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Estado de Minas

Especialista cobra punição rigorosa para infrações cometidas por ônibus


postado em 09/12/2013 06:00 / atualizado em 09/12/2013 06:41

Mateus Parreiras

A identificação pela BHTrans das linhas do sistema de ônibus da capital mineira que cometem mais infrações terá efeito limitado se as multas de trânsito aplicadas continuarem com preços considerados baixos demais para inibir esse comportamento. A avaliação é do mestre em engenharia de transportes e professor da Fumec, Márcio Aguiar. “O que vemos são comportamentos imprudentes, ônibus muito velozes, passando dos limites, sem parar nos semáforos. As muitas multas não são pesadas e isso se reflete na reincidência, que é muito alta”, defende. “A BHTrans deveria ter pulso mais forte e provocar reuniões com os operadores para que preparem melhor os motoristas e intensifiquem a fiscalização”, acrescentou.

De acordo com o especialista em transporte e trânsito, as infrações mais cometidas pelos ônibus de BH são tão baratas que compensa para as empresas arcar com esse prejuízo. O avanço de sinal é o mais comum, mas apesar de ser infração gravíssima, que rende sete pontos ao condutor, a multa é de R$ 191,54, considerada baixa pelos especialistas. Transitar em velocidade até 20% superior à máxima permitida rende quatro pontos e autuação de R$ 85,13 . Quando o índice sobe para uma velocidade superior a 20% e até 50% do limite, a pontuação aumenta para cinco e a multa para R$ 127,69.

Na Praça Raul Soares, um dos locais onde a reportagem do Estado de Minas flagrou infrações de trânsito sendo cometidas por ônibus, os motoristas não se contentam apenas em fechar os cruzamentos. Muitos deles avançam sinais sobre as travessias em forma de rampas, obrigando os pedestres a voltar atrás em suas tentativas de cruzar a via. Mesmo longe dos pontos de ônibus, é comum motoristas abrindo as portas do veículo no meio da via para que passageiros subam ou desembarquem. Alguns deles o fazem mesmo longe dos canteiros centrais, deixando os usuários no meio da rua. Nos arredores da praça, a reportagem contou oito infrações de coletivos em apenas 10 minutos na tarde da sexta-feira.

Outro local onde a pressa dos motoristas leva perigo aos passageiros é no primeiro semáforo do sentido bairro da Avenida Amazonas, antes do cruzamento com a Avenida do Contorno, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul. É comum os ônibus furarem o sinal vermelho para entrar na fila do ponto que fica em frente à igreja do Colégio Pio XII, justamente no momento em que pedestres atravessam para chegar ao local de embarque. Na última sexta, somente no tempo em que a reportagem esteve lá foram duas freadas bruscas de coletivos, que quase atropelaram pedestres.

Treinamento

Os primeiros treinamentos de motoristas de ônibus para a transição do sistema atual, o BHBus, para o BRT, que passará a se chamar Move, começa no fim deste mês com os módulos teóricos. As aulas práticas não poderão começar até que os veículos específicos para o sistema cheguem a Belo Horizonte. O número de funcionários a serem treinados ainda não foi definido, porque as aulas serão dadas simultaneamente para pessoal das linhas da BHTrans e do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Além dos motoristas e cobradores, será preciso treinar agentes de controle dos sistemas digitais, agentes de operação das estações e atendentes de vendas que trabalharão nas bilheterias vendendo o cartão de embarque.


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