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Estado de Minas

Sindicato vai acompanhar inquérito sobre taxista suspeito de 18 estupros em BH

Ele abordava as vítimas, dizia que estavam sendo seguidas, oferecia carona e cometia o crime. Presidente da entidade que representa a categoria lamentou o caso, pedindo desculpas às vítimas e à população de BH


postado em 27/05/2014 09:13 / atualizado em 27/05/2014 09:50

Condutor abordava vítimas usando Siena onde foram encontradas calcinhas (detalhe)(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Condutor abordava vítimas usando Siena onde foram encontradas calcinhas (detalhe) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


O diretor-presidente do Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir/BH), Ricardo Faeda, disse ontem que irá acompanhar a conclusão do inquérito para tomar as devidas providências contra o motoristas auxiliar Isnard Martins Vieira, de 39 anos, suspeito de estuprar 18 jovens na capital. Faeda Lamentou o caso e pediu desculpas às vítimas e à população de BH. “O sindicato repudia qualquer ação criminosa por parte de seus prestadores de serviço. É lamentável uma pessoa usar o táxi para cometer uma barbaridade. Primamos pelo atendimento de qualidade e exercemos um trabalho de confiabilidade”, afirmou o presidente do Sincavir.

Ricardo Faeda explicou que para atuar como motorista de táxi em qualquer região do país, é necessário cumprir uma série de exigências. Além da carteira de habilitação, o candidato tem que apresentar certidão negativa de crimes na esfera estadual e federal. Ainda é obrigatória a participação em cursos com base em relações humanas, direção, primeiros socorros e noções de manutenção do veículo.

VIOLÊNCIA A jovem T.L.A., de 18 anos, ainda lembra do terror vivido na noite de 5 de abril do ano passado, quando foi abordada em um ponto de ônibus de Venda Nova, em Belo Horizonte, por um homem em um táxi Fiat Siena, e abusada sexualmente. O acusado pelo crime é o taxista auxiliar Isnard Martins Vieira, que foi preso na manhã de ontem pela Polícia Civil durante cumprimento de mandado de prisão. O homem foi reconhecido por T. e outras nove jovens como sendo o autor de estupros ocorridos na capital entre agosto de 2011 e abril de 2014. Ao todo, já são 18 acusações de violência sexual contra Vieira. A polícia acredita que o número de vítimas seja ainda maior.

No momento da prisão, o motorista confessou a autoria dos crimes e pediu desculpas a adolescentes e mulheres molestadas por ele. No táxi onde ele trabalha, os investigadores encontraram três calcinhas modelo fio dental.

Investigadores chegaram até Isnard Veira após analisarem fotos de cerca de 13 mil condutores profissionais(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Investigadores chegaram até Isnard Veira após analisarem fotos de cerca de 13 mil condutores profissionais (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Segundo a polícia, as vítimas atacadas por Vieira tinham entre 15 e 23 anos. Elas foram abordadas em várias bairros da cidade, como Centro, Barro Preto (Região Centro-Sul), Prado (Região Oeste), Venda Nova, Jaraguá (Pampulha) e Padre Eustáquio (Noroeste). Há relatos de que o taxista agia armado, mas os policiais não encontraram nenhuma arma durante a abordagem.

A delegada Andréa Aparecida Alves da Cunha, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), informou ontem à tarde, na apresentação do suspeito, que os policiais conseguiram chegar até o autor dos estupros cruzando as informações com o banco de fotografias criado com os cerca de 13.000 taxistas – entre permissionários e auxiliares – que trabalham em BH.

“Nossos levantamentos indicavam que o responsável pela violência sexual em série tinha entre 35 a 40 anos, era moreno, gordo, cabelos pretos e lisos. Algumas das vítimas descreveram um homem de cavanhaque e outras sem”, contou Andréa.

Ainda de acordo com a delegada, além das características físicas do agressor, os investigadores sabiam que ele dirigia um táxi Fiat Siena e agia sempre da mesma maneira. O homem abordava as vítimas à noite e em ruas de pouca movimentação.

Ele se aproximava delas alegando que estavam sendo seguidas, oferecia carona até em casa, mas desviava do caminho. O taxista levava as garotas e mulheres para um local ermo, onde as estuprava. Um fato chamou dos investigadores: todas as vítimas descreveram que o motorista, antes de violentá-las, saía do carro para urinar.

MULHER E FILHO
O mandado de prisão preventiva contra Vieira foi expedido pela Justiça na sexta-feira e o cumprimento foi ontem, pela manhã, no apartamento onde ele mora com a mulher e o filho de 13 anos, no Bairro Piratininga, Região de Venda Nova. “Quando chegamos no imóvel do suspeito, a mulher dele começou a chorar e já perguntou o que ele tinha feito dessa vez. Isso mostra que apesar dele não ter histórico de prisão, ela sabe de algo errado que ele tenha aprontado”, disse a delegada.

Isnard Martins Vieira trabalhava como taxista auxiliar há cinco anos. Após prestar depoimento ele foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) da Gameleira.

Sem dúvida no reconhecimento

As vítimas do taxista Isnard Martins Vieira começaram a ser chamadas à delegacia para fazer o reconhecimento do suspeito na semana passada. Das 11 jovens que estiveram ontem na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), dez reconheceram Vieira pelo álbum de foto e pessoalmente. Apenas uma garota afirmou que não conseguia se lembrar do rosto do autor. As outras sete possíveis vítimas estão sendo aguardadas pela Polícia Civil.

“Quando o taxista me abordou no ponto de ônibus ele usava um cavanhaque, cabelos arrepiados. Estava bem arrumado, com roupas sociais. Mesmo sem a barba e o cabelo e as roupas bagunçados, não tenho dúvida de que foi ele”, contou T. que foi obrigada a entrar no carro sob ameaça de uma arma.


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