(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CONTRA O DESPERDÍCIO

Copasa vai apertar fiscalização a indústrias e outros grandes consumidores

Presidente da companhia não descarta cobrança adicional para quem ultrapassar limites estipulados


postado em 27/02/2015 06:00 / atualizado em 27/02/2015 07:18

Nos últimos três dias, reservatório Serra Azul, um dos que abastecem a região metropolitana, permaneceu praticamente estável(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press )
Nos últimos três dias, reservatório Serra Azul, um dos que abastecem a região metropolitana, permaneceu praticamente estável (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press )

O governo de Minas vai intensificar a fiscalização junto a indústrias e outros grandes consumidores para verificar a existência do uso abusivo ou desperdício de água. A declaração foi dada nessa quinta-feira pela presidente da Copasa, Sinara Meireles, durante reuniões com prefeitos dos vales do Mucuri e Jequitinhonha e do Norte de Minas, realizadas em Teófilo Otoni e Montes Claros, para repassar orientações sobre as medidas adotadas para amenizar os efeitos da crise do abastecimento de água. À medida que se agrava a crise hídrica, cresce também a possibilidade de o estado cobrar a sobretaxa daqueles consumidores que gastarem mais água, sobretudo, na Grande BH, onde permanecem baixos os níveis dos reservatórios e dos principais mananciais que abastecem população da região metropolitana.

Questionada sobre a possibilidade de implementação da cobrança adicional (sobretaxa) para aqueles domicílios que gastarem água mais do que limites estipulados, Sinara Meireles disse que a medida não está descartada e admitiu que a Copasa “já trabalha com o cenário” da possível taxação, diante das previsão meteorológica “pouca otimista” em relação às precipitações. “Não estamos descartando essa possibilidade (de adotar a sobretaxa). Estamos trabalhando com esse cenário. Esperamos não ter que utilizar (a medida). Mas, diante das previsões pouco otimistas e o volume (baixo) dos reservatórios, especialmente da região metropolitana, que afetam 5,5 milhões de pessoas, caso o apelo da redução do consumo não seja atendido de forma espontânea, poderá vir a ser utilizado algum mecanismo tarifário”, afirmou. “Naturalmente, dependemos da agência reguladora de saneamento para aplicar qualquer mecanismo financeiro de sobretaxa ou multa relacionado a isso”, acrescentou.

A presidente da Copasa salientou que, no atual momento, a força-tarefa formada pelo governo do estado para o enfrentamento da crise hídrica realiza um trabalho de conscientização das pessoas para a necessidade da economia de água, visando atingir a meta de redução de 30% do consumo, sem a obrigatoriedade de medidas restritivas, como o racionamento e a sobretaxa. “O objetivo é fazer com as pessoas reflitam sobre a necessidade de redução do consumo de água”, disse.

Ela salientou que, historicamente, o Norte de Minas e o Vale do Mucuri sempre enfrentam a falta de chuvas, que agora se estendeu a outras parte do estado, como o Triângulo, Centro-Oeste, Sul de Minas e região metropolitana.”Precisamos redirecionar os esforços, buscando uma mudança cultural, inclusive para que a população possa aprender com quem já lida com o problema a verificar qual melhor estratégia, qual melhor alternativa de enfrentamento de uma situação que é absolutamente nova nas diversas regiões do estado”, assegurou Sinara Meireles.

FORÇA-TAREFA

Ela lembrou que além da campanha educativa junto aos consumidores residenciais, que recebem 80% da água tratada pela companhia de saneamento, a força-tarefa formada para o enfrentamento da crise hídrica também atua em cima de indústrias e outros grandes consumidores e envolve diversos órgãos estaduais, como Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Ruralminas e Cemig. Sinara admitiu que, a partir da atuação conjunta, poderá ser intensificada a fiscalização para combater o uso abusivo ou desperdício de água por parte dos grandes consumidores de alguns segmentos econômicos, mas não especificou quais. “A intenção, por exemplo, é intensificar a ação fiscal, que pode ser necessária nesse momento para verificar se está havendo o uso abusivo da água por parte de alguns setores da economia ou uso desnecessário ou desperdício”, afirmou.

Segundo a presidente da Copasa, deve haver esforço também para a preservação das nascentes e dos mananciais. Outra medida anunciada por ela foi a abertura de poços tubulares para o atendimento a comunidades rurais atingidas pela seca no Norte do estado.

 
Enquanto isso... ...Audiência pública


A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana da Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou ontem audiência pública para discutir a crise hídrica nos reservatórios da Copasa que abastecem a capital. O vereador Tarcísio Caixeta (PT), integrante da comissão, que solicitou a audiência, informou que representantes da empresa apresentaram diagnósticos e propostas para solução dos problemas. “Por enquanto são ideias, como a transferência de água entre reservatórios, que se colocadas em prática podem não funcionar do ponto de vista técnico. Há uma necessidade de aumentar a captação e conter a perda na distribuição, em torno de 30%”, destacou Caixeta.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)