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Estado de Minas

Maternidade Odete Valadares cancela cirurgias programadas por falta de anestesista

De janeiro até abril, 54 procedimentos deixaram de ser realizados


postado em 14/04/2015 06:00 / atualizado em 14/04/2015 06:53

Fhemig diz que greve de servidores estaduais foi responsável por parte dos cancelamentos de operações(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 27/5/14)
Fhemig diz que greve de servidores estaduais foi responsável por parte dos cancelamentos de operações (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 27/5/14)

Cinquenta e quatro cirurgias eletivas (pré-agendadas) foram canceladas este ano na Maternidade Odete Valadares, no Bairro Prado, na Região Oeste de BH, por falta de anestesista. A denúncia é da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais da Fhemig (Asthemg), que anunciou que entrará esta semana com uma ação na Justiça contra o governo do estado, por “negligência administrativa”. Segundo a diretora da Asthemg, Mônica Abreu, foram suspensas 18 em janeiro, 15 em fevereiro, 15 em março e seis em abril. “Não são cirurgias de emergência, são programadas, e a Fhemig poderia deslocar anestesistas de outros hospitais para o Odete Valadares”, afirma a diretora da Asthemg.


Ainda segundo ela, o Hospital Alberto Cavalcante, referência em oncologia, no Bairro Padre Eustáquio, Região Noroeste da capital, não conta com aparelhos para medir pressão e glicose. “No caso da glicose, os próprios funcionários têm que comprar o aparelho por conta própria”, afirmou.


Ambulâncias da Casa de Saúde Padre Damião, em Ubá, Zona da Mata, também estariam sendo usadas de forma irregular. “Já flagramos ambulâncias transportando instrumentos musicais, antenas e cama. Enquanto isso, os pacientes precisam de transporte e não têm”, disse Mônica, lembrando que a denúncia será levada à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, amanhã.


Zelita Maria de Oliveira, de 60 anos, portadora de hanseníase, vive há 40 anos na Colônia Padre Damião e reclama da falta de ambulância. Diz que foi diversas vezes para fazer exames em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e teve de pagar o transporte com o dinheiro da sua pensão. “Ubá não tem os aparelhos para os exames e somos encaminhados para outras cidades. A ambulância aqui só serve para transportar madeira e tijolos, em vez de carregar seres humanos. Aqui falta atendimento médico e os exames são todos deixados para depois. Não temos medicamentos, não temos nada”, reclama a paciente, que diz sofrer de problemas na coluna e que já foi submetida a 11 cirurgias. “O dinheiro da minha pensão não chega a um salário mínimo e qualquer tanto que a gente gasta com transporte ou remédio faz falta depois”, afirma Zelita.

Greve A Fhemig admite o cancelamento de cirurgias na Maternidade Odete Valadares, em quantidade inferior à apontada pela Asthemg, mas não informou o número exato. “No ano passado e até meados de janeiro deste ano, houve realmente cirurgias canceladas por falta de profissionais de anestesiologia no mercado, problema enfrentado em vários hospitais. Após esse período, o problema foi resolvido. Cirurgias foram canceladas depois de fevereiro por causa da greve dos servidores da saúde e pelo não cumprimento da escala mínima de trabalho nos blocos cirúrgicos. Para a segurança dos pacientes, as cirurgias foram canceladas”, informou a Fhemig.


Sobre a denúncia de ambulâncias usadas para outros fins na Colônia Padre Damião, a Fhemig diz que existe uma escola estadual dentro da colônia e que o veículo foi usado para transportar materiais emprestados pela Secretaria Municipal de Educação da cidade para ensaio dos alunos para o desfile de Sete de Setembro. “O traslado demorou 10 minutos e o veículo foi desinfectado depois. Outras duas ambulâncias estavam à disposição dos pacientes no dia”, afirmou. Ainda segundo a Fhemig, uma ambulância antiga foi descaracterizada e transformada em carro administrativo, para transporte de materiais, como tijolos.


A Fhemig afirma ainda que na colônia são 118 pacientes que fazem parte da Autorização para Internação Hospitalar dos Portadores de Hanseníase (AIH5), que recebem medicamentos e transporte para outros municípios, mas a paciente Zelita, embora vivendo no local, não está incluída. A entidade também nega as denúncias de falta de aparelhos no Hospital Alberto Cavalcante.


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