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Estado de Minas

Filhote já tem nome e gorilas viram celebridades no Zoológico de BH

Primeiro gorila nascido em cativeiro na América Latina, filho de Lou Lou, ganha nome de origem tupi-guarani, que significa amado e desejado


postado em 02/11/2014 06:00 / atualizado em 02/11/2014 07:57

O pequeno Sawidi com a mãe, Lou Lou: nome em tupi-guarani significa é amado, querido, desejado e recebeu 9,9 mil votos, dos 22,4 mil computados(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
O pequeno Sawidi com a mãe, Lou Lou: nome em tupi-guarani significa é amado, querido, desejado e recebeu 9,9 mil votos, dos 22,4 mil computados (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


É amado, é querido e é desejado. Em tupi-guarani: Sawidi. É assim que o primeiro gorila nascido em cativeiro na América Latina foi reconhecido por mineiros e até moradores de outros estados e será chamado a partir de agora. Saiu ontem o resultado da votação popular feita para a escolha do nome do filhote da fêmea Lou Lou e do macho Leon, nascido no início de agosto no zoológico de Belo Horizonte. A expectativa agora é em relação ao filho de Leon com Imbi, o segundo gorilinha, cujo sexo ainda é desconhecido. Desta vez, o nome será de origem africana, seguindo tradição da Fundação Zoo-Botânica de BH (FZB) com outros animais.

Foram contabilizados 22.440 votos. Sawidi foi o escolhido com 9.935 votos (44,3%). Em segundo lugar, ficou Piatã (que significa forte, rijo, vigoroso), com 6.768 (30,1%), e por último Ipy (cujo significado é primeiro), com 5.737 (25,6%). A votação pública foi feita apenas pela internet, de 10 a 30 de outubro. Essa foi a primeira eleição virtual. O diretor da FZB, Gladstone Araújo, acredita que o novo formato estimulou a participação das pessoas.

“A facilidade de votar pela internet é bem maior. Divulgamos também nos zoológicos de onde vieram os gorilas, mas não sabemos se houve votos de lá”, disse. Leon e Lou Lou chegaram ao zoológico da capital em setembro de 2013, vindos, respectivamente, dos zoológicos Loro Parque, em Tenerife (Espanha), e da Fundação Aspinall (Inglaterra). Os dois vieram se juntar a Imbi, que ficou sozinha depois da morte em 2012 de Idi, o gorila que foi o astro do zoológico durante 35 anos. Ela também veio da Fundação Aspinall, para formar o primeiro grupo reprodutivo da espécie Gorilla gorilla na América do Sul.

Ontem, a família parecia comemorar a escolha do nome. Por volta das 10h30, biólogos e tratadores organizaram uma atividade de enriquecimento ambiental para estimular a saída de mães, filhos e do papai da área de manobra. Eles ficaram na parte externa do recinto por cerca de 20 minutos, comendo castanhas, nozes, sementes de girassol e amendoins que lhe eram jogados pelos tratadores. Do mirante, adultos e crianças entraram em êxtase com o verdadeiro espetáculo. Os gorilas adultos pareciam posar para as fotos tiradas de câmeras e celulares.

Imbi ninava com carinho o filhote, que dormia um sono gostoso e profundo. Nos braços de Lou Lou, Sawidi se mostrava esperto e atento, virando a cabecinha, querendo pegar o que via pela frente e até sentando no chão. A bióloga e gerente de mamíferos Valéria Pereira disse que o enriquecimento ambiental tem sido feito uma a duas vezes por semana, por enquanto, na tentativa de se estabelecer uma rotina. A ideia é criar horários regulares, para que nessa hora o público possa ver a família completa e bem de perto. “A porta da área de manobra fica aberta para irem e virem quando quiserem. Mas têm preferido ficar lá dentro, que é mais fresco. Eles vêm aqui fora, mas nem sempre coincide com o momento em que o público está”, afirma.

PÚBLICO O enriquecimento é um extra para as quatro refeições diárias que os gorilas recebem, à base de frutas, legumes, verduras e sucos variados. “Estamos indo com calma, sem forçar nada, para que não fiquem estressados com o barulho. Eles são uma atração grande e, se liberarmos de uma vez, as fêmeas podem se assustar e não saírem mais”, diz. A direção do zoológico pensa em manter o isolamento de algumas áreas no recinto dos gorilas, que restringem atualmente o acesso do público com a intenção de diminuir o barulho. A ideia é organizar o fluxo de visitantes no mirante. Segundo Valéria, o vidro que separa a área de visitação do recinto isola parte do som, aliviando o barulho que chega aos gorilas. Outra vantagem é que os primatas podem ver os frequentadores, mas de forma não muito nítida.

A próxima votação é para o nome do segundo filhote do zoológico, o de Imbi, nascido em 10 de setembro. De acordo com Gladstone Araújo, ela será lançada assim que o sexo do animal for descoberto. “Isso ocorrerá a qualquer hora, pois a Imbi já o deixa mais solto. Ainda não aconteceu foi de estar na hora certa para ver”, disse. Os nomes, de origem africana, serão divulgados depois de uma seleção interna.

Adultos e crianças foram ao zoológico acompanhar resultado da eleição(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Adultos e crianças foram ao zoológico acompanhar resultado da eleição (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Gorilas viram "celebridades"


Ele votou no nome Piatã, mas ficou feliz com o resultado. O menino Felipe Germani, de 8 anos, saiu de São Paulo especialmente para conhecer a família mais famosa do zoológico de Belo Horizonte. “Todos os nomes eram bonitos, mas eu tinha que escolher um”, disse. Ao ver os filhotes do mirante, ele parecia não acreditar: “São muito bonitinhos”. A mãe, a engenheira química Vanessa Germani, de 40, conta que leva o filho ao local todas as vezes que vêm a BH visitar os pais dela. “Acompanhamos de perto o nascimento desses filhotes.

A menina Fernanda Barbosa Oliveira, de 11, ficou satisfeita, pois o nome escolhido foi justamente aquele no qual votou. “Eu estava no carro e escutei pelo rádio que Sawidi significa desejado e amado. Não tive dúvidas”, afirmou. A pequena Marina de Melo Rocha, de 3, também votou em Sawidi, com a ajuda do pai, o professor Ronaldo Alves Rocha, de 42. Ontem, ela viu os gorilas pela primeira vez e se encantou: “São bonitinhos os filhotes”.

PERSONALIDADES O público pôde ver de perto a interação dos pais com os filhotes, mas longe do público ela é ainda mais intensa. O diretor da Fundação Zoo-Botânica de BH (FZB), Gladstone Araújo, contou que o temperamento das mamães é completamente diferente. “A mais nova, a Imbi, é mais descolada e liberal. Deixa o filhote ficar nos braços da Lou Lou, parecendo que quer descanso. E deixou o filho no chão, perto de Leon, que o carregou. Já Lou Lou é mais conservadora”, relata.

Ele conta que Sawidi está começando a ensaiar os primeiros passeios nas costas da mãe na área de manobra. “Lou Lou o põe nas costas com muito cuidado, para treinar se é seguro. Daqui uns dias, o veremos nessa posição, até começar a dar os primeiros passos sozinhos.”


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