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Estado de Minas

Quase 18 toneladas de lixo são retiradas por dia da Lagoa da Pampulha e entorno

No período chuvoso quantidade de dejetos pode chegar a 28 toneladas/dia. Para evitar reduzir volume, um multirão será realizado na próxima semana


postado em 10/09/2014 06:00 / atualizado em 10/09/2014 07:04

Desassoreamento faz parte do programa para mudar a cara da lagoa(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Desassoreamento faz parte do programa para mudar a cara da lagoa (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Cerca de 18 toneladas de lixo são retiradas por dia da Lagoa da Pampulha, de suas margens e da via que a circunda, a Avenida Otacílio Negrão de Lima, segundo levantamentos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) de Belo Horizonte. Para tentar reduzir o volume de dejetos que chegam à lagoa, que no período chuvoso pode atingir 28 toneladas/dia, um mutirão deve começar na próxima semana, reunindo órgãos das prefeituras de BH e Contagem, além de uma associação de moradores. A ação inclui reforço na fiscalização e campanhas de educação ambiental. Punições a infratores são consideradas insuficientes pelos próprios gestores municipais.

Do espelho d’água da lagoa e de suas margens são retiradas cerca de 10 toneladas de lixo por dia, segundo a Sudecap. O serviço é realizado por 30 profissionais, aproximadamente, com ajuda de dois barcos e uma balsa. No período chuvoso, o total chega a 20 toneladas, que se juntam às 8 toneladas de dejetos removidos diariamente pela SLU na Avenida Otacílio Negrão de Lima. Os itens mais pesados são os cocos, que alcançam média diária de 3 toneladas, volume que pode dobrar após fins de semana. O trabalho de varrição recolhe mais 3 toneladas de garrafas plásticas, latas de alumínio e outros objetos. Mais 2 toneladas são compostas por restos de poda e de construção, animais mortos, pneus, colchões, sofás e outros materiais descartados irregularmente.

“Principalmente quando ocorrem eventos no Mineirão e no entorno da lagoa, é imensa a quantidade de lixo jogada na área. A gente vê inúmeras garrafas plásticas”, afirma a presidente da Associação Pro-Civitas dos Bairros São Luís e São José, Juliana Renault Vaz. “Agora, como estamos em época de seca, a situação da lagoa está melhor, está com menos mau cheiro, mas continua crítica. É preciso haver mais fiscalização e punição aos infratores, além de campanhas de conscientização ambiental”, acrescenta.

A promoção de campanhas educativas com a participação da associação de moradores é uma das medidas previstas no mutirão anunciado ontem. Ao longo da orla serão instalados mais pontos de coleta de lixo em geral, de materiais recicláveis e de resíduos da construção civil, segundo o secretário de Meio Ambiente de BH, Délio Malheiros. “Queremos minimizar o problema da poluição difusa, que não inclui o despejo clandestino de esgoto. É aquela sujeira que chega pelas ruas ou pelos córregos”, explicou.

Em Belo Horizonte, o descarte irregular de lixo em logradouros públicos pode resultar em multa que varia de R$ 143,46 a R$ 4.303,46, segundo a Secretaria Municipal Adjunta de Fiscalização. Se os resíduos forem deixados em área de preservação, a penalidade pode chegar a R$ 40.362,75, a depender do impacto ambiental. O mutirão na Pampulha inclui reforço na fiscalização da regional, mas o órgão afirma que ainda não definiu como isso será feito. Haverá também intensificação na limpeza de terrenos em Contagem situados às margens dos córregos Sarandi, Ressaca e Barra Funda, cujas águas chegam à Pampulha. “A limpeza já começou e vai até quando começar o período chuvoso. Destacamos mais profissionais para fazerem o trabalho”, afirmou o secretário de Meio Ambiente do município vizinho, Ivayr Soalheiro.

CAÇA-ESGOTO Mais de 1,2 mil casos de despejo clandestino de esgoto na Bacia da Lagoa da Pampulha serão denunciados ao Ministério Público, segundo o secretário de BH, Délio Malheiros. “Vamos encaminhar os nomes de pessoas físicas e empresas que fazem essas descargas, mesmo com a rede regular passando na porta”, disse. Ele informou que a decisão foi tomada porque os infratores relutam em corrigir as falhas, mesmo após notificados e multados. “As penalidades têm sido insuficientes”, acrescentou.

Até o fim de outubro, a Copasa planeja conectar à rede regular de esgoto 95% dos pontos que faziam despejo clandestino na bacia, segundo a superintendente Operacional de BH, Eneida Magalhães. Quando esse índice for atingido, será iniciado o tratamento da água, que deve durar 10 meses, afirma Malheiros. “O desassoreamento da lagoa está com 75% dos trabalhos realizados”, informa. “Provavelmente no fim do ano que vem será possível a prática de esportes náuticos na lagoa”, prevê.

Enquanto isso...
...Começa retirada das capivaras

As capivaras que vivem na Lagoa da Pampulha começarão a ser retiradas na próxima semana, segundo Malheiros. O trabalho deverá terminar em outubro. “Quando a lagoa enche (por causa das chuvas), é muito difícil capturá-las. Teríamos que fazer outro tipo de captura, usando dardos, e nós queremos evitar isso ao máximo, porque queremos preservar a segurança do animal”, explica. Um levantamento feito no primeiro semestre encontrou 88 espécimes na região.


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