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Estado de Minas

Teste que avaliará contágio por superbactéria no Vila da Serra fica pronto em 45 dias

Funed vai determinar se paciente internado em Nova Lima foi vítima do agente. Especialistas não vêm razão para alarme


postado em 12/03/2014 06:00 / atualizado em 12/03/2014 08:47

Direção do Hospital Vila da Serra descartou riscos de propagação e informou que o paciente está isolado(foto: Beto Magalhães/em/d.a press - 12/3/13 )
Direção do Hospital Vila da Serra descartou riscos de propagação e informou que o paciente está isolado (foto: Beto Magalhães/em/d.a press - 12/3/13 )

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) deve informar em até 45 dias se o paciente do Hospital Vila da Serra que teve diagnóstico de contágio por uma bactéria multirresistente foi vítima do micro-organismo conhecido como superbactéria KPC (Klebsielle pneumoniae carbapenemase). Mas, ainda que a contaminação se confirme, especialistas advertem que o quadro não deve causar alarme. Segundo o vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Ernesto Starling, trata-se de um problema de saúde pública mundial. “Há muito tempo as unidades hospitalares de alta complexidade de todo o mundo vêm convivendo com esses agentes resistentes. A detecção da contaminação apenas reforça que os procedimentos adequados estão sendo adotados pelo hospital”, destacou Starling.

A direção do Hospital Vila da Serra, que fica em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, descartou os riscos de que o contágio saia do controle. “O paciente está separado, em quarto isolado, com contenção do fluxo de pessoas, com uso de luvas, capote e mascaras descartáveis. Tudo no intuito de impedir que essa bactéria possa ser transportada para outro paciente”, informou o infectologista Estevão Urbano Silva, coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da unidade.

Estevão ressaltou que não há comprovação de que a bactéria contraída pelo paciente seja a KPC, conhecida por provocar complicações e reduzir as opções de tratamento do doente. Material microbiológico para determinar qual o agente causador da infecção será encaminhado à Funed. Em nota, o hospital informou que o paciente apresentou complicação infecciosa por um tipo de bactéria Klebsiella pneumoniae multirresistente.

“Não há motivo para pânico. A KPC é perigosa por não ser tratada com facilidade. A mutação genética que a torna multirresistente, paradoxalmente, a faz perder força. Portanto, ela só infecta indivíduos debilitados. Indivíduo sem qualquer debilitação, mesmo que internado por outro motivo, não tem o mínimo risco de ser contaminado por essa bactéria”, enfatizou Estevão Urbano.

O paciente infectado, um homem de 70 anos, está internado no Vila da Serra desde 28 de janeiro para tratamento de um câncer de intestino. Ele se encontra isolado na unidade de tratamento intensivo (UTI). “O paciente vem evoluindo nas ultima 24 horas de forma favorável. Ainda continua entubado, mas com melhora clínica”, informou o diretor clínico do hospital, Márcio de Almeida Salles.

Em Minas Gerais, três pessoas morreram contaminadas pela KPC entre novembro de 2013 e janeiro deste ano, no Hospital Aroldo Tourinho, de Montes Claros, Norte do estado. Em 2012, surto da superbactéria no Hospital Regional de Betim levou ao fechamento da unidade para internações. Pacientes infectados foram transferidos para outros hospitais.

Carlos Starling não acredita na possibilidade de surtos nas principais unidades hospitalares de Belo Horizonte, que, segundo ele, estão bem preparadas para atuar nos casos de KPC e de outros microorganismos resistentes a antibióticos.


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