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Estado de Minas

Estragos da chuva em Virgolândia impressionam Dilma

Em Buritizeiro, no Norte, motoqueiro morre ao bater em árvore na BR-365. Número de óbitos em Minas chega a 21


postado em 28/12/2013 06:00 / atualizado em 28/12/2013 07:28

Temporal arrasa a pequena Virgolândia, no Vale do Rio Doce, e mata duas pessoas(foto: Luiz Fernando Alves/Divulgação)
Temporal arrasa a pequena Virgolândia, no Vale do Rio Doce, e mata duas pessoas (foto: Luiz Fernando Alves/Divulgação)

“Pela primeira vez, em nove anos de prefeitura, acordei sem saber o que fazer.” Foi assim que o prefeito de Virgolândia, Arnaldo de Oliveira Braga, descreveu o que sentiu nessa sexta-feira pela manhã, depois que um temporal à noite provocou duas mortes e deixou rastro de destruição no pequeno município de 6 mil habitantes, no Vale do Rio Doce, a 311 quilômetros de Belo Horizonte. As fortes chuvas na cidade duraram cerca de duas horas e fizeram com que um ribeirão transbordasse. Pelo menos 10 casas foram levadas pela enxurrada e 2 mil dos 3 mil imóveis da cidade tiveram algum dano. As ruas ficaram cheias de lama e de restos de paredes e calçamentos destruídos. Uma pessoa está desaparecida. Os estragos chamaram a atenção da presidente Dilma Rousseff, que sobrevoou ontem Virgolândia e outros municípios da Região Leste de Minas ao lado do governador Antonio Anastasia e de ministros. “Eu achei muito impactante, porque você vê que a cidade sofreu um trauma na quantidade de lama que fica”, disse Dilma.

Além dos óbitos em Virgolândia, outra morte em decorrência dos temporais que castigam Minas há pelo menos 10 dias foi confirmada ontem. Na Região Norte do estado, um motoqueiro morreu depois de bater em uma árvore na BR-365, entre Pirapora e Buritizeiro. A árvore foi parar na pista por causa de uma tempestade acompanhada de vendaval na região. Com os três óbitos, chegaram a 21 as mortes na atual temporada de chuvas em Minas, mas o número pode subir. Além de procurar um homem desaparecido em Virgolândia, autoridades mineiras analisam se a morte de um homem em São João do Manteninha, no Vale do Rio Doce, tem relação com as chuvas. Segundo os bombeiros, o homem morreu afogado depois de tentar atravessar a nado o Rio Manteninha quando chovia. Em balanço divulgado ontem, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil informou que já são 51 os municípios em estado de emergência.

Segundo o prefeito de Virgolândia, a chuva que arrasou a cidade começou por volta das 22h de quinta-feira. A água encheu a calha do Ribeirão Palmital, que passa no meio da cidade e é afluente do Rio Suaçuí Grande. Rapidamente, uma tromba-d’água varreu as ruas do município. “A água subiu e desceu muito rápido”, lembra o prefeito. O serviço de água potável ficou inviabilizado, já que os encanamentos da captação foram comprometidos. A telefonia fixa também teve problemas, assim como o acesso à internet. Os celulares e a energia elétrica não foram afetados. A prefeitura chegou a anunciar que três corpos tinham sido encontrados, mas bombeiros e Defesa Civil estadual confirmaram apenas dois, os de Elias Rodrigues e Luiz Gonçalves de Almeida, que não tiveram as idades confirmadas, de acordo com o prefeito. O secretário de Administração e Finanças, Aurelindo Fernandes, também comunicou que há notícias de mais oito pessoas desaparecidas, outra informação ainda não confirmada pelo Corpo de Bombeiros e pelos técnicos da Cedec.

Número de óbitos em Minas por causa das chuvas chega a 21(foto: Breno Alves/Aconteceu no Vale)
Número de óbitos em Minas por causa das chuvas chega a 21 (foto: Breno Alves/Aconteceu no Vale)

Ajuda Uma equipe de 16 homens dos bombeiros de Governador Valadares, com o apoio do Batalhão de Operações Aéreas da capital, continua buscas por mais vítimas na cidade. A Defesa Civil estadual instalou uma estrutura para comando de operações e já começou a distribuir ajuda humanitária, com colchões, cobertores, kits de higiene pessoal e limpeza e mantimentos. Uma máquina para transformar a água do rio em água potável está operando no município. Até o fechamento desta edição, a expectativa da Copasa era retomar o abastecimento no fim da noite. “O governador me ligou e colocou a estrutura do Estado à disposição. Os prefeitos vizinhos também cederam máquinas e ofereceram água potável, para amenizar os problemas”, diz o prefeito Arnaldo de Oliveira.

Outra cidade no Vale do Rio Doce que sofreu com as tempestades na noite de quinta-feira foi Coronel Fabriciano. Segundo a Defesa Civil municipal, com o aumento do volume do Rio Piracicaba, o Ribeirão Caladão, que passa na cidade, transbordou. O alagamento ocorreu ao longo da Avenida Magalhães Pinto e também nos bairros que ficam às margens do ribeirão. Entre 20 e 27 de dezembro, a prefeitura contabilizou 49 deslizamentos de barrancos, 61 desmoronamentos parciais ou totais de casas, 54 notificações para que as famílias saiam das áreas de risco e se abriguem na casa de parentes. Além disso, dezenas de pessoas ficaram desalojadas e houve queda de seis pontes. Em todo o estado, a Cedec já contabiliza quase 7 mil desalojados, 2,4 mil desabrigados e pouco mais de 7 mil casas danificadas. O número de residências destruídas é de 116, enquanto 229 obras de infraestrutura foram danificadas e outras 112 destruídas. (Colaborou Luiz Ribeiro)


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