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Estado de Minas

BH cria fiscais da chuva

Preparando-se para a próxima estação de chuvas, que promete ser rigorosa, Defesa Civil anuncia grupos para monitorar inundações em 9 pontos críticos da capital


postado em 02/10/2013 06:00 / atualizado em 02/10/2013 07:21

Gleice Ferreira aponta um dos locais que serão monitorados: medo é de que mais uma vez o Ribeirão Pampulha faça estragos (foto: Beto magalhães/EM/D.A Press)
Gleice Ferreira aponta um dos locais que serão monitorados: medo é de que mais uma vez o Ribeirão Pampulha faça estragos (foto: Beto magalhães/EM/D.A Press)


Diante da advertência de que a temporada de chuvas que se aproxima será pior do que a de dois anos atrás, quando 239 municípios mineiros decretaram situação de emergência – o maior número desde 2005 –, o estado anunciou ontem ações para se preparar para a estação. A previsão é de que o volume de água seja de 30% a 40% maior do que na estação 2011/2012, principalmente em janeiro e fevereiro. Haverá dias em que a precipitação pode atingir mais de 150 milímetros em menos de 24 horas, muito acima da média histórica, de acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, que prevê problemas em várias cidades. Em Belo Horizonte, a prefeitura, por intermédio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), anuncia que fiscais vão monitorar alagamentos para interditar o trânsito preventivamente, em nove trechos bastante conhecidos dos belo-horizontinos  do total de 80 pontos de inundação mapeados na capital.

As equipes de fiscais serão formadas por agentes da Defesa Civil, Guarda Municipal e BHTrans, e vão atuar até abril do ano que vem, quando termina o período chuvoso. Segundo o coordenador da Comdec), coronel Alexandre Lucas, os funcionários estarão atentos aos sinais meteorológicos emitidos pelas 56 estações da capital e pelo radar que indica a aproximação de frentes frias. Até então, o órgão recebia avisos a cada 10 minutos, em sua central do Barro Preto, mas houve a percepção de que inundações repentinas surpreendiam as equipes municipais, justamente por causa dos intervalos entre os boletins.

O coordenador da Comdec diz que o projeto é pioneiro e surgiu da necessidade de acompanhar os pontos críticos no próprio local. “O objetivo é tentar aumentar a capacidade de prevenção”, justifica. “Ocorria de na primeira medição estar tudo tranquilo e, no alerta seguinte, o local já estar inundado, porque são áreas que se tornam alagadas em até quatro minutos”, explicou. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, dos 80 pontos de alagamentos mapeados em Belo Horizonte, 46 deles são considerados mais preocupantes.

O plano prevê que as equipes possam chegar aos locais com chances de alagamentos com até duas horas de antecedência, fechando ruas, desviando o trânsito e impedindo o acesso de pedestres. O chefe da Comdec conta que 70 guardas municipais reforçarão o grupo no período chuvoso. A equipe treinada ainda fará simulações de interdição em vias de maior movimento. “O que fazer quando houver risco de inundação no fim da tarde, na Cristiano Machado, perto do Ouro Minas? Podemos fechar o trânsito antes e fazer desvios, mas os motoristas que já estão no local talvez tenham que ser retirados, deixando para trás os veículos. Cada situação é muito específica e por isso ainda estamos avaliando algumas condutas.”

Apesar do plano, o coronel avisa que as viradas do tempo típicas de verão não estarão cobertas pela ação dos fiscais da chuva. “Esse monitoramento visual ocorre mediante previsão do tempo pelo radar. Se o tempo estiver limpo e de repente armar um temporal, com esse trânsito na hora do rush, as equipes nem conseguem chegar.”

De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, há previsão de temporais já na segunda quinzena deste mês. O tempo deve estar mais quente e a previsão é de maior volume de chuva, o que deixa o solo encharcado e pode favorecer deslizamentos. O especialista diz que essa situação tende a ocorrer em dezembro na capital, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e em Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro. Em janeiro e fevereiro, a chuva deve atingir o Sul do estado, Região Central e Zona da Mata. “Infelizmente, teremos problemas. Haverá pelo menos uma chuva com volume superior a 150 milímetros em menos de 24 horas em BH, Juiz de Fora e no Triângulo, mas chuvas de 50 a 70 milímetros já causam problemas na maioria das cidades, e há previsão para isso”, alerta.

De acordo com a Defesa Civil municipal, há 2,3 mil casas em situação de risco na capital. A pior situação é a da Rua Sustenido, no Cafezal, onde o barranco que ameaça ceder pode atingir 100 famílias. Todas foram notificadas e a prefeitura recorreu à Justiça para retirá-las. “Nossa maior preocupação é com as comunidades em risco, por isso treinamos moradores com medidas de autoproteção e proteção comunitária”, afirma o coronel Alexandre Lucas. Entre o fim de 2012 e o início deste ano, apesar do baixo índice pluviométrico, 24 pessoas morreram no estado, seis delas vítimas de raios. Entre outubro de 2011 e abril de 2012 foram contabilizadas 20 mortes e 6.321 vítimas de ferimentos. Naquela temporada, foram 9.594 desabrigados e 106.816 desalojados em Minas.


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