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Estado de Minas

Chuva durante 40 minutos derruba ao menos 22 árvores e trava trânsito em BH

Apesar dos transtornos, pancadas superaram média em março e fevereiro, subindo nível dos reservatórios


postado em 31/03/2015 06:00 / atualizado em 31/03/2015 06:50

Árvore de grande porte caiu na Praça da Liberdade(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Árvore de grande porte caiu na Praça da Liberdade (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A forte chuva que assustou os belo-horizontinos ontem deverá continuar até amanhã, de acordo com o Tempo Clima PUC Minas. Cerca de 40 minutos de pancada, com rajadas de vento, raios e granizo foi o suficiente para deixar vários pontos da capital alagados e complicar o trânsito em BH. Pelo menos 22 árvores caíram e obstruíram o trânsito em vias importantes, como as avenidas Afonso Pena e Álvares Cabral, ambas na Regional Centro-sul. Na Praça da Liberdade, uma árvore de grande porte caiu no meio da alameda central. Os alagamentos também trouxeram transtorno aos motoristas. A boa notícia é que, nos últimos dois meses, choveu acima da média em Belo Horizonte, o que fez aumentar os níveis dos reservatórios da região metropolitana. Entretanto, eles seguem em situação crítica (leia mais abaixo).


Na rua Carangola, carro foi atingido por árvore
Na rua Carangola, carro foi atingido por árvore

A chuva foi mais intensa em algumas regiões da cidade, como Venda Nova, com precipitação de 40 milímetros. Na Leste, choveu 31 milímetros, e no Barreiro, 24 milímetros. Nas demais áreas o volume ficou entre 10 a 20 milímetros.
A instabilidade começou a se formar por volta das 11h50 em Contagem e Betim, na Grande BH, mas a tempestade atingiu a capital por volta das 12h30. “Foi um temporal”, afirmou o meteorologista do Tempo Clima PUC Minas, Heriberto dos Anjos. Mesmo após a tempestade, a Defesa Civil manteve o alerta já que as chuvas devem continuar até amanha. A precipitação foi causada por uma frente fria, que se deslocou do litoral Sudeste, favorecendo a formação de nuvens. A chuva também atingiu o Triângulo Mineiro, Zona da Mata, Sul de Minas, Oeste, Campo das Vertentes e Vale do Rio Doce.
A previsão é que chova acima da média também em abril. “Teremos paradas de chuva atípicas de verão. A tendência é que a chuva fique acima da média”, pontuou Heriberto dos Anjos.

PISTAS INTERDITADAS  Pelo menos 22 árvores caíram em diferentes partes da cidade. O tronco de uma dela não aguentou a força da tempestade e cedeu em frente à Escola de Música, na Avenida Afonso Pena. No Bairro Santa Lúcia, um galho caiu sobre o carro na Rua José Mota Magalhães. O mesmo ocorreu na Avenida Álvares Cabral, na Rua Médicos, no Bairro Alípio de Melo. No Elevado Castelo Branco, a árvore obstruiu a via, assim como na Avenida Antônio Carlos, impedindo a passagem do Move.
O Corpo de Bombeiros registrou interdição de parte das pistas em várias regiões de Belo Horizonte, como no Alípio de Melo; na Pampulha; no Centro; no Santa Lúcia, no Santa Amélia, no Santo Antônio e no Santo Agostinho.


Também foram registrados alagamentos em diversos pontos, como na Avenida Barbacena, esquina com a Amazonas e Rua Gonçalves Dias. Quem passou pela região da Pedro II e do viaduto que dá acesso à Avenida Cristiano Machado teve que desviar o caminho. Um alagamento também trouxe transtorno a motoristas que trafegava pela Avenida Otacílio Negrão de Lima.


Precipitação acima da média após 6 anos

Vários alagamentos foram registrados, como o da Alameda Ezequiel Dias(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Vários alagamentos foram registrados, como o da Alameda Ezequiel Dias (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)


Em fevereiro e março, choveu acima da média em Belo Horizonte, o que fez aumentar o níveis dos reservatórios da região metropolitana, que seguem em situações críticas. O acumulado de água que caiu na capital mineira neste período foi de 492 milímetros. O último registro com temporais acima da média neste período foi há seis anos. Somente ontem, foram 29 milímetros em apenas 40 minutos.


De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), BH teve 39.4% a mais de chuva em março. Até ontem, o acumulado de chuva este mês já estava em 228 milímetros, sendo que a média mensal é de 163,5 milímetros. Em fevereiro, choveu 40% acima da média histórica, que é de 188 milímetros. O volume acumulado foi o maior dos últimos 11 anos. Nos próximos dias, a previsão é de mais chuva. Uma frente fria que está atuando no litoral de São Paulo causa a instabilidade. “Essa frente jogou umidade para o continente e formou áreas de instabilidade, principalmente na Zona da Mata, Sul de Minas, e Central”, explica o meteorologista Luiz Ladeia.


A situação pode servir de ajuda para os reservatórios da Grande BH. O comparativo dos últimos dois meses mostra que os níveis dos mananciais tiveram aumento. O Sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento da região metropolitana, começou o ano em 33,3% de sua capacidade. Em fevereiro, caiu para 30,3% e, em março, deu um salto para 38,7%.
O sistema é composto por três reservatórios. O Rio Manso terminou fevereiro com 43% e hoje está com 52,7%. O Serra Azul foi o que mais aumentou de capacidade. Saiu de 9,1% no mês anterior para 14,8% em março. Já Vargem das Flores avançou de 29,9% para 39,1% até o último domingo, e teve leve queda ontem, de 0,1%, apesar da chuva.


Mesmo com o aumento dos níveis dos reservatórios, a situação ainda é crítica. Em abril, a Grande BH deve voltar a passar por um período de estiagem, o que poderá comprometer ainda mais os mananciais. (João Henrique do Vale)


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