
Dias depois do crime, Rafael foi até uma casa de recuperação em Brumadinho, na Grande BH, onde havia se internado para tratamento do vicio de drogas. Ele chegou no sábado à noite e pediu para ficar até domingo. Pela manhã, o interno contou para equipe da clínica sobre o crime e disse que pretendia se entregar. Os profissionais o levaram até a PM da cidade e militares encaminharam Rafael para o DHPP na capital, no dia 13. Ainda de acordo com a polícia, o jovem assumiu o homicídio.
O suspeito disse que era violentado desde os 14 anos por Ronaldo. Rafael suspeitava que os filhos dele – dois meninos gêmeos – estavam sendo abusados pelo bancário. Uma das crianças é afilhada dele. Na ocasião do depoimento, Rafael Douglas foi ouvido e liberado pelo delegado porque já havia passado o flagrante e a polícia não tinha um mandado de prisão para mantê-lo detido. Posteriormente, o homem voltou a ser ouvido e se mostrou arrependido do crime. A polícia conseguiu um mandado de prisão temporária contra Rafael, que foi preso em 29 de outubro.
O delegado da Homicídios Centro-Sul, Marcelo Manna, disse nesta quarta-feira que não acredita que o crime tenha sido premeditado, nem que Rafael tenha sido vítima de abuso sexual por parte do bancário. Para a polícia, ele cometeu o crime por uma desavença naquele momento, já que ele frequentava a casa da vítima há 10 anos, e que até teria comemorado o crime. Ainda segundo a Polícia Civil, a suspeita é de que a família de Rafael tenha se aproximado de Ronaldo para adquirir benefícios. Como exemplo, foi citado que a mãe do suspeito conseguiu construir barracões de aluguel com a ajuda do bancário. A polícia também confirmou que Rafael era usuário de drogas e tinha passagens por tráfico.
Entenda o caso
Conforme a polícia, Rafael é usuário de crack e tem passagem pela polícia por tráfico de drogas. Ele não era aceito em casa pela mãe e morava com a namorada na Pedreira Prado Lopes, na Região Noroeste da capital. Segundo a polícia, a vítima ajudava financeiramente a família de Rafael. Havia a suspeita de que os dois mantinham um relacionamento amoroso, mas ele nega.
Às 7h15 do dia 10 de outubro, uma quinta-feira, uma irmã da vítima foi ao prédio, pois Ronaldo não atendia o telefone, e encontrou a porta do apartamento aberta e o irmão nu, morto na sala. Sobre o corpo, o assassino deixou um bilhete. O apartamento não tinha marcas de arrombamento nem estava revirado. Câmaras de segurança do prédio registraram a chegada de Rafael por volta de 1h30 e sua saída, às 3h. Segundo a polícia, ele telefonou para a ex-mulher dizendo que havia feito uma besteira e matado uma pessoa. Depois, teria apanhado alguns pertences em casa e fugido.
