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Estado de Minas

Moradores de ocupações da Granja Werneck se acorrentam na Praça da Liberdade

Dezenas de moradores dos acampamentos protestam contra ação de despejo, que pode ser cumprida nos próximos dias


postado em 11/08/2014 11:03 / atualizado em 11/08/2014 15:57

Os moradores pretendem continuar no local até a ordem de despejo ser suspensa(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Os moradores pretendem continuar no local até a ordem de despejo ser suspensa (foto: Euler Júnior/EM/DA Press)

Moradores das ocupações instaladas no terreno da Granja Werneck, na Região Norte de Belo Horizonte, se acorrentaram nas grades do Palácio da Liberdade, na manhã desta segunda-feira, em protesto contra o possível despejo das famílias que vivem na área.

Os cerca de 80 manifestantes pertencem às ocupações Vitória, Esperança e Rosa Leão e chegaram à Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, por volta das 10h. Eles também são apoiados por membros das Brigadas Populares, Movimento de Luta dos Bairros e da Comissão Pastoral da Terra.

Parte dos manifestantes interditou três faixas da avenida em frente à antiga sede do governo do estado. Policiais militares foram até o local negociar a liberação do trânsito, de modo que o protesto acontecesse apenas na calçada.

Mais cedo, a informação da polícia era de que representantes da Prefeitura de BH e do Ministério Público estavam reunidos com a PM para discutir a situação das famílias, que podem deixar a área nos próximos dias. No entanto, no início desta tarde, o major Gilmar Luciano, chefe de comunicação da Polícia Militar, esclareceu que houve um encontro com um grupo de moradores da ocupação e um advogado, sem a presença dos outros órgãos.

O major convidou os moradores para conhecer a sala de imprensa da PM, disse que estará presente na ação de desocupação e reafirmou o compromisso de garantir a integridade física das pessoas. A polícia havia sinalizado o início da operação para esta segunda-feira. No entanto, por meio de nota divulgada na noite de domingo, a PM informou que a ação de despejo não iria ocorrer na manhã desta segunda-feira.

Segundo Rafael Bittencourt, representante das Brigadas Populares, o protesto não tem relação com o encontro, que acontece hoje e os moradores pretendem continuar no local até que a ordem de despejo seja suspensa.

Parte dos manifestantes interditou três faixas da avenida em frente à antiga sede do governo do estado(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Parte dos manifestantes interditou três faixas da avenida em frente à antiga sede do governo do estado (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)


Enquanto a operação, que deve contar com 1,5 mil policiais militares, não acontece, o clima é de expectativa e tensão na região do Isidoro. Na tarde passada, moradores do acampamento e policiais entraram em confronto durante um protesto. Eles montaram uma barricada, que obstruiu um dos acessos à região. Uma viatura passou pelo bloqueio. Um representante das Brigadas Populares disse que os policiais chegaram a atirar para o alto e a população respondeu, lançando pedaços de madeira e pedras.

O confronto durou cerca de 20 minutos. A PM divulgou nota informando que “integrantes da invasão na região do Isidoro, na Zona Norte de Belo Horizonte, obstruíram as vias de acesso com pneus e entulhos neste domingo. Os moradores, que utilizam as vias, acionaram a Polícia Militar para restabelecer o acesso. Mesmo tendo sido recebida por pedradas e tiro, a polícia conseguiu desocupar as vias, não sendo necessária a permanência no local”.

Entenda o caso

A reintegração de posse é determinada pela Justiça, por meio de liminar. As comunidades estão instaladas em parte de uma área de mais de 3 milhões de metros quadrados. No caso da Ocupação Vitória, a permanência de famílias tem impedido a implantação de empreendimentos do programa federal Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, capaz de abrigar 13,2 mil famílias de baixa renda em Belo Horizonte. O projeto pretende diminuir o déficit de 62,5 mil moradias dessa faixa na capital mineira. Na ação de despejo, estarão envolvidos militares da 1ª Região da PM, 3ª Região da PM e CPE. (Com informações de Luana Cruz)


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