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Estado de Minas CÂNTICOS CONTRA A IMPUNIDADE

Parentes e amigos de jovem morto na Raja Gabaglia cobraram punição para atropelador


postado em 17/02/2014 00:12 / atualizado em 17/02/2014 07:16

Mateus Parreiras

(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press. Brasil)
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press. Brasil)

O campo de terra empoeirado onde o entregador Leandro Trindade do Nascimento, de 29 anos, disputava peladas com a turma do Bairro Aarão Reis, na Região Nordeste de Belo Horizonte, parou por um minuto ontem para homenagear o jovem morto em um acidente de trânsito em que o motorista confessou à polícia ter ingerido bebidas alcoólicas, há uma semana. Com roupas brancas com pedidos de justiça e a fotografia de Leandro estampada, parentes, amigos e pessoas da região indignadas com outra morte associada ao álcool saíram em passeata pelas ruas do bairro, promovendo um apitaço e pedindo punição para o estudante de economia Germano Pinheiro Stein Pena, de 22 anos, que atropelou e matou o entregador.

Leandro trabalhava como entregador de uma padaria e fazia motofretes para uma agência franqueada dos Correios. No dia 8, quando foi atropelado, fazia a segunda entrega do dia, até ter sido atropelado pelo Hyndai ix35 de Germano, bem na porta do Fiat Fiorino que usava para trabalhar, na Avenida Raja Gabaglia, sentido BH Shopping. A família do suspeito nega que ele tenha ingerido bebidas alcoólicas. Ele ficou menos de 48 horas detido e responderá pelo crime em liberdade.

A mãe da vítima, a agente comunitária de saúde Anete Trindade do Nascimento, de 59 anos, disse que a família do suspeito entrou em contato, pedindo perdão. “Aceito, sim, o perdão deles. É muito triste para uma mãe passar por essa situação, mas meu filho morreu de bem com a vida, o filho dela (da mãe do atropelador) não, cometeu um crime e vai ter de viver com isso. Espero que ele pague, mas desejo paz para sua família”, disse a agente comunitária.

“Lei”, como era conhecido no Bairro Aarão Reis, tinha muitos amigos e gostava de rap. Enquanto os manifestantes passaram pelas ruas em direção ao campo de futebol de várzea onde ele costumava se divertir nos fins de semana, os colegas aproveitaram para entoar uma de suas letras preferidas. “Fé em Deus, que ele é justo. Ei, irmão, nunca se esqueça, na guarda, guerreiro. Levanta a cabeça truta, onde estiver, seja lá como for. Tenha fé, porque até no lixão nasce flor”, cantavam. “É uma forma de homenagear meu irmão. Está sendo muito difícil, todos aqui sentem muita falta dele. Do seu sorriso, das brincadeiras. Isso tem de servir para que não se mate mais no trânsito”, disse a irmã de Leandro, Janaína Nascimento, de 30 anos.


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