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Estado de Minas

Ex-PMs acusados de mortes no Serra eram elogiados na corporação, dizem testemunhas

Prestaram depoimento o major Eduardo Domingues Barbosa e o tenente Clayton José Santana


postado em 19/03/2014 15:01 / atualizado em 19/03/2014 16:01

Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa são acusados de matar tio e sobrinho em 2011(foto: Reprodução/TV Alterosa)
Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa são acusados de matar tio e sobrinho em 2011 (foto: Reprodução/TV Alterosa)

Dois policiais militares foram ouvidos como testemunhas na manhã desta quarta-feira no julgamento sobre a morte de Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e o sobrinho dele, Jéferson Coelho da Silva, de 17, no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O crime aconteceu em fevereiro de 2011. Os acusados são os ex-policiais militares Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa. Nos depoimentos prestados, o major Eduardo Domingues Barbosa e o tenente Clayton José Santana afirmaram que os réus eram elogiados na corporação. Os dois também disseram que sabiam que Pascoalino já havia sido condenado por outro homicídio em serviço.

O júri começou às 8h45, com o depoimento do major Barbosa, presidente da comissão do processo administrativo militar da PM, responsável pelo procedimento investigativo aberto para apurar as mortes. O militar afirmou que, após ouvir 28 testemunhas, não conseguiu levantar provas suficientes para incriminar os réus. Por isso, defendeu a permanência deles na corporação.

Um ponto polêmico durante o depoimento tratava das fardas encontradas no local do crime e também na casa de Jason. O réu não faz parte do grupamento especial mas, mesmo assim, possuía três vestimentas da corporação em casa. O major informou que sugeriu uma punição disciplinar para o soldado, mas a manutenção dos envolvidos na corporação.

Segundo ele, a costureira que reconheceu a farda achada no dia do crime foi ouvida. Porém, não foi o major que a interrogou. Barbosa não soube dizer se as medidas da roupa eram compatíveis com a numeração de Jason.

Depois do major, falou o tenente Santana, que esteve na cena do crime no dia dos assassinatos. De acordo com o militar, a viatura não estava designada para seguir até o Aglomerado da Serra. Porém, o oficial tem a autonomia e pode dar autorização para isso.

Quando estava no local do crime, disse que se preocupou em socorrer os feridos. Além de tio e sobrinho, Jonas Rosa também alegou que estava ferido. O soldado apresentava uma vermelhidão no peito, conforme a testemunha, e chegou a ficar em observação no hospital. Também informou que nunca soube de alguém que se dispusesse a receber um tiro, mesmo com colete, para forjar um ataque. Segundo ele, os policiais teriam sido recebidos a tiros por um “bonde” (grupo de pessoas).

O depoimento do militar foi interrompido às 14h para pausa do almoço. O júri retornou às 14h50, com a oitiva do tenente.

Primeiro dia de júri

A sessão de terça-feira durou mais de 12 horas. Nesse período, três testemunhas de acusação e duas de defesa foram ouvidas. A previsão inicial era de que 19 pessoas fossem ouvidas.

Jason é defendido por Ércio Quaresma Firpe e Jonas tem como advogado Agnaldo José de Aquino Gomes. Durante os depoimentos de três testemunhas da acusação, o promotor Francisco Rogério Campos reforçou as acusações de que os policiais executaram Renilson e Jéferson, sem que ocorresse uma troca de tiros, como os acusados chegaram afirmar.

Já o advogado Ércio Quaresma defendeu que seu cliente agiu em legítima defesa durante uma operação policial e buscou desqualificar as testemunhas. A uma delas perguntou sobre uma possível intimidade com envolvidos em crimes. À noite, testemunhas de defesa começarão a ser ouvidas.


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