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Estado de Minas

Empresário e a esposa ficam trancados mais de 12 horas em estacionamento de Contagem

O casal entrou em um estacionamento da Rua Joaquim Rocha por volta de 20h50, mas por causa de um telefonema ficaram no carro até 21h30, quando tentaram sair e já encontraram os portões fechados


postado em 18/02/2014 10:02 / atualizado em 18/02/2014 11:52

Um empresário e sua esposa viveram momentos de desespero nesta terça-feira por causa de uma situação inusitada. Os dois ficaram trancados dentro de um estacionamento na Rua Joaquim Rocha, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com medo, frio, fome e sede, o casal tentou pedir ajuda durante mais de 12 horas, mas só conseguiu sair do estabelecimento na manhã de hoje. Eles registraram um boletim de ocorrência acusando a negligência do funcionário do estabelecimento e planejam ir à Justiça pedir indenização pelos danos sofridos.

De acordo com Haldane José Ribeiro Teixeira, ele e a esposa estavam em carros separados, um Ford Fusion e um Fiat Punto. Eles deixaram os veículos no estacionamento por volta de 18h30 de segunda-feira e foram resolver um problema pessoal, retornando ao local por volta de 20h50. Antes de sair, o casal entrou no Ford Fusion porque a mulher recebeu uma ligação informando sobre a morte de uma tia. Por causa da situação delicada, eles ficaram no veiculo até 21h30. Quando tentaram sair, perceberam que estavam trancados. O estacionamento já estava vazio, restando apenas os carros dos dois clientes.

“Não havia nenhuma possibilidade de saída, nenhuma placa informando um telefone para ligar, nenhuma saída de emergência. Ficamos praticamente em cárcere privado. Frio, fome, sede, uma noite de terror”, relata o empresário. Para piorar a situação do casal, choveu durante parte da madrugada.

Haldane, que é presidente da Rede Morar em Minas Gerais, mora na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. Ele pensou em alternativas como pular o muro, mas ficou com medo do que encontraria do lado de fora, pois não conhece bem o bairro onde estava. Ele temeu que alguma viatura policial o visse e militares pensassem que era um assalto. Ficou com medo até de tomar um tiro.

Comida

Haldane e a esposa tentaram pedir um sanduíche pelo telefone, para tentar resolver pelo menos um dos problemas que tinham: a fome. No entanto, muitas empresas de tele-entrega se negaram a levar a mercadoria para o empresário quando ele relatou a situação. Segundo ele, os atendentes ficaram temerosos e disseram que não havia motoboy no momento ou que já estavam fechando. Haldane não condena essas empresas, que apenas se protegeram de uma situação de insegurança, pois a história relatada ao telefone era muito atípica.

Enfim, o casal conseguiu que uma empresa de Betim levasse alimento para eles no estacionamento. “Fiz um apelo e foi muito difícil. Foi uma questão de humanidade. Eu disse para eles que sabia do medo, mas ofereci até uma gratificação a mais para fazerem a entrada. Eles se sensibilizaram”, conta. O sanduíche foi entregue pela grade do estacionamento e o refrigerante passou por cima do portão.

“Parece um filme, uma coisa inusitada e um despreparo completo do estacionamento para tratar um cliente. Um funcionário deveria ter ido até nós. Se são dois carros e não há pernoite, não podem fechar. Além dos carros, estavam pessoas lá dentro. Estávamos com as luzes do carro acesas devido ao telefonema”, afirma o presidente da Rede Morar.

Depois da madrugada em claro, o empresário e a esposa só conseguiram deixar o estacionamento pela manhã. Muito cansados e estressados, eles aguardaram a Polícia Militar (PM) para registro de um boletim de ocorrência. Por volta de 8h05 chegou o primeiro funcionário e minutos depois os militares já estavam no local para registrar o B.O.. Perto de 9h, o empresário deixou o local e repassou a situação para os advogados que a assessoram para tomar providências. O Fiat Punto que estava com a esposa é de uma cunhada, que ficou impossibilitada de ir trabalhar na manhã de hoje, pois estava sem o carro.

Conforme consta no boletim de ocorrência da PM, a funcionária responsável pelo fechamento do estacionamento disse que foi até os veículos por volta de 21h30 e não encontrou ninguém. Ela ligou para o gerente informando a situação e como os carros não são cadastrados como mensalistas, ele orientou a empregada a fechar o estabelecimento porque ela já estava trabalhando desde 10h. O gerente também alegou para a PM que no ticket entregue ao cliente consta o horário de funcionamento do estacionamento. O gerente ainda registrou no BO que Haldane bloqueou a entrada do estacionamento nesta manhã, enquanto a PM não chegou, atrapalhando o serviço.


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