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Estado de Minas

BH tem situação climática mais extrema entre capitais do Sudeste

Com temperatura e queda na umidade recordes, BH só perde para as capitais do Centro-Oeste. Fogo é outra preocupação


postado em 15/10/2014 06:00 / atualizado em 15/10/2014 08:03

Na UFMG, estudantes recorreram até a irrigação de canteiros para se refrescar(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Na UFMG, estudantes recorreram até a irrigação de canteiros para se refrescar (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


A temperatura de 36°C e a baixa umidade do ar, que chegou a 12%, fizeram de Belo Horizonte a capital de clima mais extremo da Região Sudeste ontem, e uma das piores do Brasil, perdendo apenas para Cuiabá e Campo Grande, ambas com termômetros na casa dos 40°C, e Goiás, com 37°C. Nem mesmo as sombras da mata da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a evaporação da Lagoa da Pampulha foram capazes de trazer alívio significativo.

Na Pampulha, a equipe do Estado de Minas usou um termo-higrômetro e detectou que, mesmo a poucos metros da represa, o calor chegou a 37,4°C, e a umidade, a 18%, a segunda pior medida em oito pontos da capital. Segundo o climatologista Wellington Lopes de Assis, da UFMG, a urbanização e a impermeabilização do solo por conta da pavimentação de empreendimentos na região colaboram para o aumento das temperaturas e redução da umidade.

O calor era tão forte ontem que pessoas que visitavam a igrejinha de São Francisco de Assis, na beira da lagoa, procuravam sombras no jardim e as próprias marquises para fugir do sol. A estudante Priscila Marques, de 17 anos, foi à orla para caminhar, mas conta que começou a suar antes de sair de casa. “A gente sente que se cansa com mais facilidade, mesmo tomando alguns cuidados, como beber água com frequência e adotar aquele truque da bacia de água dentro de casa, para aumentar a umidade”, disse.

Na Praça Diogo de Vasconcelos (praça da Savassi), o acionamento das fontes ornamentais e as sombras atraíram quem buscou refúgio do calor. A arquiteta Thais Senna, de 26 anos, levou o primo Enzo Senna, de 6, para tomar sorvete na praça, mas o calor era tão forte que ela e o garoto tiveram de parar no meio do caminho para se refrescar um pouco perto da fonte.

O menino gostou tanto que pediu para colocar os pés na água, enquanto brincava. “Aqui foi um alívio para nós. Viemos buscar um picolé para a avó dele e resolvemos parar na fonte. Dentro de casa está bem desconfortável mesmo. A gente se sente um pouco mais prostrada. Está precisando chover logo”, disse Thais.

SUFOCO De acordo com o 5º Distrito de Meteorologia, massa de ar frio originária do Polo Sul chega ao estado nos próximos três dias e deve ocasionar chuva no Leste de Minas e na Zona da Mata, mas não conseguirá romper o bolsão de ar seco que está estacionado sobre as demais áreas. O calor é explicado pela falta de formação de nuvens nos últimos cinco dias, o que expõe áreas como a capital mineira à radiação direta do sol.

A cidade mineira mais quente ontem, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi Campina Verde, no Triângulo Mineiro, que registrou 39°C de temperatura e 10% de umidade do ar. O estado mais quente do Brasil foi o Mato Grosso do Sul, onde a cidade de Três Lagoas registrou a maior temperatura do ano, chegando a 41,9°C. Em São Paulo, o calor também foi forte, chegando a 34°C, e a umidade não passou de 20%.

 

Hidratação é fundamental

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais recomendam que, sob calor e baixa umidade do ar, as pessoas procurem se hidratar ao realizar exercícios físicos ao ar livre e umidificar ambientes fechados, por meio de vaporizadores, vasilhas com água ou toalhas molhadas. Sempre que possível, procurar ficar em locais protegidos do sol e ingerir líquidos à vontade. Os principais males causados por esse tipo de situação climática são crises alérgicas, ressecamento da mucosa nasal, desidratação e ressecamento da pele e dos olhos.

 

Calor na Terra é o maior já medido

Setembro foi o mês mais quente já registrado na Terra desde o início das medições feitas pela Nasa, há 130 anos. No período, o calor bateu o terceiro recorde do ano, segundo relatório mensal de temperatura global da agência espacial norte-americana. Foi o segundo mês consecutivo com quebra de recorde, já que maio e agosto também bateram as maiores marcas na comparação com anos anteriores. Ainda conforme o estudo, dos meses de maio mais quentes, quatro foram registrados nos últimos cinco anos. Segundo o Centro Nacional para Registros Climáticos, os fatores medidos apontam que este pode ser o ano mais quente desde o início dos registros. A Agência Japonesa de Meteorologia confirmou o recorde.

Na Savassi, fonte foi refúgio para Thais e Enzo(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Na Savassi, fonte foi refúgio para Thais e Enzo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


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