleyson chegaria aos 40 anos com cabeça de cinco. Hoje ele é menor aprendiz nos correios e ajuda o pai em diversas atividades”, orgulha-se a super mãe.
A verdade é que, nem no mais profundo sonho, Aildes pensou que chegaria a comandar tantas pessoas e sequer que teria oito jovens sob sua tutela, já que ter filhos nunca fez parte das prioridades da empresária. “Todas as minhas três filhas biológicas nasceram de gravidezes não planejadas”, exemplifica. As oportunidades da vida, entretanto, rumaram para que toda sua preocupação com questões sociais e bem-estar do próximo a incentivassem a aumentar a família a cada vez que tivesse vontade de dar afeto e contribuir para a criação de uma criança desfavorecida. “Sou uma pessoa de poucas vaidades e uma delas é proporcionar cultura aos meus filhos. No caso da adoção, bastou que eu estendesse um pouco o trabalho que já vinha fazendo com os outros, por isso considero fenomenal a oportunidade que tive de propiciar isso a um maior número de pessoas”, confessa. Sobre o que teve de fazer para dar conta de educar as oito crianças, ela não hesita. “Bastou estender todo o carinho e vontade de educar que haviam em mim.”

Momento de união Hoje, a família Vaz e principalmente Aildes passam por uma situação complicada, já que Daiana se encontra no hospital em estado grave há mais de dois meses tratando-se de uma possível epilepsia mioclônica progressiva. “Tenho passado dias inteiros no CTI com minha filha, esperando alguma melhora, mas tudo parece distante e sem solução neste momento”, emociona-se. Provida de esperança, Aildes confia piamente na cura da filha e conta com o apoio dos outros sete filhos para se motivar. “Está sendo doloroso esperar por uma resposta dos médicos, mas estou confiante. Só quero que minha filha fique bem”, declara.

Diante de situações adversas como a hospitalização de Daiana, faz-se necessária a união de todos os filhos, que juntos conseguem reconfortar a mãe. Biológicos ou adotivos, Aildes faz questão de frisar que todos são amados igualmente, sem nenhuma restrição ou preferência. “O fato de alguns deles não terem nascido da minha barriga é um mero detalhe. Costumo dizer que eles tinham que ser meus e assim foi”, emociona-se.


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