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Estado de Minas

Policiais à paisana vão monitorar motoristas que consumirem álcool e dirigirem

Em vez de blitzes fixas nas ruas de BH, geralmente divulgadas em redes sociais, Detran-MG adota nova forma de abordar motoristas alcoolizados


postado em 18/10/2014 06:00 / atualizado em 18/10/2014 08:23

Para o Detran, além de perder a eficiência diante da tecnologia, as fiscalizações em pontos fixos demandam mais recursos e pessoal(foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
Para o Detran, além de perder a eficiência diante da tecnologia, as fiscalizações em pontos fixos demandam mais recursos e pessoal (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
A polícia vai fechar o cerco a motoristas que insistem em dirigir embriagados em Belo Horizonte. Militares à paisana e em carros descaracterizados percorrerão regiões de maior concentração de bares para monitorar pessoas que consomem bebidas alcoólicas e assumem a direção. A abordagem vai ocorrer logo depois da saída dos veículos das imediações dos estabelecimentos. A ação conjunta das polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal tem como objetivo flagrar condutores alcoolizados que usam as redes sociais para escapar das áreas nas quais há blitzes fixas da Lei Seca.


Até o fim do ano, a expectativa é de que a fiscalização, que faz parte da campanha “Sou pela vida. Dirijo sem bebida”, ocorra diariamente e em vários locais ao mesmo tempo. Ontem, no primeiro dia do projeto-piloto, duas pessoas foram autuadas no Bairro Prado, na Região Oeste, por crime de trânsito – quando o índice de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões supera 0,34 milímetros.

O novo tipo de operação é baseado em modelo espanhol. A troca de informações com a polícia do país europeu foi durante a Copa do Mundo. “Agentes da guarda civil espanhola estiveram aqui e nos orientou a usar carros descaracterizados, como fazem lá”, explica o delegado Anderson Alcântara Silva Melo, diretor do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).

O delegado admite que a ação foi adotada por causa da ineficiência das blitzes da Lei Seca, prejudicadas pela divulgação em redes sociais, por meio de aplicativos. “Chamamos isso de contra-informação. Trabalhamos com o nível de inteligência que está sendo fomentado, inclusive com o crescimento das redes sociais. Quando é feita a blitz fixa, as pessoas ficam sabendo. Neste novo formato, ninguém vai saber onde vai haver as blitzes, que chamamos de itinerantes. São camufladas.”

O balanço da Lei Seca divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostra a diminuição do número de infrações e crimes de trânsito. Em 2013, os agentes fizeram 60.206 abordagens, que culminaram em 1.803 infrações. Outros 569 motoristas foram flagrados cometendo crime de trânsito. Já nos últimos nove meses, houve 43.457 abordagens, com 306 infrações e 108 crimes de trânsito.

O alvo dos agentes será as regiões de bares, restaurantes, boates e casas de festas. “Os agentes vão ficar monitorando os locais escolhidos e, quando flagrarem pessoas com sinais de embriaguez, e ela sair com o veículo, farão a abordagem”, diz Anderson Alcântara.

A primeira a blitz itinerante, quinta-feira Bairro Prado, onde se concentra grande número de bares e restaurantes, um garçom e um engenheiro foram autuados por crime de trânsito. Os dois pagaram fiança de R$ 1,2 mil e R$ 3 mil, respectivamente, e foram soltos. Eles vão responder a processo criminal, além de pagar multa R$ 1.915,40, apreensão do veículo por 30 dias e suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

Outros quatro motoristas foram autuados e responderão apenas de forma administrativa, pois não foi constatado crime de trânsito. “Queremos chegar ao final do ano com ações diárias. Dessa forma, usamos menos policiais do que nas blitzes fixas e podemos estar em vários lugares ao mesmo tempo”, diz o delegado. Além da blitz itinerante, serão realizadas ações educativas para alertar a população sobre o risco de beber e dirigir. “Hoje, no Brasil, mais da metade dos acidentes com mortes ocorrem por causa de embriaguez ao volante. Se continuar nos números, vamos superar 50 mil mortes no trânsito até o fim do ano.”.


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