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Estado de Minas

BH desenvolve programas de conscientização para a importância da reciclagem


postado em 19/05/2014 06:00 / atualizado em 19/05/2014 08:38

Na Asmare, catadores de recicláveis fazem a separação, o enfardamento e a comercialização do material reaproveitável recolhido na capital(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press - 4/12/12)
Na Asmare, catadores de recicláveis fazem a separação, o enfardamento e a comercialização do material reaproveitável recolhido na capital (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press - 4/12/12)


Alguma vez você já pensou na quantidade de lixo que uma cidade produz em um só dia? E o quanto de problema isso pode causar, como gastos com aterros sanitários, mau cheiro e propagação de doenças, além de agressão ao meio ambiente? Papéis, plásticos, metais e vidros, embora sejam produtos em quantidades menores do que restos de comida, também contribuem para a totalidade do lixo de uma cidade. Mas há como reaproveitá-los, transformando-os em novos objetos e ajudando, assim, a diminuir esses problemas.

Quando há reciclagem, consequentemente, há uma diminuição da quantidade de lixo e, portanto, uma redução dos problemas oriundos dele. Com isso, poupa-se dinheiro, já que obter plástico, vidro, papelão ou metal a partir de matéria-prima natural é bem mais caro; economiza-se energia, pois gasta-se menos na reciclagem do que na obtenção por fontes naturais; e conservam-se os recursos naturais, como árvores (usadas para fabricar papel), petróleo (matéria-prima para o plástico) e minérios (para obter metais). Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que cada tonelada de papel reciclado poupa cerca de 22 árvores, economiza 71% de energia elétrica e reduz em 74% a poluição do ar.

Reciclagem, portanto, deve ser um trabalho de conscientização, desenvolvido principalmente em casa e nas escolas, pois um mundo mais saudável vai depender muito das ações de cada cidadão. “É nosso dever criar essa consciência nas pessoas e torná-las corresponsáveis pela situação”, afirma Clarissa Germana Pereira de Queiróz, chefe do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Segundo ela, hoje, a SLU aproveita todos os espaços da cidade em que haja resíduos para desenvolver programas, de acordo com diferentes faixas etárias, de conscientização da importância da reciclagem de lixo. “Fazemos isso em escolas, inclusive levando alunos a conhecer os aterros sanitários, em comunidades e também em locais onde identificamos essa necessidade. Trabalhamos em conjunto com as secretarias municipais, para que, nos eventos que promovem, possamos mostrar essa importante cadeia da vida e como as pessoas devem agir. Só de saber separar resíduos secos dos úmidos já ajuda na hora de uma coleta”, diz.

Completando, ela concorda que fazer a reciclagem em casa não é uma tarefa simples, pois é necessário processos industriais para isso. “Porém, o morador pode ajudar muito nesse processo, fazendo uma coleta seletiva do lixo, que consiste em separar o material orgânico do reciclável, que deve ser encaminhado para empresas recicladoras ou deixado à disposição de pessoas ou empresas que retiram o material de casas, prédios, escolas e até de indústrias.”

CATADORES Além de contribuir com o meio ambiente, outro aspecto positivo da reciclagem é que o cidadão irá ajudar muitas pessoas que trabalham com coletas. Há cooperativas de recolhimento de material reciclável na capital, como a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte (Asmare), entidade que reúne, desde 1990, catadores de rua. A associação é responsável pela coleta de cerca de 450 toneladas de material por mês. “Isso dá uma pequena mostra do quanto esse trabalho alivia um aterro sanitário”, observa o vice-presidente da Asmare, Alfredo Souza Matos, conhecido como Índio. Segundo ele, se não existisse trabalho, um aterro, que tem uma vida útil de 16 meses, teria esgotada sua capacidade em bem menos tempo. Cada belo-horizontino produz, em média, 700 gramas de lixo/dia, o que faz um total de cerca de 4.500 toneladas/dia para a capital.

O meio ambiente se beneficia também com a ação dos catadores. Cada quilo de material retirado das ruas é uma quantidade de lixo a menos que poderia correr para as bocas de lobo da cidade, resultando em menor risco de enchentes e redução da poluição das águas. Outro ganho é com o trabalho de reciclagem que a Asmare faz em suas oficinas e que transforma os seus catadores em verdadeiros cidadãos. “Antes, eles eram considerados marginais e mendigos.”

NA INDÚSTRIA Boa parte do material recolhido é vendido a empresas que trabalham com reciclagem industrial. José Antônio Coelho, diretor da Reciclagem Santa Maria, com unidades em Contagem, Sete Lagoas e em cidades do Sul de Minas, explica que quase tudo pode ser reciclado. “Sucatas de ferro são enviadas a indústrias, que vão criar novos produtos com o metal; a madeira pode ser transformada em biomassa e utilizada em caldeiras, por exemplo; e o plástico, nós mesmo o derretemos e o transformamos em bolinhas, que poderão ser reaproveitadas em vários produtos. Muitos resíduos de materiais diversos são usados pela indústria de cimento”, afirma.

Com os resíduos eletrônicos, segundo ele, é preciso mais cuidado, para evitar poluição. Geralmente, quando se tem um produto descartado em mãos, como computadores, impressoras etc., o que se faz é quebrar o equipamento e separar os materiais. “O que é possível reciclar na fábrica, como plástico e madeira, nós o fazemos e depois vendemos. Já aquilo que não podemos reciclar, como cobre, ouro e outros metais, separamos tudo e enviamos às indústrias específicas. Enfim, nada se perde e nada é poluído, se agirmos dessa maneira”, completa.

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Personagem
da notícia

ELZA MAGDA DA SILVA, Síndica e incentivadora da coleta seletiva de lixo

Síndica já há quatro administrações de um prédio de 16 apartamentos no Bairro Coração de Jesus, Elza Magda da Silva é uma grande incentivadora da coleta seletiva de lixo e faz isso pela mais pura consciência de que atitudes assim contribuem para uma vida mais saudável do planeta. “Não temos, nas dependências do prédio, coletores especiais de lixo. Mas já consegui introduzir aqui algumas regras que estão dando certo. Lixo reciclável do tipo papéis, papelão, plástico, tecidos, fios etc. devem ser guardados em sacos pretos e colocados em um aposento próprio do prédio. Outros tipos de lixo, como garrafas, latas, vidros, metais etc. são depositados em caixas de papelão no mesmo local. No dia em que o caminhão de recolhimento passa, colocamos todo o material para fora do prédio um pouco antes”,

explica. Uma comprovação de que o sistema está dando certo, segundo ela, é que os catadores de lixo ficam de olho nesse depósito. “Muitas vezes, quando o caminhão passa, grande parte desse lixo já foi recolhido pelos catadores, o que mostra que o material foi bem separado”, diz ela, que dá algumas dicas para a separação e acondicionamento do material a ser descartado: “Tente diminuir o tamanho das garrafas PET e de latinhas, amassando-as com as mãos ou pisando sobre elas, e não se esqueça de fechar as tampas das garrafas; separe os papéis e rasgue-os em pedaços ou empilhe as folhas, em vez de amassá-las, uma vez que papel amassado ocupa mais espaço e dá mais trabalho para guardar; e crie o hábito de lavar, se possível, com reutilização de água, e secar as embalagens tetrapack e dobrá-las, sempre que possível, para não
fazer volume.”

Dicas de reciclagem

1 – Em primeiro lugar, deve-se fazer a coleta seletiva, que consiste em separar três tipos de resíduos: o lixo orgânico, o lixo material não reciclável e o lixo material reciclável (veja em Relação 1).

2 – O lixo reciclável deve ser limpo antes de ser separado para a reciclagem. É porque potes, frascos e embalagens sujas podem gerar cheiros ruins, além de atrair insetos, ratos e outros animais. Assim, antes de enviar o lixo para a reciclagem, lave as garrafas de refrigerante, os potes de iogurte e as caixas de doces. Faça isso, de preferência, com a água reaporoveitada das lavagens de louças, por exemplo.

3 – Há certos materiais que não são recicláveis, mas que não devem ser descartados no lixo comum, por serem capazes de levar certo grau de poluição e contaminação ao meio ambiente. São os equipamentos eletrônicos, as pilhas, as baterias de celular e as lâmpadas. Esse material deve ser entregue em locais apropriados. Alguns estabelecimentos comerciais já os recolhem para encaminhá-los às empresas que fazem o descarte de forma apropriada, sem prejudicar o meio ambiente.

4 – Entenda que nem todo lixo não orgânico pode ser reciclado. Portanto, é importante conhecer quais resíduos materiais devem ser separados, mas não podem ir para o processo de reciclagem (veja em Relação 2).

Estes sim
Materiais que podem ser separados na coleta seletiva e encaminhados à reciclagem: potes, garrafas e embalagens de plástico e vidro, papel sulfite, jornais, papelão, revistas, embalagens de metal, materiais de ferro, garrafas PET, sacos plásticos, canos de plástico ou metal, tecidos, couros, fios elétricos, pregos e parafusos.

estes não
Materiais não recicláveis: papel carbono, papel celofane, etiquetas adesivas, fitas adesivas, fotografias, latas de tinta e verniz, esponjas de aço, embalagens metalizadas, espumas, cabo de panela, esponjas de limpeza, embalagens de produtos tóxicos, vidros temperados, espelhos, porcelana, cerâmica, vidros refratários, cristais e isopor.


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