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Estado de Minas

Mãe que perdeu filho em piscina de clube na Pampulha em 2000 revive drama

Jaraguá é réu condenado no processo que apura a morte de um garoto de 14 anos


postado em 14/01/2014 06:00 / atualizado em 14/01/2014 07:32

Maria Aparecida reviveu momentos de tristeza ao saber da morte da menina Mariana(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Maria Aparecida reviveu momentos de tristeza ao saber da morte da menina Mariana (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

O Jaraguá Country Club, centro de lazer na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, onde a menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, morreu afogada depois de ter o cabelo sugado por um ralo de piscina, no dia 3, é réu condenado no processo que apura a morte de um garoto de 14 anos. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o empreendimento foi considerado culpado pelo afogamento do adolescente Carlos de Oliveira, em 2000, por ter se omitido da obrigação de prestar segurança aos seus sócios e convidados dentro de suas dependências. Apesar da decisão em primeira instância, o processo iniciado em 2003 ainda se arrasta na Justiça. A família do garoto aguarda o julgamento do segundo recurso especial do clube ainda em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Na primeira tentativa, a Corte já havia se posicionado contrário ao Jaraguá.

Na decisão do TJMG, o desembargador Nilo Lacerda afirmou que o recreativo mantinha pessoal em número insuficiente para monitoramento, vigilância e segurança de seus frequentadores, a exemplo de salva-vidas em suas piscinas. O magistrado determinou no processo o pagamento de indenização no valor de R$ 30 mil, além de dois terços do salário mínimo como pensão alimentícia até o ano em que o adolescente completaria 25 anos. A partir daí, até os 60 anos, o pagamento passaria para um terço do salário mínimo. Apesar de já ter dado entrada à ação para execução da pena e de não haver nenhuma decisão em instância superior que reforme a decisão do TJMG, a família do garoto ainda não recebeu o dinheiro porque aguarda o julgamento do STJ. A reportagem do Estado de Minas tentou contato com a diretoria do Jaraguá, mas não obteve retorno.

O acidente com Carlos de Oliveira ocorreu em uma sexta-feira ensolarada de maio de 2000, quando o adolescente foi com colegas de escola comemorar o aniversário de uma amiga no clube. Por volta das 11h, o menino voltou à piscina enquanto os amigos foram lanchar. O bate-papo com os amigos foi a última ação que a mãe dele, Maria Aparecida Gontijo, soube ter sido realizada pelo filho. Minutos depois, o menino foi encontrado morto na piscina. “Quando um colega foi chamá-lo, ele já estava submerso. Foram os próprios amigos que o retiraram da piscina”, lembra a mãe.

Recordação

Na época, foi aberto inquérito criminal para saber as causas da morte. Segundo Maria Aparecida, que é auxiliar de serviços de suporte administrativo, a investigação apontou para a negligência do clube em não escalar salva-vidas. Para ela, se o clube oferecesse segurança o filho não teria morrido, uma vez que quando foi encontrado estava na parte rasa da piscina. “Já ganhamos em várias instâncias, mas o clube sempre recorre”, diz. Ao saber do falecimento de Mariana de Oliveira, de 8, um dia após o afogamento no Jaraguá, Maria Aparecida reviveu os momentos de tristeza por sua perda tão semelhante aos pais da menina. “Gostaria que o clube fosse punido, para que não represente perigo para a sociedade.”

A família da menina Mariana viajou sábado. Antes, em entrevista ao EM, afirmou que ainda não definiu qual medida vai adotar em relação ao Jaraguá. “Vamos esperar a conclusão do inquérito. Se existem culpados na esfera criminal, eles devem ser punidos”, disse o pai de Mariana, o empresário Marco Aurélio de Oliveira, de 50 anos. “O sentimento da família é de indignação e de certeza de que a filha foi assassinada. Ela sabia nadar e não teria morrido se não tivesse ali um equipamento que promovesse a morte dela”, desabafou.


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