Moradores das ocupações que vivem na Granja Werneck, conhecida também como Isidoro, na Região Norte de Belo Horizonte, fazem uma manifestação na tarde desta sexta-feira em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na Rua Goiás, no Centro de Belo Horizonte. As famílias protestam contra a ação de despejo concedida pela Justiça e que pode ser cumprida a qualquer momento.
De acordo com a Polícia Militar (PM), aproximadamente 150 pessoas estão nas proximidades do TJMG. O ato acontece de forma pacífica. As famílias querem que a Justiça reverta a decisão pelo despejo. “A manifestação é para cobrar do TJMG, porque tem um monte de ilegalidade e injustiça nas decisões judiciais sobre as ocupações. É inaceitável. As decisões viraram até motivo de ação do Ministério Público”, comentou Frei Gilvander Luíz Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra.
Despejo
Moradores das ocupações que vivem na Granja Werneck seguem apreensivos com o anúncio de despejo. A Polícia Militar (PM) afirmou que há um efetivo de 1,5 mil homens preparados para cumprir a decisão judicial. A ação deve acontecer somente a partir de segunda-feira. Mesmo assim, o clima de tensão já é percebido nas famílias e no entorno do terreno. Uma barricada feita com entulhos, pedaços de madeira e um sofá foi feita na madrugada desta sexta-feira na entrada da Rua Atanásia dos Jardins.
A PM já acionou a Prefeitura de Belo Horizonte para retirar o bloqueio. “Aparentemente, a barreira foi feita na última madrugada. A prefeitura já foi acionada para retirar esse material, que pode ter sido colocado para atrapalhar a ação dos militares”, afirma o major Didier Ribeiro Sampaio, da Assessoria de Comunicação do Comando de Policiamento Especializado (CPE).
O comando da PM se reuniu nesta sexta-feira para definir os últimos detalhes do despejo das famílias. “O coronel Machado (chefe do CPE) se reuniu com todos os envolvidos na organização do evento para planetar os detalhes da ação. Não vamos anunciar a data certa do despejo. Podemos dizer que a qualquer momento poderíamos proceder os apoios aos oficiais de Justiça”, comentou Sampaio.