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Estado de Minas

Jornalistas sul-americanos elogiam acolhida em Minas, mas reclamam de preços e trânsito


postado em 15/06/2014 07:32 / atualizado em 15/06/2014 08:35

O uruguaio Daniel Rosa aprovou Sete Lagoas e a culinária mineira (foto: Rodrigo Clemente/EM DA Press)
O uruguaio Daniel Rosa aprovou Sete Lagoas e a culinária mineira (foto: Rodrigo Clemente/EM DA Press)
Preços altos, dificuldades de locomoção e trânsito estão no topo da lista de reclamações dos jornalistas que estão em Belo Horizonte desde a semana passada para a cobertura das seleções de seus países na Copa do Mundo. Se há descontentamento geral com certos problemas, pelo menos a maioria gostou do ambiente da cidade, sobretudo à noite, devido à quantidade de restaurantes, bares e locais de lazer e cultura. Já os que estão em Sete Lagoas ficaram maravilhados com o sossego da vida local.

Os profissionais argentinos acompanham, desde o início da semana, a preparação do time de Messi e cia. na Cidade do Galo. Como o país vizinho passa por um princípio de crise econômica, com depreciação do peso frente ao real e dólar, muitos jornais diminuíram o número de correspondentes no Mundial. “Muitos jornalistas e torcedores deixaram de vir por causa dos preços. Está tudo muito caro”, explica Ricardo González, que cobre a Copa sozinho para o Diário Popular, de Buenos Aires.

Os preços também fizeram uma equipe da Reuters repensar o planejamento. Eles viajaram de carro mais de 2,8 mil quilômetros e alugaram uma casa no Bairro Ouro Preto. “Pagamos R$ 4 mil por um mês, até 10 de julho. Muito mais barato que hotel”, justifica o jornalista Luis Ampiero.

Por causa dos preços dos hotéis, Veronica Brunati, de 38 anos, correspondente do espanhol Marca, teve de se hospedar fora da capital mineira. “Os hotéis em Belo Horizonte estavam cobrando muito caro, então a empresa nos colocou em Vespasiano, pois é mais próximo da Cidade do Galo. No domingo pela manhã, estávamos indo para o CT, um menino se aproximou do nosso carro com um revólver e disparou cinco tiros..”, conta, assustada com a violência na cidade.

O chileno Demid Herrera, do diário Metro de Santiago, foi um dos primeiros profissionais de imprensa a chegar no Brasil. Desde o dia 4 na capital mineira, já que La Roja desembarcaria em Confins no dia seguinte, o jornalista teve dificuldade semelhante à de outros argentinos, sobretudo em relação ao trânsito. “Há muitos veículos e muita espera”, diz. “Em vários dias chegamos atrasados aos treinos por causa justamente do congestionamento. Mas os brasileiros também vivem esse tipo de problema, não somente nós. Os preços de táxis também são mais caros em relação ao Chile.”

Herrera viu grandes diferenças no aspecto climático entre os dois países: “O clima é maravilhoso. No Chile, nessa época do ano, há chuva e temperatura inferior a cinco graus. Aqui no Brasil há um calor agradável, o que dá certo ânimo para trabalhar. O idioma é um pouco difícil, mas dá para entender bem depois de dois dias no Brasil”. Apesar dos problemas, ele elogia a estrutura de BH: “Os mineiros contam com grande estrutura para receber jogos pan-americanos e a Copa. Gostei do que vi na Toca da Raposa, no Mineirão e no Sesc Venda Nova. Os brasileiros estão de parabéns, embora os problemas do povo não sejam solucionados”.

Para Enzo Garrido, do El Mercúrio, o que complicou realmente foi a falta de restaurantes e lanchonetes próximos da Toca da Raposa, na Pampulha: “Nos primeiros dias ficamos com fome, porque havia apenas uma barraca de hambúrguer ali perto. Mas não contávamos com restaurantes. E táxi também é difícil de encontrar”. As dificuldades foram relatadas numa das edições do jornal na semana passada.

Na calma do interior

Daniel Rosa, do jornal uruguaio El País, conta que, quando soube que viria a Sete Lagoas, não sabia o que iria encontrar. Não tinha ideia de como era a vida no interior mineiro. E o que encontrou o encantou. “É um lugar bonito, com uma lagoa no Centro”, descreve. “Tem casas antigas, bonitas. Não parece uma cidade pequena. Está mais para intermediária. E apesar disso, não tem um trânsito pesado.”

A grande distância entre o resort onde a seleção está e a Arena do Jacaré, onde são realizados os treinos, não incomoda. “Se fosse em Belo Horizonte, sei que seria impossível. Mas aqui não, pois não há engarrafamentos, interrupções no trânsito. Acho que foi uma boa escolha, tanto para os jogadores quanto para nós profissionais que estamos trabalhando.”

Outro fator que fascina Daniel Rosa é a culinária. Segundo ele, são muitas as opções, além do fato de o hotel estar perto de restaurantes que oferecem uma série de variedades. “Assim, podemos experimentar os pratos típicos da região. Ou, como me disseram, da cozinha mineira.”


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