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Estado de Minas

Matador do ônibus pega quase 40 anos

Assaltante que executou rapaz com tiro no pescoço durante roubo a coletivo de viagem, por ter esbarrado no seu pé, é sentenciado junto com companheira, que o ajudou a fugir


postado em 16/11/2013 00:12 / atualizado em 16/11/2013 07:18

Oito meses depois de matar com um tiro no pescoço o engenheiro químico João Gabriel Camargos, de 25 anos, Fernando Oliveira Miguel, de 33, foi condenado a mais de 39 anos de prisão em regime fechado pelo crime bárbaro, ocorrido em 9 de março, na Rodovia Fernão Dias. João seguia com a namorada em um ônibus de Poços de Caldas, no Sul de Minas, para Belo Horizonte, quando foi surpreendido pelo assaltante pouco depois de uma parada em Perdões (Centro-Oeste do estado). Mesmo sem reagir à abordagem do ladrão, que roubou pertences de vários passageiros, o engenheiro levou um tiro e não resistiu aos ferimentos, morrendo no colo da namorada. A decisão é de primeira instância e foi proferida pela Justiça de Lavras, no Sul do estado, comarca responsável pelo local onde ocorreu o homicídio.

Companheira de Fernando, Samantha Tuany Castro, de 27, também foi condenada pela Justiça e pegou 11 anos de cadeia por dar fuga ao criminoso depois do latrocínio. Na mesma decisão, o juiz titular da 1ª Vara Criminal de Lavras manteve a prisão dos acusados e não concedeu a eles o direito de recorrer em liberdade. Fernando foi preso em 9 de abril pela Polícia Militar do Paraná, depois de cometer outro assalto a coletivo no Sul do país. Quando ocorreram os crimes ele já era fugitivo de uma penitenciária de Sorocaba (SP), onde cumpria pena de 36 anos por homicídio. Também tem passagens pela polícia em Goiás e no Rio de Janeiro. Atualmente, está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. A mulher está em um presídio de Três Corações, no Sul de Minas.

O crime gerou comoção e indignou amigos e parentes do engenheiro químico. João Gabriel seguia com a namorada, Athena Chaves, de 24, que comemoraria seu aniversário na capital. Segundo as investigações da Polícia Civil e depoimento de testemunhas, em momento nenhum o casal reagiu ao assalto, mas o criminoso se irritou depois de esbarrar no pé do engenheiro e atirou à queima-roupa contra a vítima. O assassino ainda ameaçou os passageiros e o motorista, dizendo que comparsas estariam vigiando o ônibus e que o condutor deveria seguir até Belo Horizonte, sem fazer nenhuma parada. Ao chegar à capital, o coletivo parou na porta do Hospital Socor, no Barro Preto, Região Centro-Sul, mas a vítima já estava sem vida.

OMISSÃO Para a mãe do jovem, Luiza de Marillac Camargos, de 58, a notícia da condenação é um consolo para a família, apesar de não trazer o filho de volta. “De qualquer forma, esperava uma condenação por mais tempo, pois uma pessoa desse tipo não pode ficar solta”, afirmou. Ela criticou a atuação das autoridades, que não tomaram previdência para implantar medidas extras de segurança nos ônibus de Minas e do país, mesmo depois de toda a mobilização de parentes e amigos do engenheiro assassinado. “Você entra para uma viagem de ônibus e não sabe se vai terminar. A gente quer evitar que outros jovens sejam vítimas da violência que ocorreu com o João. Mas, na verdade, a falta de ação gera uma grande descrença nas autoridades brasileiras”, disse ela.

O empresário Talles Amorim, de 25, amigo de João Gabriel havia mais de 10 anos, disse que o processo tramitou rápido, mas critica as características dos códigos penal e processual penal brasileiros. “Ele vai ficar preso por um tempo bem menor do que foi condenado e vai voltar às ruas. Quando voltar, a população estará em perigo, porque é um psicopata. Não teve nenhum remorso do que fez e ainda falou para as pessoas não ajudarem o João”, afirmou Talles.


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