
A estadia gratuita veio a calhar, já que Gustavo não pretende pagar por hotéis durante dois meses que pretende ficar no Brasil. Ontem, com o retorno do hermano carioca para o Rio de Janeiro, Gustavo voltou a ficar sem teto, mas sem perder a tranquilidade. “Tenho dinheiro, mas não o suficiente para pagar tão caro pelas diárias de hotel. Mas tudo se resolve”, contou o argentino, que passou a manhã sentado na calçada do Mineirão, lendo Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez.
O banho e o pernoite de Gustavo já tinham endereço, caso ele não conhecesse alguém que pudesse lhe oferecer abrigo. “Eu trouxe uma barraca, mas acho que a polícia não vai me permitir montá-la na rua. Por aqui não há áreas de campings como em cidades argentinas. Devo dormir na rodoviária e amanhã (hoje), logo após o jogo, viajo para Porto Alegre.
Cinco amigos das províncias de Salta e de São Miguel de Tucumán vieram de van e a primeira parada em BH, na viagem de volta do Rio, foi o estacionamento da rodoviária. Das bagagens espalhadas pelo veículo adaptado para o passeio retiraram roupas e produtos de higiene pessoal. “Paramos aqui para tomar banho e escovar os dentes. Daqui vamos para o Mineirão, onde vamos encontrar um grupo de argentinos. Não vamos ficar em hotel porque o momento financeiro na Argentina é muito ruim e nosso dinheiro vale pouco na conversão para o real”, afirmou o comerciante Christian Adanto, de 40.
